Nome:
Central de Custódia.
O que faz:
É uma plataforma que funciona como um verificador independente de dados do segmento de logística reversa de embalagens pós-consumo, com a finalidade de consolidar essas informações de forma integrada.
Que problema resolve:
Busca solucionar o problema da imprecisão de dados que existem sobre a cadeia de logística reversa e reciclagem de embalagens. A comercialização desse tipo de resíduo implica na necessidade de se emitir notas fiscais com dados relativos à massa de material que foi recuperada e muitas vezes uma mesma nota fiscal é utilizada como comprovação de resultado de logística reversa por duas entidades gestoras diferentes. Nesse caso ocorre a chamada colidência de notas fiscais, que pode gerar resultados imprecisos, reportando um valor maior de massa de embalagens recuperada do que o que realmente ocorreu. A Central de Custódia também busca dar uma solução para as empresas poderem comprovar o que efetivamente têm feito em relação à reciclagem de materiais e estímulo à economia circular.
O que a torna especial:
A Central de Custódia entrou no mercado brasileiro para atuar como um verificador independente de dados sobre a cadeia de reciclagem e logística reversa de embalagens pós-consumo, função que hoje, segundo o fundador Fernando Bernardes, não é desempenhada por nenhuma empresa ou organização no Brasil.
Modelo de negócio:
A startup tem seu modelo de negócios baseado no faturamento de um valor sobre os dados das massas de embalagens recicladas ou recuperadas por seus parceiros que são registrados por eles mesmos na plataforma. Nesse modelo, cabe à Central de Custódia registrar, armazenar e consolidar esses dados, conferindo transparência e segurança à cadeia de logística reversa de embalagens pós-consumo. “O modelo é inovador porque é inédito no Brasil e está baseado na figura do verificador independente e unicidade de dados, que são essenciais para qualquer sistema de ‘responsabilidade do produtor’ (fabricantes e importadores de produtos embalados) e para garantir o compliances” exigido pela pauta ESG“, diz o fundador.
Fundação:
Agosto de 2021.
Sócio:
Fernando Bernardes — Diretor de Operações e fundador
Fundador:
Fernando Bernardes — 32 anos, Três Lagoas (MS) — é doutor em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos pela UFMS. Atua como professor do programa de pós-graduação de sustentabilidade e eficiência energética da UFMS.
Como surgiu:
Fernando atua na área ambiental há mais de 15 anos e o assunto já chamava sua atenção. Ele notou que, desde que a logística reversa de embalagens se tornou obrigação para o setor produtivo, em 2015, uma série de programas e sistemas foram criados para executar a logística reversa no país e cada vez mais estão investindo e adquirindo os resultados, lastreados em notas fiscais de comercialização de recicláveis emitidas por cooperativas/associações de catadores e empresas privadas que triam e comercializam esses materiais para a indústria recicladora. “No entanto, as notas fiscais podem ser entregues para mais de uma entidade gestora de logística reversa, duplicando os resultados entregue aos órgãos ambientais.” Para resolver esse equívoco e fazer uma autorregulação privada, ele decidiu criar a Central de Custódia. “Essa autorregulação busca atribuir maior eficácia, eficiência e confiança, bem como incrementar o nível de garantia quanto ao cumprimento da meta hoje fixada em 22%, mitigando o risco de resultados duplicados e sem lastro na origem, o que, porventura, poderia impactar na agenda ESG.”
Estágio atual:
A empresa está sediada na cidade de São Paulo. Atualmente, a Central de Custódia já tem na sua base sete entidades gestoras e 165 mil toneladas custodiadas e verificadas, o que representa 1/3 de todo o material reciclável coletado no país no ano de 2020, segundo o fundador.
Aceleração:
Não teve.
Investimento recebido:
A Central de Custódia recebeu 1 milhão de reais de investimento de uma empresa americana chamada Circularity LLC.
Necessidade de investimento:
“Atualmente, por já ter desenvolvido o módulo 1, a empresa busca uma consolidação no mercado, visando 50% de todo o material reciclável declarado no país, o que já deve acontecer no ano de 2022. No entanto, já existe um plano de negócio desenhado para captar 3 milhões de reais para o desenvolvimento dos próximos módulos”, diz Fernando.
Mercado e concorrentes:
“As perspectivas do mercado são muito positivas porque a solução que a Central de Custódia está trazendo nunca foi implementada aqui. Além disso, diversas empresas têm feito um grande esforço para avançar em suas agendas ESG e um fator essencial para isso é comprovar de forma clara e transparente o que estão fazendo efetivamente em relação à reciclagem de resíduos sólidos e estímulo à economia circular. Em números, sabemos que a meta nacional estipulada é de 22%, o que representa 2,2 milhões de toneladas de embalagens. O Brasil ainda está engatinhando nesse caminho, cumprimos algo em torno de 7%. No horizonte de médio a longo prazo, liderado pelas questões climáticas e políticas de ESG, esse mercado tende a atingir os 22% e superá-lo, buscando metas de até 60-70% de retorno de embalagens, o que multiplica o negócio da Central de Custódia em dez vezes”, afirma o empreendedor. Ele diz que o negócio ainda é único no país.
Maiores desafios:
“Os maiores desafios são trazer a integralidade das entidades gestoras e sistemas de logística reversa para base de dados da Central de Custódia, o que possibilitará à empresa também fornecer a verificação integral das informações. Esse desafio não está na tecnologia que a empresa utiliza, que facilmente atenderia a essa expectativa, mas sim em políticas privadas e públicas que façam o setor produtivo executar a logística reversa de embalagens em geral com segurança e transparência. Mas em quatro meses de atuação, temos 30% do mercado nacional e esperamos que em um ano de operação já superemos os 50%.”
Faturamento:
500 mil reais (previsão para 2022, com sete clientes).
Previsão de break-even:
Em dois anos e meio.
Visão de futuro:
“Ser o maior verificador independente dos resultados de logística reversa de toda a América Latina. Com a organização e rastreabilidade dos dados e do setor de logística reversa de embalagens, a empresa acredita que outras partes podem ser beneficiadas, como instâncias de Governo, já que uma maior formalização da cadeia de reciclagem poderia incrementar a arrecadação de tributos que não são recolhidos hoje. Além disso, o incremento dos resultados gerados pelas cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis e, consequente remuneração dessas entidades, permite melhores ganhos e condições de vida para esses trabalhadores. Por último, mas não menos importante, a gestão transparente, coletiva e construtiva dos bons programas de logística reversa de embalagens contribui para a governança do setor.”
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