Aos 23 anos, Raul de Macedo teve uma dor no peito e foi parar na emergência de um hospital. Durante os exames, ficou inseguro com o diagnóstico. Ele, que era gerente de produto em uma empresa de equipamentos médicos, resolveu compartilhar sua percepção e, em troca, ouviu muitos casos de pessoas que haviam tido experiências traumáticas com falhas ou demora no diagnóstico de infarto.
Alguns anos depois, Raul entrou em um mestrado de engenharia biomédica, com a intenção de encontrar uma solução para aquele problema. “Vi que havia um exame de sangue que detecta a troponina, o principal biomarcador de infarto.
Se o exame era essencial para o diagnóstico, por que não era feito nas emergências?”
O grande lance era que o resultado do exame levava de 1 a 5 horas para sair. “Metade das mortes por infarto acontece dentro do hospital. Esse tempo é precioso.”
A pesquisa de Raul o levou ao desenvolvimento de um método capaz de dar o resultado da troponina em oito minutos. Fundou com o seu sócio Paulo a Cor.Sync e, juntos, construíram um protótipo pronto para ser usado em processos hospitalares. Depois de buscar incentivos e passar por incubadoras como a Eretz.bio, do Einstein, a Cor.Sync chegou ao Vibee, o hub de inovação da Unimed VTRP. “Achamos que seria interessante entender como um plano de saúde via a nossa solução”, diz Raul.
E foi. No Vibee, a Cor.Sync ajustou o seu modelo de negócio para aumentar a sua proposta de valor. “Tivemos acesso direto a diretores de hospitais e gerentes de custos da Unimed VTRP, que nos deram contribuições fundamentais para o nosso negócio”, diz. “O acompanhamento foi muito próximo. Ali eles nos ouvem e nos dão suporte exatamente no que precisamos.”
Ao mesmo tempo em que novas startups são selecionadas para uma segunda rodada de aceleração, a Cor.Sync encerra o processo no Batch#1 do Vibee com equipe dobrada (o time passou de 4 para 10 pessoas), o modelo de negócio validado e a precificação formatada. “Agora vamos fazer uma segunda fase de validação clínica em unidades da Unimed, para então buscar o registro na Anvisa.”
A 3fy desenvolveu uma plataforma online para gestão de planos de saúde. “Esse mercado acumula dados preciosos, mas faz pouco com isso”, diz Matheus Araújo, CEO da healthtech. A ideia nasceu dentro de uma corretora de seguros, onde trabalhava uma das sócias, Marina. “Há muito investimento na área de saúde preventiva e vimos que a organização desses dados trazia informações importantes para qualquer gestor da área”, diz Matheus.
A plataforma da 3fy consegue fazer uma leitura fina sobre como anda a saúde de cada associado, que exames estão sendo feitos e quais cuidados estão negligenciados. Assim, é possível orientar melhor as ações preventivas, que passam a ser mais efetivas. “Nossa interface é muito simples e a leitura de dados é feita com agilidade e inteligência”, conta.
O Vibee foi o primeiro programa de aceleração do qual a 3fy participou.”Queríamos estar dentro de uma Unimed para entender de perto o funcionamento e as dores de uma operadora de saúde”, explica. Além disso, a equipe da 3fy sabia que os dados da Unimed VTRP enriqueceriam o banco da 3fy. “Entramos com 50 mil vidas cadastradas, saímos com 160 mil”, conta Matheus. “O Vibee nos colocou em contato com a linha de frente dos profissionais da Unimed VTRP. Foi surpreendente ver como toda a organização está envolvida com a ideia do hub e à disposição do programa.”
No processo, a 3fy lançou novas funcionalidades e entendeu que era possível vender seu produto para operadoras de saúde, que passaram a ser seu alvo principal.
Felipe Neves e Hebert da Costa desenvolveram uma solução inovadora que pretende, a médio prazo, eliminar o gesso do mercado ortopédico. “Nossas soluções de imobilização articular utilizando impressão 3D são personalizadas, leves e eficientes. Trazem qualidade de vida ao paciente, além de serem sustentáveis e acessíveis”, diz Felipe.
Acreditando no potencial daquela ideia, Felipe e Hebert saíram de Natal e foram para São Paulo para participar de incubadoras e programas de aceleração de startups. Mas o Vibee foi o único voltado apenas para healthtechs. “Isso fez uma diferença absurda. Crescemos e conquistamos as validações clínicas de que precisávamos”, diz Felipe.
A Fix It tinha nove licenças vendidas até o final de 2019. Um ano depois, eram 70. Hoje, com 17 pessoas na equipe, está presente em quase todas as capitais do Brasil (exceto Rio Branco e Macapá) e já chegaram ao Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Venezuela, Portugal e Moçambique. “Nossas ambições são mundiais”, diz Felipe.
Cor.Sync, 3fy e Fix It foram startups que participaram do primeiro batch de aceleraçãodo Vibee Unimed, no programa Vibee Go, pensado para startups que já possuem um MVP e buscam crescer rapidamente no mercado da saúde. “Essas três startups possuem um time excelente e com uma incrível capacidade de execução. Elas evoluíram muito no período de aceleração, cada uma com seus desafios específicos”, diz Rafael Zanatta, head do hub.
E o relacionamento com as healthtechs não acaba aqui.
“Decidimos investir na Fix It e na Cor.Sync. Estamos conversando com a 3fy para avançar nesse sentido também”, diz Rafael.
As empresas também querem continuar fazendo parte da colmeia. “Nossa intenção é permanecer conectados ao hub como empresa graduada, e devolver às startups entrantes um pouco do que aprendemos”, diz Raul, da Cor.Sync.
O Batch #2 do Vibee Unimed já tem data para começar. Se você tem uma healthtech e uma grande ideia para ser desenvolvida ou acelerada, não pode perder essa oportunidade. As inscrições vão até o dia 25 de abril. Podem se inscrever startups de todo o Brasil que tenham qualquer tipo de solução dentro do mercado da saúde.
Saiba mais e inscreva-se em www.vibeeunimed.com.br.
Gustavo Ottoni, cofundador e coCEO da Cíngulo, e Erika Monteiro, sócia-fundadora e COO da Carefy, contam sobre suas experiências no Batch #4 do Vibee e incentivam a participação das healthtechs no Batch #5. As inscrições terminam em 24 de março.