Pelo terceiro ano consecutivo, tenho a oportunidade de participar da National Restaurant Association (NRA), a maior feira de varejo de foodservice do mundo, em Chicago, nos Estados Unidos. E mesmo acompanhando o evento ano após ano, as novidades sempre fazem meus olhos brilharem e as trocas de experiências agregam muito. Desta vez, analisando os desafios do varejo, muito se falou em três pilares fundamentais que guiarão os negócios para o sucesso, como listou a presidente da NRA, Michelle Korsmo, em sua palestra: a cultura dos funcionários, a tecnologia para a inovação e a experiência do cliente.
O primeiro ponto é o foco no empregado, na atração dos melhores funcionários, na capacitação e na retenção das pessoas. Aqui, já conectando-se ao segundo pilar, entra a tecnologia cuidando do staff durante sua jornada de trabalho no restaurante, ajudando a direcionar as pessoas para o que elas precisam executar com menos esforço. Nesse sentido, fornos, equipamentos de resfriamento e cocção chegam com muita tecnologia embarcada, conectividade e inteligência artificial, facilitando o dia a dia, garantindo assim padronização, redução de custo, controle e previsibilidade. E me chamaram a atenção soluções que buscam garantir que os funcionários estejam treinados e aptos a desenvolver suas tarefas, como jornada de onboarding, definição de escalas, checklist de atividades e auditoria por meio de gamificação.
Vimos também muitas novidades em ferramentas focadas na execução correta, seja de uma receita ou mesmo de uma atividade, criando dashboards e insights a partir do comportamento dos funcionários em suas execuções. Um dos focos principais foi a tecnologia aplicada pensada em sustentabilidade, na jornada para redução do desperdício ou mesmo no processo de reaproveitamento de alimentos.
Ressalto uma das tecnologias apresentadas que é capaz de pesar as sobras e fazer, inclusive, a identificação visual dos alimentos para interpretar o processo e direcionar o armazenamento, ou mesmo sugerir a aplicação em novas receitas, já dando o passo a passo de execução. Destaque também para um forno combinado com refrigeração quente que armazena as receitas à temperatura correta, podendo servir no ato da demanda ou mesmo armazenar por até 72 horas, garantindo sabor, consistência e aparência dos alimentos.
O pilar da inovação se mostra fundamental para melhorar a produtividade, gerir o restaurante e diminuir a fricção. E tudo isso leva ao êxito do terceiro pilar, que diz respeito à experiência do cliente. Está claro que a jornada do consumidor deve ser cada vez mais encantadora para que seja possível se dar uma real proposta de valor, para que as pessoas de fato se fidelizem à marca, se sintam acolhidas. É a tal hospitalidade que está sendo debatida como ponto fundamental para conquistar o cliente.
Vale ressaltar que no restaurante do futuro, os robôs que servem as mesas são uma realidade, mas eles não devem substituir os garçons. A proposta é que os funcionários passem a desempenhar apenas atividades que aportem valor no relacionamento com o cliente. A máquina serve e retira os pratos, executa as tarefas mecânicas que não agregam valor. Assim, elas liberam os funcionários para que eles possam estar mais presentes, dando atenção adequada e realizando o melhor atendimento ao consumidor. A ideia não está ligada à redução de pessoas, mas ao aumento da produtividade e à excelência na experiência.
No final das contas, a tecnologia, a inovação dos equipamentos, a capacitação e o engajamento das equipes têm como finalidade impactar positivamente na experiência dos clientes por meio de um negócio mais produtivo e rentável.
Muito além de política pública, passou do tempo de equidade racial estar apenas na agenda de responsabilidade social de empresas no Brasil. Saiba o que grandes organizações, como a Sodexo, estão fazendo em prol dessa causa.