“Sempre tivemos inclinação para inovar, começando pelo fato de termos sido uma das primeiras concessionárias privadas do país”, afirma Cláudio Abduche, diretor-presidente do Grupo Águas do Brasil. A empresa, fundada em 1998, é uma das maiores do setor de saneamento de todo o território nacional e acaba de lançar seu programa de inovação aberta.
Para ele, o início das operações do Torneira Lab, como o projeto foi batizado, é reflexo da maturidade em inovação que a empresa atingiu em 2022, com a experiência acumulada em outras ações.
“Por mais que a gente não tivesse um programa estruturado, já nos conectamos com várias startups, universidades e centros de pesquisa. Temos também outras frentes, como a de intraempreendedorismo, focada em boas ideias, e de capacitação da nossa equipe a partir da perspectiva de inovação”
O Grupo chegou até mesmo a receber, no ano passado, o prêmio TOP 5 Saneamento do Ranking 100 Open Startups, que reconhece as organizações líderes em open innovation, pelas conexões com as techs Stattus 4, Biohack e Eisenia.
“Hoje em dia não tem muita startup voltada especificamente para o setor de saneamento. É importante mostrarmos todo esse potencial e as oportunidades”, comenta Cláudio, reforçando que o aumento da demanda nos últimos anos fez com que o Grupo tivesse necessidade de criar um sistema mais estruturado de inovação.
Ele destaca, ainda, a atualização do marco regulatório de saneamento básico (Lei nº 14.026/2020), feita há dois anos, como catalisador da disrupção no setor. Com a mudança, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) passou a editar normas de referência de toda a área.
“O novo marco abre uma possibilidade gigantesca, como a busca por novos fornecedores para adequação às normas e novas soluções. Isso acelera o processo de inovação e tecnologia no segmento como um todo”, pontua.
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A iniciativa já nasce propondo sete desafios para o ecossistema de startups do Brasil, baseados em questões que o Grupo vivencia e busca resolver, oportunidades e novas tecnologias, e tendências do setor. São eles:
Cláudio explica que a lista foi definida a partir de um mapeamento interno de sete verticais por um comitê de inovação, composto pela diretoria da empresa e áreas estratégicas. Cada um dos desafios conta com um time do Grupo para auxiliar no processo – são, ao todo, 60 pessoas diretamente envolvidas. O presidente comenta:
“Temos uma equipe técnica muito bem capacitada, que vai trabalhar junto às startups, desde a parte do desenho do piloto, e que tem todo interesse de que esse trabalho dê certo, de que o produto tenha êxito”
O convite é para que as techs se inscrevam no programa e apresentem suas soluções até o dia 4 de novembro. “Nossa empresa é muito robusta, tem recursos, tem estrutura, tem pessoas. Vejo uma oportunidade de parceria não só de serviços, mas de cocriação”, diz Cláudio.
O Grupo está abrindo suas plantas para que as startups possam testar e validar seu modelo de negócio, além de ter contato com todo o corpo executivo da empresa.
Em contrapartida, o Grupo espera um “mindset de cooperação”. “Dedicação e disposição são mais importantes que o resultado em si, e o sucesso vai ser uma consequência disso. Não adianta a gente ter bons resultados com uma empresa que a gente não sentiu que foi parceira nossa”, explica.
Se você tem uma startup e cogita participar do Torneira Lab, deve estar se perguntando o que o programa tem a oferecer para não ser só mais uma iniciativa de open innovation no mercado. Para Cláudio, os dois lados, Grupo e startups, têm a ganhar:
“É uma conexão em que você casa a capacidade de recurso e a experiência de uma grande corporação com a ousadia de uma startup. Resulta em experimentação, acesso a tecnologias e atualização. Parcerias com o ecossistema de inovação já deram bons frutos e queremos potencializar isso”
Sendo uma companhia 100% nacional, o Grupo Águas do Brasil busca soluções dentro de casa, e não lá fora, para fomentar o ecossistema brasileiro de inovação, que ainda não conseguiu enxergar todo o potencial do setor de saneamento.
Entre os motivos para que uma tech participe das inscrições para o programa, o Grupo destaca quatro centrais. “Visibilidade” é o primeiro deles, uma vez que as escolhidas vão atuar em uma empresa referência no Brasil, uma das maiores do setor de concessões privadas prestadoras de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
Há também, a possibilidade de novos conhecimentos, o que é uma grande vantagem para quem pensa em investir no setor de saneamento de forma mais ampla. “Nossa empresa conta com 14 concessionárias e duas sociedades operacionais impactando mais de 5,1 milhões de vidas brasileiras. Nós fazemos isso há bastante tempo, sabemos onde podemos testar mais, onde podemos testar menos”, pondera Cláudio.
Gerar valor para uma companhia como o Grupo, então, significa também experiência, a aplicação do conhecimento dentro de um ambiente favorável à inovação, com mais de 3 mil colaboradores comprometidos com uma cultura disruptiva, profissionais envolvidos no acompanhamento e que podem contribuir com direcionamentos.
O executivo ressalta, ainda, a parceria com a Innoscience, especializada em consultoria de inovação corporativa, para a realização do Torneira Lab. “A equipe de lá nos ajudou a desenhar o nosso sistema de inovação e gostamos muito do trabalho”, conta Cláudio.
“Para nós, esse é um projeto com extremo potencial. O Grupo Águas do Brasil se propôs a rever seus processos para inovar ainda mais, e estamos falando de uma empresa com quase 25 anos de mercado. O novo programa de inovação aberta é muito promissor para as startups e conta com a participação ativa da Diretoria da empresa”, comenta Dagoberto Trento, partner da Innoscience.
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Com alta taxa de sucesso dos pilotos e de contratação, o ciclo de estreia do programa de open innovation do Grupo Águas do Brasil mostra que os desafios do setor são grandes oportunidades para o ecossistema de inovação brasileiro