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Com troca de lâmpadas e instalação de painéis solares, programa da CPFL ajuda hospitais a se tornarem mais sustentáveis

Renato Essenfelder - 26 nov 2021
Santa Casa de Araçatuba, um dos hospitais beneficiados pelo programa. (Crédito: Divulgação)
Renato Essenfelder - 26 nov 2021
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Durante a pandemia, os hospitais públicos brasileiros cuidaram de muita gente. E uma parcela deles também pode ser cuidada. Em abril, quando os casos de infecção por coronavírus atingiam um novo e apavorante pico no Brasil, a CPFL entrou em contato com o Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, para saber se as obras que a companhia estava patrocinando deveriam ser paralisadas.

O local estava repleto de pacientes, com equipes trabalhando em um ritmo frenético para salvar vítimas da Covid-19, além de tentar garantir a segurança dos funcionários. Não parecia ser a melhor hora para lançar obras de eficiência energética. A resposta, contudo, foi surpreendente. A direção do HC não só manteve os planos originais como viu ainda mais relevância no projeto, relata relata Felipe Henrique Zaia, gerente de eficiência energética da CPFL.

“Receber investimentos em infraestrutura naquele momento foi visto como algo positivo para o HC. Era uma notícia boa em um momento crítico.”

O programa a que Zaia se refere é o CPFL nos Hospitais. Criado em 2019, ele ganhou importância inesperada durante a pandemia, justamente quando o sistema de saúde se viu sob enorme pressão.

A ideia do programa é patrocinar reformas em hospitais e centros de saúde – apenas públicos ou filantrópicos – para levar economia às contas de luz desses clientes e, de quebra, reduzir o impacto ambiental, promovendo alternativas energéticas mais limpas, como a energia solar.

O programa é fruto de um compromisso público da CPFL de investir até R$ 150 milhões ao longo de três anos (de 2019 ao início de 2022) em hospitais situados nas áreas das quatro distribuidoras do Grupo CPFL (CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz e RGE, no Rio Grande do Sul).

Até o momento, o programa recebeu R$ 128 milhões, em obras que englobam a substituição de 102 mil lâmpadas comuns por modelos com tecnologia LED, instalação de usinas fotovoltaicas (painéis solares), automação e readequação de centrais de ar-condicionado, entre outras medidas de eficiência energética.  

O programa recebeu o SDG Good Practices, um reconhecimento internacional que avalia boas práticas globais. A avaliação foi feita por especialistas de 24 entidades da ONU, que destacaram no relatório:

“A economia de energia gerada pelo programa proporciona a redução de custos necessária para hospitais em um momento crítico devido à pandemia. Essas ações estimulam o engajamento dos colaboradores e da sociedade como um todo.”

Os maiores hospitais já beneficiados pelo programa foram o HC da Unicamp e o Hospital de Amor (o antigo Hospital de Câncer de Barretos), uma instituição filantrópica de referência em oncologia.

Ao todo, 182 unidades de saúde foram beneficiadas e a estimativa é de que suas contas de energia, somadas, tenha ficado R$ 11,2 milhões/ano mais baratas.

REDUZIR O CONSUMO DE ENERGIA E DE CO2

Considerando apenas o HC da Unicamp, a CPFL investiu R$ 900 mil na implantação de uma solução de automação para controle da central de água gelada usada na climatização do prédio, o que deve possibilitar uma economia de 30% em relação ao consumo atual e evitar a emissão de 55,92 toneladas de CO2 na atmosfera – o equivalente ao plantio de 336 árvores. Foram ainda trocados os motores de quatro bombas por modelos mais eficientes e instalado um novo painel de energia para segurança do sistema e do hospital.

As principais ações do programa se concentram na iluminação por LEDs e nos painéis fotovoltaicos instalados no telhado dos prédios dos hospitais, quando possível. O investimento em iluminação mais eficiente é muito vantajoso para hospitais, explica Zaia, porque apesar de o LED ser uma tecnologia madura e estável, muitos hospitais públicos e filantrópicos não têm ainda esse padrão. “E isso é especialmente importante porque em geral as lâmpadas de hospitais ficam acesas 24 horas por dia”, diz.

A CPFL estima que só a troca das lâmpadas nesses locais já seja capaz de gerar redução de 3% a 8% no consumo de energia, enquanto a instalação dos painéis fotovoltaicos agregaria uma poupança média de 30%.

COMO O PROJETO INTEGRA ESTRATÉGIA ESG DA CPFL

Na raiz, quando o CPFL nos Hospitais foi pensado, a equipe da companhia compreendeu que ao investir em saúde pública estaria atendendo a várias demandas em uma só tacada.

