“Num tempo em que tristeza é mato, a gente anuncia o fim.” O post publicado no início de março por um conhecido bar de São Paulo causou comoção imediata não apenas entre os fãs do estabelecimento. Ele também simbolizou o que a pandemia de Covid-19 provocou em todo o setor de bares e restaurantes.
Um dos mais afetados pela necessidade de isolamento social, o segmento teve, como praticamente todos os outros, que se adaptar para o universo digital.
“No caso de bares e restaurantes, o que antes era um complemento passou a ser a atividade principal”, afirma Antonio Alberto Aguiar, o Tombé, diretor executivo de Estabelecimentos e Estratégia do Consumidor da Sodexo.
Tombé acredita, no entanto, que esse movimento ainda está longe de estar definido. “No processo de retomada, e já aconteceram algumas enquanto esperamos a definitiva, o comportamento do consumidor deve fazer com que a presença digital – que era complementar e virou primordial – tenha tanto peso quanto a física”, acredita ele.
Da mesma forma que os escritórios das empresas, que devem funcionar de maneira híbrida, bares e restaurantes deverão ficar atentos para oferecerem serviços de excelência também para o consumidor que se adaptou ao delivery e quer ter, em casa, a mesma experiência que tem no estabelecimento.
Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por causa da piora que enfrentamos atualmente na pandemia, a projeção de faturamento do setor neste ano, prevista inicialmente para R$ 235 bilhões, deve cair para R$ 215 bilhões. Ele deve ser, porém, superior ao do ano passado, R$ 175 bilhões.
De acordo com a associação, das cerca de um milhão de empresas do setor de bares e restaurantes no início do ano passado, cerca de 300 mil fecharam as portas.
Para tentar evitar que isso aconteça com seu negócio, muitos donos de bares e restaurantes tiveram que apostar no ambiente digital numa velocidade em que não esperavam.
“Houve um movimento forte da Sodexo para auxiliar esses estabelecimentos que se tornou muito importante para que muitos sobrevivessem”, conta Tombé.
Ter um app próprio para suas entregas pode não ser uma estratégia eficiente para os pequenos negócios – ao menos para os localizados em grandes centros urbanos.
“Os consumidores não querem ter vários aplicativos. Além disso, alguns celulares nem suportam tantos apps”, afirma o executivo. “Estar em plataformas de delivery de comida oferece mais vantagens.”
Por isso, a Sodexo fez parceria com os principais marketplaces de alimentação do mercado, para que todos passassem a aceitar o cartão-refeição da empresa.
No entanto, por mais abrangentes que sejam, esses marketplaces não oferecem cobertura para todos os 5.570 mil municípios do país.
“Há quase 4 mil municípios em que o pedido da refeição é feito pelo próprio telefone ou WhatsApp do estabelecimento”, diz Tombé.
Para divulgar para os consumidores desses locais quais bares e restaurantes estão cadastrados para aceitar seus cartões, a Sodexo criou em seus canais digitais a página “Aceita Sodexo”.
“Nela, é possível descobrir quem está na rede credenciada e por qual canal aquele estabelecimento pode ser acessado.”
De acordo com Tombé, a rede cresceu muito nos últimos 12 meses. “Mais de 70 mil novos estabelecimentos foram credenciados – e mais de 60% deles estão localizados em regiões residenciais.” Isso, segundo o executivo, reflete a mudança de comportamento do consumidor.
“Antes, ele usava o cartão para almoçar nas regiões comerciais, onde ficam os escritórios, e os estabelecimentos de áreas residenciais não tinham tanto costume de aceitar os cartões. Isso mudou.”
De fato, com as inúmeras atribuições de nosso cotidiano, como dar conta do home office, dos filhos em casa (fruto dos constantes lockdowns) e de todas as domésticas, o vale-refeição continua sendo essencial para grande parte dos colaboradores das empresas.
Quase metade desses novos estabelecimentos foram credenciados diretamente pela plataforma digital da Sodexo, que tornou esse processo muito mais simples.
Milhares de restaurantes credenciados receberam da Sodexo, nesses últimos meses, materiais com instruções importantes para este período, como todos os protocolos de segurança necessários, elaborados em parceria com a Abrasel.
“Esses materiais também estão disponíveis em nosso portal para que os responsáveis pelos estabelecimentos possam fazer download”, afirma Tombé.
Além disso, o Conexões, projeto criado na Sodexo em 2017 apenas para colaboradores, foi ampliado durante a pandemia e hoje é transmitido via streaming e está disponível para qualquer pessoa que se interessar. Nele, especialistas debatem sobre diversos temas de interesse geral, de empatia no ambiente de trabalho a nutrição.
“O Conexões abordou muitos temas voltados para estabelecimentos comerciais, para aumentarmos o suporte aos empresários”, conta o diretor.
Entre eles, Tombé aponta os que discutiram as tendências digitais para 2021, o cenário econômico neste ano, comportamento do consumidor e diversidade e inclusão no dia a dia, entre outros.
Além disso, a companhia promoveu em sua plataforma ações promocionais em parceria com os estabelecimentos, em que ofereciam descontos. “Fizemos, por exemplo, ações em datas comemorativas como a da Imigração Italiana, em que vantagens e descontos eram oferecidos para a compra de produtos relacionados a ela, como massas e pizzas”, explica Tombé sobre o dia celebrado em 21 de fevereiro.
“Os estabelecimentos estão preocupados em buscar iniciativas e ações como essas são genuínas e ajudam o local a manter suas vendas”, diz o executivo. Afinal, quem passar por esta vai estar mais forte para a retomada definitiva.
Muito além de política pública, passou do tempo de equidade racial estar apenas na agenda de responsabilidade social de empresas no Brasil. Saiba o que grandes organizações, como a Sodexo, estão fazendo em prol dessa causa.