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Ela trocou as piscinas pela vida de empreendedora e continua se saindo bem

Fernanda Cury - 30 jul 2016
Fabíola Molina: a falta de maiôs bonitos e confortáveis para competir inspirou a ex-nadadora a criar uma confecção de moda praia
Fernanda Cury - 30 jul 2016
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Ela começou na natação aos 4 anos, e aos 10 já competia oficialmente. Com apenas 16 conquistava uma vaga na Seleção Brasileira, onde permaneceu por 22 anos, representando o Brasil nas Olimpíadas de Sydney, Pequim e Londres. Mas o desejo de ser mãe acabou falando mais alto e aos 38 anos Fabíola Molina sentiu que era hora de abandonar as competições oficiais. Assim, ela investiu em seu plano B, abriu a confecção Fabíola Molina e trocou a piscina pela vida de empresária. Conheça sua história!

Como surgiu a ideia de montar um negócio?  

Eu pretendia me aposentar depois das Olimpíadas de Sydney, em 2000, e começava a planejar meu pós-carreira.  Assim surgiu a ideia de investir em moda esportiva, inspirada principalmente na minha necessidade como atleta, que não encontrava maiôs bonitos e confortáveis para treinar. Eles eram sempre azul marinho ou preto, e de péssima qualidade.  Iniciamos a estruturação da marca em 2000/2002, mas nossas próprias produções começaram somente em 2004. Porém minha carreira de atleta se prolongou por mais 9 anos, eu parei a natação apenas em 2013. Nesse meio tempo fui levando em paralelo a vida de empresária e de atleta.

Como você escolheu o nicho?

Como nadadora profissional, eu sabia das necessidades e carências do setor. Por exemplo: quando eu nadava, não existia uma modelagem adequada para um “biquíni de treino”, então desenvolvi o nosso sunquini para natação, uma peça que até então não existia no mercado. Foi com base nesse conhecimento e experiência que começamos a marca. Primeiro, focamos em natação em geral, depois outros esportes. Em seguida partimos para moda praia, já que moramos em um país tropical. Mas nosso forte sempre foi a natação, que é o meu ambiente.

Os produtos Fabíola Molina têm diferenciais em relação aos dos concorrentes?

O nosso carro-chefe é a moda esportiva, especificamente a natação. Entre os nossos diferenciais está a modelagem bem justa ao corpo e com alças finas, desenvolvida com base na minha experiência de atleta. Tudo isso para garantir conforto e melhor performance ao nadar. Outro diferencial são os tecidos, que ajudamos a desenvolver. Eles oferecem mais resistência aos produtos químicos e, por isso, são mais duráveis, e ainda têm uma compressão maior que os outros tecidos, ajustando-se perfeitamente ao corpo. Outro destaque do nosso negócio é a estamparia dos produtos, com desenhos bem coloridos, modernos e diferentes. A gente está sempre inovando. Na questão da moda praia alguns tecidos tem proteção UV e usamos o primeiro fio biodegradável do mundo, o Amni® Soul Eco da Rhodia, que é outro diferencial.

Quais foram seus maiores preocupações como empresária?

A minha grande preocupação foi desenvolver um produto com excelente qualidade e que tivesse, ao mesmo tempo, um preço competitivo no mercado. Outro ponto foi conseguir produzir o suficiente para atender a demanda, mas sem exagerar. No começo a produção era pequena, fomos crescendo aos poucos, para atender bem os clientes, representantes e revendedores. Um cuidado foi buscar estampas exclusivas. Esse foi um processo longo, levou anos, somente em 2008 lançamos uma coleção totalmente exclusiva. Atualmente nos preocupamos com a questão da organização, para manter um crescimento continuo. Como a confecção é própria, estamos atentos à eficiência da produtividade. Hoje temos um especialista que aplica Lean Manufacturing, sistema de produção enxuta da Toyota, para evitar desperdícios. Essa metodologia foi fundamental no nosso crescimento.