O investimento em eficiência energética é obrigatório para os grupos de energia desde o ano 2000, quando foi promulgada a lei 9.991, que prevê que concessionárias de serviços públicos de distribuição, transmissão ou geração de energia elétrica devem aplicar um percentual mínimo de sua receita operacional líquida anual em projetos de pesquisa e desenvolvimento e em ações de eficiência energética.

A escolha por beneficiar hospitais e outros centros de saúde públicos, contudo, foi da CPFL. “Dessa forma conseguiríamos endereçar vários aspectos dos objetivos de ESG da companhia”, conta Zaia. “É um casamento muito bom entre o pilar ambiental e o pilar social do ESG”, completa.

Felipe Henrique Zaia, gerente de eficiência energética da CPFL. (Crédito: Divulgação)

Segundo o gerente de eficiência energética da CPFL, reduzir os custos mensais de energia elétrica de hospitais públicos é uma forma de garantir que aumentem os recursos disponíveis para investir naquilo que é mais importante: a prestação de serviços de saúde gratuitos à população.

Para a escolha das entidades filantrópicas beneficiadas, a CPFL estabeleceu como critério que as entidades possuam Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde (CEBAS), concedido pelo Ministério da Saúde a instituições sem fins lucrativos que façam ao menos 70% de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem custos ao cidadão.

“Quando a gente decidiu fazer esse projeto, tentamos somar esforços com outras áreas da CPFL e buscamos ampliar o tema para além da eficiência energética”, conta Zaia.

INSITUTO FAZ INVESTIMENTOS DIREITOS E COORDENA DOAÇÕES

Para reforçar o programa, a empresa somou esforços com o Instituto CPFL para realizar investimentos diretos em humanização e melhorias de infraestrutura.

Os incentivos à humanização, como o patrocínio à ONG Hospitalhaços, busca tornar o ambiente hospitalar mais leve e descontraído para pacientes, familiares e profissionais de saúde.

Já o eixo de investimentos em melhorias prevê tanto a atenção a problemas de infraestrutura e aquisição de equipamentos como também o financiamento de programas de formação de recursos humanos, além da realização de pesquisas na área da saúde. Diante da pandemia de Covid-19, o Instituto também coordenou a destinação de R$ 5 milhões em insumos médicos, beneficiando 20 hospitais, e doou diretamente R$ 1 milhão ao programa “Salvando Vidas”, do BNDES. 

Um terceiro pilar de ação do CPFL nos Hospitais foi o desenvolvimento de uma tecnologia de doações facilitadas aos hospitais. A empresa hoje permite que clientes – empresariais ou pessoas físicas – façam doações a instituições de saúde, por meio de débitos na conta de energia.

“O cliente acessa o nosso site e escolhe o valor e a instituição de saúde para a qual quer doar. A partir daí, vai aparecer em sua conta de luz, todo mês, aquele valor”, afirma Zaia. É uma forma simples de doar pequenos valores, cuja somatória pode fazer a diferença.

Por meio da CPFL Total, empresa que faz a gestão de doações via conta de energia, foram doados R$ 4,2 milhões a 105 hospitais.

PROGRAMA TERMINA EM 2022, MAS COMPANHIA JÁ DISCUTE NOVAS AÇÕES

“A pandemia trouxe de cara um desafio muito maior, porque do dia para a noite aumentou a nossa dificuldade de operação, já que os hospitais são locais de alto risco de exposição à Covid”, relata Zaia. “Os hospitais, extremamente sobrecarregados, não tinham condições de parar nenhum leito nem para trocar uma lâmpada. Foi desafiador garantir a segurança das equipes e não interromper o atendimento médico.”

Ao mesmo tempo, contudo, o executivo lembra que tem sido um período recompensador por auxiliar as instituições de saúde a operarem de maneira mais eficiente.

As ações estão mantidas até o início de fevereiro. A partir daí, o programa deve passar por uma reformulação.

“Ainda não está definido, mas provavelmente manteremos o foco na saúde pública, porque acabamos descobrindo, nesse período, que existe espaço para ampliar o perfil das unidades, avançar para instituições menores, buscar centros de saúde mais específicos, que trabalhem com idosos, com pessoas com deficiência, com certas doenças. Há muitas possibilidades.”

O trabalho, conclui o executivo, está em linha com a missão e compromissos da CPFL. “Estamos levando aos nossos clientes energia elétrica de qualidade e sustentável, sem desperdício, e ajudando as instituições atendidas a oferecer um serviço essencial e gratuito.”

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