Há 23 anos trabalhando no Grupo Stefanini, multinacional brasileira de serviços de tecnologia, o CEO da empresa no Brasil, Marcelo Ciasca, nunca a viu encolher. “A Stefanini vem crescendo mais de dois dígitos todos os anos”, afirma.
Ele acompanhou de perto os processos decisórios das 38 aquisições que o grupo fez nos últimos 15 anos, incluindo algumas fusões, para se tornar uma companhia global, hoje presente em 41 países e faturamento anual de 7 bilhões de reais.
O grupo tem 1 bilhão de reais disponíveis para investir no desenvolvimento de soluções com inteligência artificial generativa e para realizar novas aquisições com foco em segurança cibernética e tecnologias para indústrias, como IA, robótica, Internet das Coisas e computação em nuvem.
Seis meses depois de o ChatGPT ter sido lançado no mercado pela americana OpenIA, a Stefanini lançou uma nova divisão da sua área de inovação dedicada a estudar a IA generativa e desenvolver novos produtos com essa tecnologia.
“IA generativa ainda é muito nova para todo mundo, não existem empresas com tanto conhecimento assim no mercado”, diz Ciasca, sobre o foco em criar soluções internamente.
A julgar pelo modelo de inovação praticado, startups de IA generativa poderão receber recursos do grupo para sua aceleração. Entenda mais detalhes na entrevista a seguir:
O Grupo Stefanini é hoje a empresa de Serviços e Consultoria de TI que mais investe em startups no Brasil, segundo o ranking 100 Open Startups 2023 – não somente em aquisições de participação ou controle acionário, mas em contratos. A empresa, inclusive, costuma dizer que criou um ecossistema de inovação. Como funciona essa estratégia?
Vou voltar um pouquinho atrás, porque nós não criamos o ecossistema com essa intenção que está hoje.
Há mais ou menos uns 12 anos começamos um processo de M&A [mergers and acquisitions, ou “fusões e aquisições”] muito forte, com intenção de crescimento, abrangência territorial, internacionalização, de estar mais forte em algumas regiões e até em alguns serviços que nós tínhamos na época.
Ainda não se falava muito em digitalização, transformação digital. Inteligência artificial, apesar de já existir, tinha uma participação mais tímida
Compramos uma empresa nos Estados Unidos, uma na Colômbia, uma no Uruguai e mais algumas. Apesar de estar fora do Brasil naquela época, tenho 23 anos de empresa e participei muito próximo das decisões. A gente via que já estava começando a ter um movimento que levava a uma sinergia muito grande entre tecnologia e negócios nas empresas.
Sempre trabalhamos com as maiores empresas, tanto públicas como privadas, como clientes nossos. E era visível que a tecnologia por si só, como vendíamos na época, não tinha um futuro muito legal se a gente continuasse daquela maneira.
De que maneira?
A Stefani começou com serviços de TI: desenvolvimento e sustentação de sistemas, manutenção em geral, suporte e manutenção de parques de equipamentos das empresas numa forma de serviços, implementação de grandes ERPs como SAP, Oracle, que são grandes soluções de gestão para as empresas. No início da operação da Stefanini, o nosso grande cliente era as áreas de TI das empresas, eu vendia para os CIOs.
Quando decidimos fazer as primeiras aquisições, por volta de 2009, eram para complementar o portfólio que tínhamos, para crescer em regiões onde nós não tínhamos tanta presença geográfica, era para fazer uma ampliação daquilo que a gente já tinha.
Depois de alguns anos, a gente enxergou que o futuro estava cada vez mais com uma convergência de soluções de TI para os negócios das empresas e se a gente quisesse estar próximo do cliente e poder agregar valor, já que os serviços de TI em geral estavam se transformando em commodity
E aí veio a segunda onda de aquisições – de empresas menores, mais de nicho, especializadas na indústria, financeiro, cibersegurança, vendas, marketing, com uma frente muito grande de analytics e inteligência artificial. Há 12 anos, compramos a primeira empresa que tinha um chatbot que trabalhava de forma cognitiva, e foi a nossa primeira empresa onde a gente já começou a trabalhar de alguma maneira com IA.
Nós trouxemos para dentro do grupo uma empresa que era especialista em automação industrial e usava muito a inteligência artificial de maneira mais tradicional para levar soluções para os clientes, como IoT, com machine learning.
Com isso, começamos a criar um núcleo muito reforçado desse ecossistema. Como nós passamos a ter uma visão mais de soluções para levar transformação para o cliente, nem tudo está dentro do grupo.
O que não está dentro do grupo são empresas parceiras, o ecossistema de inovação a que vocês se referem?
Hoje nós temos um ecossistema que é formado pela Stefanini, como grupo, principal base desse ecossistema e, na periferia, as startups, algumas alianças com universidades e uma série de iniciativas que trazem novidades.
