“Aprendizado” é a palavra que define a primeira edição do Torneira Lab – Startups, programa de inovação aberta do Grupo Águas do Brasil, para Luciana Parente, superintendente de Engenharia e Inovação da companhia.
E isso não é pouca coisa para uma empresa que está na ativa há 25 anos e é uma das principais do setor privado de prestação de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos do país.
Entre os ganhos, está o fortalecimento de uma nova forma de trabalhar e de se relacionar com a inovação, com metodologia ágil e adaptabilidade, como comenta Luciana:
“A gente trabalhou de uma forma estruturada desde o início da construção dos problemas e de possíveis soluções, envolvendo as pessoas, sempre com esse espírito de experimentação. O Torneira Lab trouxe isso para a prática do time dos projetos e da companhia como um todo”.
Lançado oficialmente em outubro do ano passado, o Torneira Lab – Startups comemora os resultados da primeira edição, com alta taxa de contratação de startups após os pilotos, enquanto trabalha na segunda rodada da iniciativa.
No centro de tudo, um desejo: mostrar para o ecossistema de inovação brasileiro o potencial do setor de saneamento que, em seu core business, promove dignidade, saúde e qualidade de vida para milhões de pessoas.
Fortalecer a cultura da inovação dentro do Grupo Águas do Brasil era um dos objetivos do programa, que foi cumprido com êxito, um mérito compartilhado com outros dois projetos da companhia.
“O programa foi um componente muito importante para isso, combinado também com nossa iniciativa de intraempreendedorismo e com nosso programa voltado para adaptação da cultura e capacitação, o Redescobrir. O Torneira Lab estabeleceu as bases para o nosso relacionamento como Grupo com as startups”
Para Luciana, o Torneira Lab – Startups faz parte de algo contínuo e evolutivo dentro da companhia, o que prova que a inovação veio para ficar.
“Nossa equipe, como um todo, se engajou muito e pudemos ver a força dos olhares multidisciplinares, já que envolvemos várias áreas estratégicas do Grupo desde o início do processo”, relata.
Mais de 70 pessoas estiveram diretamente ligadas aos desafios que se tornaram pilotos, mas muitas mais foram mobilizadas. E nada menos do que 156 startups se inscreveram e/ou foram mapeadas para o programa.
Quando o Grupo Águas do Brasil lançou o Torneira Lab – Startups e a sua primeira chamada para o ecossistema de inovação, eram sete os desafios elencados, definidos com participação das equipes internas.
Já nas primeiras etapas, um deles, relacionado a soluções financeiras para clientes, ganhou novos contornos e foi tratado em paralelo, como um projeto robusto à parte, como explica Luciana:
“O que poderia ter sido uma frustração na verdade derivou para algo maior, que é um projeto de novas receitas que estamos estruturando, com três projetos iniciais, e que pode criar inclusive novas oportunidades para startups”.
O Torneira Lab – Startups conta com a parceria da Innoscience Consultoria, empresa especializada em inovação corporativa que apoia grandes empresas em suas jornadas de inovação. Para Dagoberto Trento, sócio da Innoscience, isso mostra o quanto a empresa está envolvida com a cultura da inovação.
“Essa capacidade de adaptação rápida é muito significativa, porque o Grupo não deixou o assunto esfriar, e esse comprometimento está em todos os níveis hierárquicos da companhia”, pontua.
Se a primeira edição do Torneira Lab – Startups gerou muito aprendizado e benefícios para o Grupo Águas do Brasil, o mesmo aconteceu com as startups envolvidas no processo.
Dos seis pilotos que foram realizados, cinco foram finalizados, com contratação já formalizada de duas techs.
Uma delas foi a IBID, que participou do desafio de desenvolvimento de uma central virtual de integração de compras compatível com as necessidades da companhia, que tem cerca de 45 mil produtos cadastrados no processo de compra de suprimentos.
Já a Aimirim aderiu à demanda por um software para análise energética integrada
ao sistema de distribuição de água e coleta de efluentes, um desafio muito estratégico, já que o consumo de energia é responsável por cerca de 24% dos custos de operação da empresa.
“Estes dois pilotos não foram simples, mas percebemos uma vontade muito grande das startups de fazer dar certo, e o mesmo aconteceu por parte do nosso time. Essa integração é uma satisfação enorme, porque os resultados de inovação muitas vezes dependem mais das pessoas envolvidas e da persistência do que da solução em si”
A superintendente de Engenharia e Inovação do Grupo adiciona, ainda, que essa flexibilidade é uma das principais vantagens de se trabalhar com startups.
“Não querem vender uma solução pronta, mas se adaptam às nossas necessidades. É importante a gente manter esse espírito de tentar, de experimentar, mesmo com as intercorrências do caminho”, pontua.
Além dos dois pilotos que já geraram contratação, o Grupo trabalha com uma alta possibilidade de rollout do desafio que teve prazo estendido: o de desenvolver novas formas de medir, coletar e correlacionar dados entre áreas para tomadas de decisões, em parceria com a startup Group Link.
“O sistema tem um potencial muito grande e o time da Group Link também quer resolver a questão, além de ter uma tecnologia muito importante para o saneamento, que é a telemetria, que envolve medição e monitoramento inteligentes”, conta Luciana.
Se a empresa decidir pelo rollout, a taxa de contratação de startups na primeira edição do Torneira Lab – Startups sobe para 50%, bem acima da média de programas de inovação aberta.
“O interessante é que, mesmo com a extensão de pilotos, ainda conseguimos resultados bem mais céleres com startups em relação ao processo com grandes empresas, com fluxos mais burocráticos”, pontua Dagoberto.
Os três pilotos que não geraram contratação também tiveram sucesso dentro do escopo inicial e geraram insights para novos desafios, que foram formulados com auxílio da metodologia da Innoscience.
“Os temas, que são o lodo resultante do processo de tratamento de esgoto, a relação com clientes das comunidades e a perda de água na distribuição, já estão sendo desdobrados a partir dos aprendizados”, frisa Luciana.
Se preparando para o processo de imersão com sete startups escolhidas na segunda edição do Torneira Lab – Startups, que foi lançada em setembro de 2023 com novos desafios, o Grupo quer intensificar, cada vez mais, sua relação com o ecossistema de inovação do Brasil, como conta Luciana:
“O setor de saneamento está crescendo rápido, ganhando mais investimentos, e tem muitos desafios que são oportunidades para as startups. Mesmo sendo tão importante e garantindo uma vida digna para milhões de pessoas, tendo impacto inclusive na saúde pública, é um setor ainda invisível para as pessoas e para o mercado. Precisamos mudar isso”
De fato, o potencial do setor de saneamento é do mesmo tamanho de sua relevância e urgência.
De acordo com o Ranking de Saneamento 2023, elaborado pelo Instituto Trata Brasil com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o tratamento de esgoto é 340% maior nos 20 municípios mais bem colocados do que nos 20 piores do Brasil.
A cidade de Niterói, atendida pela concessionária Águas de Niterói, do Grupo Águas do Brasil, foi eleita a quarta melhor do Brasil, segundo o mesmo ranking. A concessão conta com 100% de abastecimento de água, 95,5% de cobertura de esgoto e menos de 25% de índice de perda de água.
Isso reforça a importância do setor. Para se ter uma ideia, quase 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável no país e cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto.
“Muitas doenças que levam a óbito poderiam ser evitadas. O que estamos fazendo impacta vidas de uma forma muito significativa, e queremos que as startups façam parte disso”, completa Luciana.
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