Fascinada sobre como um bloco Post-It® tem significado diverso para cada pessoa, a artista norte-americana Rebecca Murtaugh, em 2001, cobriu todo seu quarto com os adesivos.
Levou seis dias, gastou mil dólares e deu à obra o nome “To Mark A Significant Space in the Bedroom” – em tradução livre, “para marcar um espaço significativo no quarto”. Apenas cinco pessoas viram a obra in loco – as demais, apenas por fotos.
“Eles têm um propósito, mas é diferente para cada pessoa: às vezes é um bilhete, ‘Volto logo’, ou talvez seja um número de telefone. Mas, para todas essas coisas importantes, a própria nota é sempre efêmera e temporária”, disse ela sobre o papel adesivo, na ocasião, ao The New York Times.
“No entanto, ela está carregando todas essas informações valiosas. Portanto, há essa dualidade: é descartável, mas muito valiosa. Eu queria marcar um espaço importante, não um livro com uma nota, mas um cômodo inteiro.”
Essa é provavelmente a primeira arte registrada feita com o icônico produto da 3M.
“Nós buscamos criar cada vez mais significado para os produtos e marca Post-it®️ para que as pessoas não enxerguem apenas um bloco de papel com adesivo para anotar recados e lembretes, mas sim o verdadeiro potencial do produto, uma ferramenta valiosa para ajudar a ser mais criativo e produtivo”, afirma Eric Deuber, líder de Portfólio de Post-It® para a América Latina.
Não é só o Post-It® que tem potencial para arte. Fundador e diretor criativo da Ilustrasoul, o ilustrador Tiago Ots recebeu em 2019 o desafio de criar uma obra de arte usando produtos da 3M para o stand da empresa na Pixel Show, a maior Feira de Criatividade da América Latina.
A ideia era mostrar os itens do portfólio de maneira criativa, de forma a dialogar coerentemente com todo o contexto do evento.
“Como já era muito comum fazer pixel art usando Post-It®, pensamos em ir além”, conta Ots.
“Tivemos a ideia de fazer uma releitura de uma obra clássica usando vários produtos da 3M, desde um protetor de ouvido até curativos Nexcare®.”
Com 10 caixas de produtos em mãos, Ots fez uma releitura do clássico “O Beijo”, de Gustav Klimt. “Visto de longe, era ‘O Beijo’. Quando a pessoa se aproximava é que via a variedade gigantesca de produtos que estavam lá.”
Depois do sucesso do mural, o estúdio de Ots recebeu outro desafio: criar uma arte para um painel diante da sala do presidente da 3M, Marcelo Oromendia, com o tema “Diversidade”.
Após uma série de reuniões de brainstorm e feedback, os artistas fizeram uma obra com dezenas de produtos inusitados, de lixas a eletrodos, de máscaras a placas de trânsito, que mostra rostos de perfil de pessoas de várias culturas e etnias diferentes.
“Como artista, o Post-It® é uma ferramenta do dia a dia, que uso para fazer esboços, anotar coisas. Quisemos mostrar algo maior que isso”, conta ele.
O Post-It® já foi usado em inúmeras obras de arte, como nos gigantescos murais criados nas paredes internas da Galeria Melissa, em São Paulo, há 10 anos – até 500 mil adesivos eram usados nas instalações, nos quais os visitantes deixavam recados ou escreviam mensagens.
Há uma década, ficaram famosas em Nova York (e em Seattle ou Paris) as “Post-It® Wars”, em que funcionários das empresas que ocupavam os enormes prédios corporativos competiam entre si para criar, nas janelas, murais com desenhos e mensagens usando os blocos adesivos.
Foi inspirado nisso que, em 2018, Eligio de Santis, líder de Comunicação Corporativa, e Luiz Serafim, head de Marca e Comunicação da 3M, criaram uma batalha dentro da própria empresa. A campanha surgiu como resposta a um pedido da matriz dos Estados Unidos para estimular e valorizar o espírito curioso e colaborativo que todo funcionário da empresa deve ter.
“Dezenas de equipes trabalharam juntas e tudo tomou uma proporção tão absurda que até faltou Post-It® para os funcionários”, relembra Eligio. No fim, foram mais de 120 trabalhos envolvendo mais de 600 pessoas e houve uma eleição interna para selecionar os três vitoriosos.
A marca Scotch® já promoveu várias edições, tanto em países como Estados Unidos e México como no Brasil, de concursos culturais feitos com fitas transparentes. Aqui no país, batizado de Criação Scotch, o concurso contou com uma votação popular que elegeu as oito melhores obras – todas elas expostas no Mube (Museu Brasileiro de Esculturas), em São Paulo.
