Em 2017, a Sodexo ajudou a formular e deu o apoio a um projeto pioneiro no Brasil, o Horta na Laje, iniciativa que fomenta o cultivo de alimentos por moradores de Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo. Já que não há espaço no chão, a ideia é fazer isso no teto, nas tão tradicionais lajes das moradias da comunidade. Dois anos depois, em 2019, a empresa foi reconhecida globalmente pela iniciativa e recebeu o troféu GEEIS da Arborus, organização não governamental europeia dedicada à inclusão das pessoas e à promoção da equidade de gênero.
“É um prêmio que tem o aval da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi entregue depois de uma seleção muito criteriosa feita por um time de grandes jurados”, conta Fernando Cosenza, vice-presidente do Instituto Stop Hunger, que também responde pelas áreas de marketing estratégico, inovação e digital na Sodexo Benefícios e Incentivos, que viajou a Nova York para receber o troféu em nome da companhia.
O Horta na Laje é realizado pela Associação de Moradores de Paraisópolis em parceria com o Instituto Stop Hunger, entidade sem fins lucrativos mantida, majoritariamente, pela Sodexo. “É uma Organização Social de Interesse Público (OSIP), então somos os principais mantenedores, mas também captamos doações”, conta o executivo. Para Fernando, o principal valor da premiação global é garantir a possibilidade de que o Horta na Laje se expanda:
“O reconhecimento nos dá força, nos ajuda a atrair uma rede de patrocinadores para ajudar o projeto a crescer e levar impacto positivo para mais gente”
PROPAGAR CONHECIMENTO E EMPODERAR MULHERES
Na prática, o que o Horta na Laje faz é propagar conhecimento. Em oficinas mensais, moradores de Paraisópolis aprendem a cultivar hortaliças em casa e recebem, de presente, os insumos essenciais para que comecem a própria horta, como vasos, sementes e mudas. O objetivo da iniciativa é fomentar a alimentação saudável e dar uma força na economia doméstica, já que uma família pode economizar mais de 900 reais por ano no mercado ao plantar os próprios alimentos.
Fernando diz que este não é objetivo principal, mas lembra que há também uma terceira possibilidade: usar a horta para gerar renda ao vender as hortaliças e verduras no próprio bairro. O projeto é aberto a qualquer morador da região que tenha interesse, mas tem como foco as mulheres.
“Em grande parte das famílias da região, a mulher é a provedora, além de ser responsável pela alimentação das famílias. Com isso, elas são capazes de potencializar o impacto positivo que podemos gerar ali”
Ele aponta que, ainda que de forma indireta, o Horta na Laje também ataca um problema recorrente em muitas comunidades vulnerabilizadas do Brasil: a violência contra a mulher. Segundo Fernando, acessar conhecimento e se conectar com a comunidade podem ser passos importantes para que as moradoras do bairro consigam sair de relacionamentos abusivos.
GERAR BENEFÍCIOS PARA A COMUNIDADE
Pelo fomento ao empoderamento feminino, o Horta na Laje conquistou espaço de destaque na premiação. Segundo Fernando, a iniciativa não foi indicada pelo Brasil, mas escolhida para representar o trabalho da Sodexo nesta frente pela própria matriz da companhia na França.
Fernando entende que o principal benefício do prêmio é o incentivo para que o projeto alcance resultados positivos ainda maiores. “Ganhamos visibilidade e, com isso, capacidade de atrair mais investimentos”, diz. Ele diz que o primeiro objetivo é ampliar a doação de materiais para que as pessoas cultivem horas em casa.
Em seguida, a Sodexo e o Instituto Stop Hunger planejam ampliar a iniciativa para além de Paraisópolis. “A associação de moradores do bairro tem o plano de formar uma rede com outras comunidades e o Horta na Laje pode fazer parte disso e chegar a outros bairros”, conta. Afinal, neste caso, compartilhar a iniciativa é sinônimo de multiplicar seus benefícios.
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