5 atitudes que você deve tomar para a sua startup não morrer cedo

Paulo Azambuja - 14 out 2015
Paulo Azambuja é diretor executivo da F2b, uma "startup" com 15 anos de vida.
Paulo Azambuja - 14 out 2015
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por Paulo Azambuja

 

O Brasil é um país conhecido pelas altas taxas de fechamento de negócios. De acordo com dados do Sebrae, mais de 20% das empresas fecham antes do segundo ano de vida. Isso se deve à falta de planejamento, ao fato do empreendedor não criar um plano de negócios, à dificuldade de acesso a financiamentos e à não realização de uma pesquisa adequada para dimensionar o mercado, entre inúmeros outros fatores.

Este ano, a empresa em que sou diretor executivo, a F2b, completa 15 anos de existência. Somos uma das grandes exceções: uma startup que aprendeu a buscar um mercado de nicho e a se reinventar ao longo da história. Obviamente não existe receita de sucesso, isso soaria até clichê. Mas é sempre bom compartilhar alguns dos ensinamentos que aprendemos na última década e meia.

 

1) Ter uma liderança clara

É importante para toda a empresa confiar em quem a gerencia. Uma liderança fraca contamina a equipe de uma certa desesperança em relação ao futuro. O líder tem que ter experiência suficiente para a tomada de decisões, supervisionar equipes e ter visão e o comprometimento de levar a organização para a frente.

 

2) Ter uma proposta clara de valor

Essa talvez seja a parte mais importante: o que o seu negócio traz de benefícios para os clientes? A F2b, por exemplo, atua no setor de meios de pagamentos. É um mercado agressivo, com poucos concorrentes, mas muito fortes. Como podemos ser melhores do que eles? Que tipo de solução podemos ofertar que ainda não exista? Buscamos uma resposta à nossa maneira e abraçamos um nicho específico, tornando a empresa mais eficaz e competitiva. O nosso ponto forte é a emissão de boletos para faturamento recorrente. Em resumo, somos um intermediário que oferece uma solução para melhorar o recebimento dos nossos clientes e com isso crescermos juntos.

 

3) Criar uma marca na base do boca a boca

Complementando o tópico anterior, nosso principal ativo são os nossos clientes. Em termos de mundo digital, é ainda de máxima importância ser reconhecido no boca a boca. A maior parte dos nossos clientes vieram por indicação de outros clientes. Obviamente sem esquecer o marketing digital, com um site bonito, provendo um bom serviço, sendo ativo nas redes sociais, usando um sistema CRM, investindo em Adwords. E diria um pouco mais: estar em sintonia com a necessidade dos clientes. Para isso é necessário ouvir, dar feeedback, saber o que eles estão dizendo e como isso se propaga no mundo real e virtual.

 

4) Buscar mercados rentáveis

Essa é uma dica de ouro: o negócio tem que gerar receita e ficar no azul. Na F2b, ao longo do tempo, buscamos por diversos modelos de mercado. Investimos em micropagamentos quando eles ainda não eram tendência. Entramos no mercado logístico de entrega de documentos. Fizemos associações com lojas virtuais. Hoje, após 15 anos, conseguimos um equilíbrio entre os serviços que ofertamos e a lucratividade deles. E tudo isso de maneira transparente. É importante sempre pensar: a ideia do negócio pode ser boa, mas de nada adianta se a implementação for falha.

 

5) Ter uma boa gestão financeira

Às vezes o empresário é um ótimo empreendedor, ou seja, consegue construir uma empresa a partir de uma boa ideia. Entretanto, é um péssimo gestor: não tem conhecimentos para gerir a complicada vida financeira e tributária de uma companhia, por exemplo. Recomendo colocar numa planilha todos os centavos que entram e saem do negócio e fazer o básico: criar cenários futuros e pensar em momentos de crise, como os de agora. Caso isso seja difícil, é sempre bom ter um contador por perto. E de confiança.

Esses tipos de dicas parecem óbvias, mas muitos empresários não as seguem. Recomendaria também duas outras coisas.

Aprendi, com o passar dos anos, que o maior ativo de uma empresa é o tempo: é ele que sedimenta, que conecta pessoas, que aponta ideias, que faz as marcas se tornarem exemplo

E, sempre que possível, mas não mais do que o recomendável, seguir o instinto para pensar em novas estratégias, identificar demandas e oportunidades. Somente assim você consegue engajar funcionários, clientes e a comunidade de usuários para construir um relacionamento duradouro.

E você, concorda com o texto? Qual a sua opinião?

 

Paulo Azambuja, 55, é diretor-executivo da F2b, a mais antiga empresa de pagamentos online do país. Começou como desenvolvedor na área aeronáutica, fez ITA, trabalhou na Embraer e, ao longo do tempo, se apaixonou pela área de programação e escreve códigos até hoje.

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