Quando a Eurofarma lançou seu programa de aceleração para startups, em 2018, mal se ouvia falar em healthtechs. Três anos depois, esse setor não para de crescer e o Brasil já soma mais de 700 startups focadas em saúde, o que prova que a farmacêutica apostou num caminho certo ao investir desde cedo em empreendedorismo e inovação nesse setor.
“A indústria farmacêutica é tradicionalmente mais fechada. Então, criamos o Synapsis como um programa pioneiro para trazer as startups para dentro de casa e pavimentar essa via que facilita a inovação”, diz Helton Carvalho, diretor de Empreendedorismo e Digital da Eurofarma.
É com esse foco que a empresa lança a quarta edição do programa de conexão, que tem inscrições abertas até 20 de agosto. As startups interessadas não precisam ser da área de saúde e poderão se inscrever para solucionar oito desafios ligados a temas essenciais para a empresa.
Nas três edições anteriores, a Eurofarma recebeu mais de 840 inscrições, analisou as soluções de 145 empresas, selecionou 39 startups e realizou 24 projetos. Entre as startups que executaram os pilotos, 60% assinaram contrato com a farmacêutica. “Muitas das empresas que tiveram suas soluções contratadas na primeira edição são nossas fornecedoras até hoje”, diz o diretor. Com quase 50 anos de história, a Eurofarma investiu R$ 289 milhões em pesquisa e desenvolvimento em 2020 e é a farmacêutica brasileira que mais investe em inovação no país.
Um dos principais atrativos da empresa para as startups é justamente poder fechar negócio com a primeira multinacional farmacêutica de capital 100% brasileiro, que conta com uma rede de relacionamento com cerca de 200 mil médicos e 50 mil farmácias pelo país.
“Quanto tempo uma startup levaria para conseguir testar ou implantar um produto ou serviço nessa escala?”, questiona Helton. “A Eurofarma oferece esse acesso que dificilmente uma healthtech teria.”
Uma das novidades desta edição do Synapsis é o apoio da consultoria de inovação corporativa Innoscience na condução do processo. Marco Perocco, um dos sócios da consultoria, lista outras características da farmacêutica que devem atrair startups para participar do programa. “É uma empresa orientada a resultados, que toma decisões rapidamente e tem experiência em inovação. Não são marinheiros de primeira viagem.”
Marco destaca que, nos programas conduzidos pela Innoscience, a taxa de aprovação dos projetos piloto é de 72%. E 44% das empresas que executam os pilotos têm suas soluções contratadas.
O diferencial da quarta edição do programa foi a realização de um mapeamento dentro da empresa dos desafios que a Eurofarma quer ver solucionados pelas startups. “Em vez de apresentarmos um leque de soluções vindas das startups para os setores, nós agora estamos partindo das dores de cada unidade de negócio para então descobrir como o Synapsis pode ajudar a resolver esses problemas”, explica Helton. O processo, ele diz, gera um maior engajamento com o programa dentro da empresa.
“O sucesso da inovação só acontece se quem está no dia a dia e sente aquela dor participa efetivamente do processo.”
Podem se inscrever no programa as startups que tenham boas soluções para os seguintes desafios:
Após o término das inscrições, em agosto, as primeiras selecionadas apresentarão suas soluções no pitch day com as equipes da Eurofarma e da Innoscience. Quem passar por essa etapa fará um processo de imersão, com workshops, para verificar se estão aptas a desenvolver o piloto. As empresas aprovadas nesta última etapa irão desenvolver o piloto, que é remunerado, entre outubro e dezembro, quando a Eurofarma vai avaliar os projetos e decidir que soluções quer contratar.
As inscrições para o programa de aceleração da Eurofarma estão abertas até o dia 20 de agosto. Acesse eurofarma.com.br/synapsis para saber mais sobre o Synapsis.
Com alta taxa de sucesso dos pilotos e de contratação, o ciclo de estreia do programa de open innovation do Grupo Águas do Brasil mostra que os desafios do setor são grandes oportunidades para o ecossistema de inovação brasileiro