A gente acelera algumas empresas que têm produtos que complementam a nossa oferta, justamente para poder levar ao cliente uma solução end to end, voltada para a transformação do negócio.
O grupo é formado por empresas que fomos adquirindo e por todo esse processo de investimento em startups que a gente vem fazendo também. Algumas soluções que nós precisamos levar para clientes não estão em casa, não somos uma empresa verticalizada que faz tudo in house
À medida que foi ocorrendo essa transformação digital no mundo, ficou mais nítido e mais claro a necessidade das empresas integrarem soluções com outras empresas. Podem ser pequenas empresas, grandes empresas ou players gigantescos como IBM, SAP, Adobe. Nós somos parceiros importantes para elas e elas para nós.
Quantas aquisições de empresas a Stefanini fez de 2010 até 2024?
São mais de 30 empresas que fazem parte do grupo hoje. A Stefanini vem crescendo mais de dois dígitos todos os anos. É talvez a empresa mais internacionalizada e com certeza a maior empresa de tecnologia do Brasil, da América Latina.
Como está a governança da inovação na empresa hoje?
Temos algumas áreas. Para nós, a inovação tem algumas vertentes.
Nos últimos cinco anos a gente vem trabalhando muito forte para pensar o que o mercado está visualizando para o futuro e como que a gente pode integrar ao que existe no mercado, um trabalho muito forte de relacionamento com startups, eventos que a gente faz, hackathons e uma série de coisas para buscar tecnologia nova no mercado, e ver como incorporar ao ecossistema. Temos uma área dentro da empresa que é especializada nisso.
Em paralelo, a gente estruturou uma área que começou a se especializar cada vez mais na IA generativa; desde maio do ano passado, quando saiu o ChatGPT e enxergamos que IA generativa poderia realmente ter um impacto significativo no negócio dos nossos clientes, começamos a investir bastante internamente e aí dividimos
Todas as semanas temos uma reunião de comitê com os CEOs de todas as subsidiárias e o CEO global, Marco Stefanini [que fundou a Stefanini em 1987], onde a gente trata de IA, o que a gente vai fazer, a evolução que a gente vai dar para isso.
Temos as vertentes que são especializadas principalmente por soluções. Para nós a IA generativa não é um produto que nós vendemos, mas uma ferramenta que nós usamos dentro das nossas soluções para acelerar o time to market dos nossos clientes, para dar mais qualidade, para conseguir efetivamente ser mais rápido e melhorar a performance das nossas soluções junto aos nossos clientes.
Então, na área de digital workplace e enterprise services, por exemplo, a subsidiária da Stefanini nos Estados Unidos está encabeçando isso. Quando a gente fala na área de desenvolvimento de aplicações usando IA generativa, o Brasil está encabeçando isso. Quando a gente fala em cyber, nós temos uma empresa do grupo que está se especializando em soluções usando IA generativa.
E aí criamos a SAI, Stefanini Artificial Intelligence, que são soluções dos nossos negócios: SAI app, SAI digital workplace, SAI enterprise services, SAI cyber, SAI marketing. Para cada uma das áreas, temos uma oferta com prompts criados e implementados. São sete ofertas, inclusive, na parte de manufatura. Até porque, como eu comentei, Inteligência Artificial – não a generativa –, a gente já trabalha há bastante tempo com soluções para o mercado.
Ainda sobre a inovação na Stefanini, a empresa tem a 87.co e a Stefanini Ventures. O que faz cada área e porque elas existem?
Stefanini Ventures é a maneira como nós chamamos as empresas que se incorporaram ao grupo, então essas 30 e poucas empresas, nós chamamos de Ventures. O 87 é uma referência ao número da nossa grande sala de trabalho integrado e colaborativo, com ilhas e mais de 200 posições onde os squads se reúnem.
Nós criamos a campanha Stefanini 87.co para buscar inovação e novos projetos, tanto entre o público interno da Stefanini, como externo, no mercado. Pessoas que queiram trazer alguns projetos específicos para áreas específicas que a gente está querendo investir ou acelerar.
Você falou sobre as áreas temáticas que tem de IA na empresa. Poderia dar exemplos?
O nosso portfólio de serviços é bastante grande e nós tomamos algumas das soluções que a gente leva para o mercado nas quais a gente efetivamente pode usar IA generativa, que pode trazer um ganho de produtividade muito alto.
Por exemplo, em atendimento. Temos clientes no mundo inteiro, que usam idiomas diversos, atendemos em 44 idiomas. Com o ChatGPT e com o LLM em geral [Large Language Model, traduzido literalmente como Grande Modelo de Linguagem, um modelo de aprendizado de máquina treinado com grandes quantidades de texto], conseguimos fazer atendimento sem a necessidade de ter pessoas. Então, se agiliza muito esse processo, tanto para dados como para voz.