Procurou se capacitar para se tornar uma empresária?

Sim. Tudo o que eu não sabia, pesquisava, perguntava, participava de cursos e workshops. Participei de programas de mentoria, fiz parte da primeira classe do Winning Women da E&Y (2014), que me ajudou muito. Depois participei de um outro programa de mentoria de empresarias para atletas, também pela E&Y. Estou sempre em busca de melhoria, principalmente sobre o gerenciamento do negócio.

Quais os maiores desafios que você encontrou? 

Começamos um e-commerce nacional e internacional em 2005, e naquela época não havia muitas plataformas. A criação desse site, que envolvia vendas no exterior, uso de cartão e envio de produtos, foi um desafio. Superamos buscando informação, capacitação, e principalmente fazendo parcerias com empresas de entrega (hoje temos com a Fedex). Tudo isso foi fundamental pra colocarmos o e-commerce no ar.

Na sua opinião, qual foi a estratégia mais importante para garantir o sucesso da Fabíola Molina?

Começar com o pé no chão, bem pequeno, mas com segurança. Naturalmente, por eu ser atleta, já tínhamos muita procura por nossos produtos. Mas demos um passo de cada vez, sem pressa, sem fazer dívidas. Conseguimos construir uma sede própria somente 9 anos depois, até então ficamos em espaço alugado. Tudo foi feito aos poucos, mas com certeza de que era a decisão correta.

Quais equívocos foram cometidos no decorrer do processo? 

Não ter uma estratégia mais bem definida para as vendas do exterior. Acho que podíamos ter investido mais no relacionamento internacional. Outro equívoco foi desviar do nosso foco, criar outros produtos, como a linha fitness, que por não ser a nossa prioridade, não foi pra frente.

Quais seus cuidados principais para se manter neste setor, diante de tantos concorrentes?

Tenho três preocupações principais: manter a qualidade do produto, oferecer um preço competitivo e inovar constantemente, seja nos processos, nos tecidos, nas campanhas ou nas estampas.

Quem são seus principais clientes?

O cliente direto, que compra na loja física (em São José dos Campos), ou diretamente no site. Além disso, temos os revendedores pelo Brasil, como lojas Multimarcas (como a Decathlon) e os representantes internacionais (temos 15 representantes no exterior, como na Alemanha, Noruega, França, por exemplo). Através do site já mandamos produtos para mais de 50 países. Mas a grande novidade é que nesse ano somos a única marca de moda praia licenciada para as Olimpíadas 2016. Nossos produtos estarão a venda nos aeroportos e nas Megastores oficiais das Olimpíadas.

Quais aprendizados de esportista você aplica na sua vida de empreendedora?

São muitos, mas o principal é a busca por excelência. Tentar ser o melhor possível naquilo que faço, oferecer o melhor produto, estruturar a melhor equipe. No esporte, as pessoas envolvidas tem muita importância para o desempenho do atleta. O preparador físico, o treinador. Na empresa ocorre o mesmo. A gente precisa de pessoas capacitadas, comprometidas, qualificadas, que exerçam sua função da melhor maneira.

Quais seus planos para o futuro?  

Investir na expansão internacional, algo que desejo há muito tempo, mas só agora estou estruturando. Pretendo, também, ampliar a área infantil e continuar crescendo continuamente, para abranger o país.

Para saber mais:

Fabíola Molina:  fabiolamolina.com.br

O que faz: Moda Esportiva e Moda Praia – Licenciada dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Sócio(s): Kelce Molina

Funcionários: 29

Sede: São José dos Campos – SP

Início das atividades: setembro de 2004

Investimento inicial: R$ 30.000

Contato: fabiolamolina@fabiolamolina.com.br 

Esta matéria pode ser encontrada no Itaú Mulher Empreendedora, uma plataforma feita para mulheres que acreditam nos seus sonhos. Não deixe de conferir (e se inspirar)!

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