Há exatos 40 anos, a Fiat entrava para a história ao lançar, no Brasil, o primeiro carro em série do mundo movido a etanol. Apelidado de “Cachacinha” por causa do odor característico exalado pelo escapamento, o Fiat 147 a etanol simbolizou um marco importante para a engenharia automotiva brasileira, que naquele dia 5 de julho de 1979 engatou marcha na direção do desenvolvimento de tecnologias em prol de veículos mais eficientes e menos poluentes, caminho que se mostra hoje mais válido do que nunca.
Para celebrar o aniversário de quatro décadas, nada melhor que o registro da primeira unidade do 147 a etanol acelerando novamente na pista de testes da fábrica de Betim (MG), exatamente como há 40 anos, como se tivesse acabado de sair da linha de produção. O exemplar raro – que chegou a ser vendido na época para o Ministério da Fazenda – voltou para casa e voltou a acelerar na pista de testes da Fiat, em Betim, Minas Gerais. E o mais legal, sem nenhum tipo de restauração. O gerente da área de Engenharia Experimental da FCA para a América Latina, Robson Cotta, expressa grande satisfação em ver o carro rodando de novo na pista de testes da fábrica:
“É emocionante ver esse carro de perto, não só pela importância de ser realmente o primeiro Fiat 147 a etanol, mas também por estar funcionando perfeitamente com todos os elementos de época originais, como partida a frio e afogador, além de preservar a tampa vermelha do motor e a pintura original, com direito a alguns toques de batida de porta.”
“Fizemos, claro, a manutenção de alguns componentes, por se tratar de um carro de 40 anos de vida, mas foram pouquíssimas coisas”, conta Ricardo Dilser, gerente de Imprensa Produto da FCA. “São novos os pneus, o tanque e a bomba de combustível, filtros, velas e os fluidos de freio e radiador. Fizemos também o polimento da carroceria, a limpeza do carburador e acertamos o ponto do motor”, detalha.
Para Dilser, o excelente estado de conservação do primeiro 147 a etanol confirma a robustez dos carros da Fiat. “Esse carro está tão bem preservado que até o clássico tamborim [som emitido quando se bate o dedo em uma parte da lataria situada entre o capô e as portas] está delicioso de ser ouvido. Em 99% dos 147 existentes, o tamborim já não faz barulho”, ressalta.
Equipado com motor 1.3 a álcool de 62 cv e câmbio manual de quatro marchas, o Fiat 147 costumava agradar os motoristas pelo rodar macio e também pelo bom desempenho para a época. Essas características, segundo Cotta, que teve o privilégio de dirigir o exemplar raro na pista de testes da Fiat, ainda são perceptíveis:
“Este carro preserva sua boa performance característica. As acelerações e retomadas de velocidade são agradáveis e não há qualquer dificuldade para acompanhar o ritmo de veículos mais modernos”.
Emoção, claro, não faltou na experiência de guiar o 147 a etanol 40 anos após seu lançamento. “Dirigi-lo é muito emocionante, pois remete ao período em que eu trabalhava no desenvolvimento do carro a etanol, além de ser uma oportunidade de demonstrar e relembrar todos os momentos que passamos e todo trabalho que fizemos”, declara Cotta.
Na Fiat desde o início da década de 1980, Cotta tem muitos motivos para se lembrar com carinho do “Cachacinha”. “O primeiro veículo zero-Km que eu comprei foi um Fiat 147 a etanol. Portanto, ver em 2019 esse exemplar do primeiro carro a etanol traz uma lembrança muito boa tanto do lado pessoal como do profissional, pelos desafios enfrentados para desenvolver e fazer os automóveis a etanol darem certo no Brasil. Não só deu certo como se provou ser uma tecnologia vencedora”, declara.
Em homenagem aos 40 anos do pioneirismo da Fiat com o lançamento do primeiro carro a etanol do mundo, publicaremos nas próximas semanas outras reportagens sobre o desenvolvimento do 147 a etanol, a repercussão do veículo na mídia especializada e as novas tecnologias desenvolvidas de 1979 até os dias atuais. Não perca!
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