Então, se você trabalha numa grande empresa e tem um problema com a sua máquina ou com o aplicativo que você utiliza, você vai ligar para um helpdesk, que do outro lado pode ser uma pessoa te atendendo, pode ser um IA generativo, pode ser um atendente virtual que nós já temos implementado dentro das nossas soluções, que vai te atender por voz ou por dados e você pode entrar com o idioma e ele te responde no seu idioma mesmo ou no idioma que você quiser, que você quiser interagir com ele. Essa é uma das soluções que a gente já vem implementando e já vem utilizando em clientes.
Quando a gente fala em cyber, temos soluções usando IA generativa que ajudam absurdamente na detecção de fraudes, em cartões de crédito, transações bancárias
No marketing, por exemplo, quando o cliente precisa de uma criação específica, a gente consegue fazer peças e uma produção quase que 100% usando IA.
Sem contar com aquilo que a gente consegue fazer dentro da nossa organização, com automação para soluções internas, para áreas jurídicas, financeiras etc., para melhorar a qualidade do nosso serviço interno.
Na área de manufatura, temos uma campanha que lançamos em novembro do ano passado mostrando cases reais que implementamos em clientes, onde utilizamos machine learning, IoT para ganho de eficiência operacional, customização, otimização de custos – tudo isso não necessariamente com IA generativa, mas com a IA que a gente já usa há bastante tempo.
Você comentou antes sobre a reunião semanal do comitê para falar de inteligência artificial. Que outras trocas estruturadas de conhecimento ocorrem entre as subsidiárias do grupo?
Esse comitê, na verdade, é uma reunião que fazemos toda terça-feira às 8 horas da manhã, na qual os CEOs das regiões e mais os CEOs das principais verticais que nós temos se reúnem para trocar experiências e falar sobre diversos temas. Um dos temas que está na pauta desta reunião há pelo menos seis meses é IA Generativa.
Em paralelo, temos atividades em áreas sinérgicas. Nós dividimos a empresa em quatro grandes regiões: Brasil; América Latina Hispânica; Estados Unidos, Ásia e Pacífico; e EMEA (Europa, Oriente Médio e África).
Cada uma dessas regiões tem um CEO, uma área de solution center, uma área de marketing, uma área jurídica, uma área de soluções de cyber – por exemplo, uma área de soluções de marketing. Existe uma rotina mensal onde essas áreas trocam experiências. Às vezes a experiência desses países pode ajudar bastante em outros que vão começar alguma coisa e para não ter duplicidade de esforços nesse processo.
Também na área de inovação, tem uma área aqui no Brasil, mas a América Latina tem a dela, Estados Unidos tem a dela e Europa tem a dela, então tem uma troca de experiências também bastante grande.
Você citou bastante a cibersegurança, um tema que está há anos na lista anual do Fórum Econômico Mundial sobre grandes riscos para as empresas. Como a Stefanini vem trabalhando este tema?
Cyber é um ponto importantíssimo e à medida que a pandemia avançou, e gerou a necessidade de muitas compras e muitas transações digitais através de soluções online, as fraudes começaram a aumentar. Hoje tem todas as fraudes eletrônicas que podem existir, então a gente vem investindo bastante, trazendo empresas para esse ecossistema.
Nós já compramos quatro empresas que fazem parte dessa estrutura, contando com uma joint venture que nós tivemos com uma empresa de Israel, e agora a gente consolidou na Stefanini Cyber, com uma logomarca nova. Então existe um trabalho muito forte, um investimento muito forte para melhorar a nossa oferta de serviços de cyber para o mercado
Lembrando que entre os nossos clientes tem desde banco, operadoras de telecom, até indústria de óleo e gás. E dentro da empresa também a gente utiliza muitas soluções em cyber para nos proteger e proteger tudo o que a gente faz para o mercado.
Quanto a Stefanini tem disponível para investir em quais áreas prioritárias?
Um bilhão de reais até 2026 para inteligência artificial e novas aquisições em IA, cyber, manufacturing, entre outros. Inteligência artificial é onde a gente está fazendo um investimento muito forte, mas não necessariamente comprando empresas.
Em cyber a gente já está fazendo mais aquisições do que inteligência artificial, porque IA generativa, principalmente, ainda é novo para todo mundo. Então não existem empresas com tanto conhecimento assim no mercado [para serem adquiridas].
Quanto a empresa espera crescer esse ano?
A nossa previsão de crescimento é 25%.
Uau! É bastante. Você falou que cresce a dois dígitos há muitos anos…
É, crescemos dois dígitos todos os anos. Já vínhamos crescendo antes das aquisições e com as aquisições continuamos. À medida que a empresa toma um porte maior, as aquisições também vêm para ajudar. Mas é em torno de 25 % que a gente está com projeção de crescimento para esse ano.
