O maior sonho da vida da jornalista Tatiana Cavalcanti era justamente o de gerar uma vida. No dia em que finalmente ela descobriu que estava grávida, recebeu a notícia de que sua mãe havia sofrido um AVC. Não bastasse esse baque, ela soube na oitava semana de gestação que o coração do bebê havia parado de bater.
Em meio ao turbilhão emocional, Tatiana sentia como se o tempo passasse cada vez rápido, relembrando-a de um sonho que parecia ir ficando longínquo. No último dia de novembro de 2019, Tatiana completou 40 anos de idade. Se antes a frustração por não poder engravidar era praticamente escondida, agora falar abertamente sobre o assunto tornou-se uma espécie de missão que, se não deixa as coisas mais leves, para ela cumpre o papel de alertar as mulheres quanto pode custar caro a decisão tardia de ser mãe.
Filha única, a jornalista negava a possibilidade de uma gestação desde que começou a vida sexual, principalmente porque sentiu na pele o temor diante do HIV nos anos 1980 e, então, passou a se prevenir cada vez mais. Depois, vieram estudos, trabalho, viagens e lazer. Roqueira e fã declarada dos Rolling Stones, ela viajou o mundo (inclusive indo a shows da famosa banda), fez tudo o que queria, pavimentou uma carreira, conheceu o companheiro com quem finalmente se sentiu à vontade para construir uma família. Agora, no entanto, sente que o projeto da maternidade está ficando tarde demais, na medida em que os óvulos estão envelhecendo.
Em um bate-papo profundo com Marcela Marcos, repórter do Draft, ela tocou em questões delicadas, como a experiência dolorosa (literalmente) de vivenciar um aborto espontâneo, o diagnóstico de infertilidade e até mesmo sobre o sentimento que vem quando alguém sugere adoção como “solução” para o que vem enfrentando.
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