Estamos acompanhando a Campus Party 2016 diretamente do pavilhão do evento no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A repórter do Draft Luisa Migueres vai circular pelos corredores do espaço em busca das melhores palestras para empreendedores, passando pelo espaço reservado para startups e makers e os palcos de Inovação e Desenvolvimento. Todos os dias, um resumo do que de mais bacana aconteceu na Campus Party. Play!
1_ Cadê a gritaria?
Quem já circulou pela CP antes sabe que gritos fazem parte da tradição. As hackathons, no entanto, foram mais discretas do que o normal neste ano. O público médio está na faixa dos 30 anos e pode-se dizer que é bem desencanado (gente de Crocs e chinelão). E muita mulher… Porque, né? Já passou da época de se surpreender com isso. Mas o silêncio impera — talvez os campuseiros talvez ainda não tenham engatado a primeira marcha. Porém, se falta barulho, sobra energia para jogar e programar. Foi difícil encontrar um cantinho nas mesas próximas aos palcos. Todas, aliás, equipadíssimas com os PCs decorados – mesmo, de bonecos de Star Wars a Transformers de papelão.
2_ Criei meu produto. E agora?
A primeira discussão que acompanhei reuniu Alê Borba (Google), Bruno Rondani (100 Startups), Elis Queiroz (Microsoft) e Rogério Tamassia (Oxigênio). O papo girou em torno de duas questões importante no ecossistema nacional: a falta de conhecimento de empreendedores sobre produto e negócio, e a dificuldade de nivelar o papo entre essas grandes empresas e startups. Bruno resumiu o papo em uma frase:
“O desafio é fazer as corporações e as novas empresas falarem a mesma língua, e entenderem inovação do mesmo jeito”
Ariel Alexandre, do Reminds, e Inajá Azevedo, do GuiaBolso, também comandaram uma discussão animada sobre product ownership. Os dois startupeiros falaram dos altos e baixos de suas plataformas. Ariel lembrou da decisão de lançar seu aplicativo no Vale do Silício, depois de um ano batendo cabeça no Brasil: “Você tem que ter noção de que precisa lançar um produto ideial, não o mínimo. Por isso é tão importante começar a testar o usuário o mais rápido possível”.
Já o GuiaBolso, que tem uma proposta para ajudar o brasileiro com suas finanças, preferiu ficar por aqui. Mas conseguiu contornar seus maiores problemas – o maior deles era falta de confiança do usuário com dados de banco.
“É engraçado como você lança um produto com uma expectativa enorme e depois tem de lidar com a situação mais difícil: a do usuário que não volta”, diz Inajá.
3_ Somos todos ciborgues
O painel de Luli Radfahrer, mestre e Ph.D. em Comunicação Digital e consultor de inovação digital, pode ser resumido em uma palavra: viagem. O cara é um verdadeiro showman.
O colunista da Folha de S. Paulo hipnotizou um público de pouco mais de 50 pessoas com um papo frenético sobre a relação de humanos com a tecnologia. Para ele, já nos tornamos ciborgues – graças a smartphones e outros gadgets – e estamos no limite da nossa capacidade simbólica de linguagem:
“O digital não é só tecnologia, é uma forma de relacionamento. Você e seu smartphone já são uma espécie de inteligência artificial”
4_ Já acabou?
Agora mesmo está rolando a palestra mais esperada do dia, de Grant Imahara, um dos cabeças por trás do programa Mythbusters (lembra dele?) e autoridade em efeitos especiais. Amanhã, a agenda da Campus Party traz painéis sobre empreendedorismo feminino, social, workshops de produtividade e mentoria coletiva para startups em estágio inicial. Me aguardem.