O concurso cultural foi inspirado nas obras do artista norte-americano Mark Jenkins, que faz instalações usando, entre outros materiais, as fitas adesivas transparentes da 3M. Ele criou inclusive um site em que mostra alguns de seus trabalhos e em que mostra um tutorial simples de como fazer uma escultura usando as fitas e filme plástico.
A chamada “tape art” tem também como membro proeminente o artista plástico holandês Max Zorn, que cria imagens a partir da sobreposição de camadas de fita adesiva de empacotamento da 3M coladas e esculpidas sobre uma plataforma de acrílico.
Um dos resultados foi um painel de cores e sombras – exposto na VI Mostra 3M de Arte Digital, em 2015 na Fundição Progresso, e realizado sob os olhos de uma curiosa plateia dentro de uma estação de metrô do Rio de Janeiro às vésperas da abertura da exposição.
Até o século 19, carruagens usavam tiras de aço em suas rodas, que serviam como “pneus” – os solavancos no caminho eram por conta da casa. Até que alguém teve a ideia de calçar aquele sistema com tiras de borracha natural.
A criação melhorou um pouco o conforto, mas trouxe consigo outros problemas. A borracha natural ficava pegajosa quando estava muito calor, e encolhia e endurecia quando a temperatura baixava muito.
E então, por volta de 1830, experimentos do americano Charles Goodyear mostraram que a borracha cozida com enxofre em altas temperaturas mantinha suas condições de elasticidade em qualquer temperatura – o processo recebeu o nome de vulcanização.
Em 1845, os irmãos Michelin foram os primeiros a conseguir a patente do pneu para automóveis. O que provavelmente nenhum deles imaginava era que, tempos mais tarde, uma invenção tão prática seria usada para produzir arte.
O artista norte-americano Chakaia Booker não é o primeiro a trabalhar com o material, mas é um dos mais conhecidos no mundo por suas obras feitas a partir de pneus reciclados. Nascido em New Jersey, o escultor cria grandes objetos abstratos tanto para galerias quanto para exposição em espaços públicos.
Por mais de 30 anos, Booker trabalhou principalmente com borracha automotiva. Na década de 1980, ele recuperou pneus estourados no East Village de Manhattan, onde ainda mora. Agora, suas fontes incluem a Michelin, que envia pneus usados de carros de corrida e motocicletas.
Ele existe há 4 mil anos. Hieróglifos encontrados em um sarcófago egípcio datado do ano 2000 a.C. já faziam referência ao cabide, objeto presente no cotidiano das rainhas e dos reis egípcios.
A primeira representação pictórica de que se tem notícia de um cabide, no entanto, está em uma ânfora de 250 a.C., nas mãos da deusa Atena. Embora seja muito parecido com o que conhecemos hoje, o cabide tinha um uso diferente: era um recurso que ajudava a preservar as túnicas, fazendo-as durar mais tempo.
Esse material inusitado é responsável pelas esculturas mais famosas do artista escocês David Mach.
Instrumentos parecidos com nossos lápis já eram usados desde a Antiguidade por gregos e romanos, que usavam barrinhas redondas de chumbo para desenhar e escrever. No século 12 surgiu um lápis feito com a mistura de estanho e chumbo, conhecido como “lápis de prata” – Leonardo da Vinci, por exemplo, o usava.
O atual formato do objeto surgiu no século 16, com a descoberta de jazidas de grafite – material que compõe o lápis – na Inglaterra. Em 1839, o alemão Johann Faber criou uma máquina para produzir lápis com capa de madeira, bem parecidos com os atuais. Mais tarde, ceras, resinas, colas e pigmentos foram acrescentados, para a criação do lápis de cor.
A sul-africana Jennifer Maestre é, com o perdão do trocadilho proposital, uma mestre em criar obras feitas não tendo o lápis como objeto de desenho, e sim como matéria-prima. Suas esculturas usam uma variedade de lápis para formar objetos orgânicos.
Em termos de excentricidade de material, talvez o italiano Maurizio Savini seja um dos artistas mais inventivos da atualidade – ao lado de nosso brasileiro Vik Muniz, que usa alimentos e lixo como base para suas obras.
Maurizio faz esculturas com chiclete. São milhares de pedaços desse produto criado em 1872 pelo inventor americano Thomas Adams, que fabricou o primeiro lote do doce em formato de bola e aromatizando resinas naturais com extrato de alcaçuz.
Para criar suas obras, todas na cor rosa, Maurizio trabalha com o material quente, usando uma faca. Para deixá-las firmes, ele usa uma solução química contendo formaldeído.
Blocos Post-it®, fitas adesivas, cabides, chiclete e pneus são apenas alguns dos inúmeros produtos que dão vida a mensagens por mãos de inspirados artistas, amadores e profissionais, por todo o mundo.
Essas apropriações de produtos para fazer arte é uma das expressões mais fantásticas do potencial criativo das pessoas, no sublime ato de humanizar a vida.
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