Na lista anual do Fórum Econômico Mundial que citei anteriormente sobre os riscos para os negócios, outro que sempre aparece nos últimos anos são as mudanças climáticas. A Stefanini tem produtos e serviços que de alguma forma podem reduzir os impactos ambientais das empresas?
Não temos um produto específico, mas dentro da área de manufacturing, muitas soluções que nós implementamos têm a ver com ESG em geral, por exemplo, para reduzir desperdício de matéria-prima, diminuir o nível de poluentes que a empresa gera. Nós desenvolvemos soluções conforme a demanda.
E como está a própria Stefanini nos aspectos ambientais, sociais e de governança?
A gente vem trabalhando cada vez mais forte. Nós sempre procuramos as certificações necessárias, desde ISO 9000, 27000, e mais as certificações que, dentro da nossa organização, possam trazer benefícios de redução de processos.
Na parte social e de governança, hoje a empresa tem quase 50% do nível de gestão formado por mulheres. Temos o Instituto Stefanini, uma ação social que existe há quase 25 anos: a gente formou mais de 120 mil jovens de idade entre 13 anos a 17 anos, de comunidades carentes no Brasil, principalmente em São Paulo
Numa comunidade do Jaguaré [zona oeste da capital paulista], temos uma instalação de mais de mil metros quadrados que forma adolescentes para incorporar no mercado de trabalho – nós chamamos de inserção digital.
Nós formamos na base de tecnologia principal, manutenção de hardware, software básicos e outros complementos, inclusive como se portar numa entrevista de emprego. São coisas até às vezes básicas, mas a gente utiliza um conteúdo programático muito bem montado, com coordenadora pedagógica, diretores, muito voluntariado dando aulas da própria empresa.
As pessoas que se formam – através de um link que a gente faz com clientes que nós já trabalhamos, grandes empresas – têm a possibilidade de eventualmente se encaixar no mercado de trabalho, ou na própria Stefanini.
Temos muita gente aqui que hoje tem cargos de gerência e começou no Instituto Stefanini. E a parte de governança também é fundamental, porque trabalhamos com as grandes empresas do mercado.
O que a gente pode esperar da empresa para esse ano?
A Stefanini é uma empresa que neste ano faz 37 anos de mercado. Temos 37 mil colaboradores em 41 países distintos, só no Brasil são 18 mil pessoas. Crescimento faz parte do nosso DNA.
Ou seja, todos os anos a gente pensa em crescimento, porque entendemos que com o crescimento, conseguimos dar oportunidades para as pessoas – além de, obviamente, ganhar dinheiro, trazer retorno para os acionistas. Para nós, um dos pontos muito importantes é gerar muitas oportunidades internamente também.
Eu estou há 23 anos na Stefanini e nunca vi a empresa diminuindo de tamanho. Sempre crescimento. Às vezes acontece um crescimento de 15%, mas pelo que sempre acompanhei, a empresa vem tendo crescimentos bastante sustentáveis
É uma empresa saudável financeiramente, extremamente reconhecida no mercado, como sendo de alta qualidade, bastante competitiva, de muita ética, muito séria no que faz, e cada vez mais, fortalecendo o trabalho de acelerar a transformação digital, tanto interna da Stefanini como para levar soluções para os nossos clientes. Então, hoje em dia, é uma empresa de tecnologia, não é uma empresa de TI.
A transformação digital é um tema em pauta nas empresas há pelo menos dez anos. É um trabalho sem fim?
Na minha opinião sim. Isso não vai acabar tão cedo, porque a cada hora aparece uma tecnologia nova e porque a transformação digital não é simplesmente investir em tecnologia e fazer essa mudança, seria muito fácil se fosse só isso, mas a transformação digital tem uma parte muito forte de transformação cultural, que tem muito a ver com pessoas, como se posicionam, a maneira como fazem as coisas nas empresas hoje.
O próprio modelo de trabalho híbrido também é uma transformação cultural superimportante das empresas. A redução dos espaços físicos das empresas tem bastante a ver com isso, bem como a redução de emissões de poluentes.
Houve uma aceleração muito forte do e-commerce, de processos que as empresas não pensavam em digitalizar, ou que as empresas não viam como necessário para o negócio deles, como empresas mais de base, de bens de capital. Cibersegurança faz parte da transformação
Tem muita coisa que, com a tecnologia evoluindo, a IA generativa vai transformar ainda mais a forma de trabalho das empresas e das pessoas. E tem a ver com a geração nova que está chegando que, por exemplo, nem pensa em ir para uma fila de uma agência bancária, ou fazer seguro mais de uma forma tradicional. É tudo via app.
Faz parte da transformação digital a forma como os hospitais e os convênios médicos atendem a população, por exemplo, ou uma operadora de plano de saúde, tem que se precaver de fraudes em reembolsos e uma série de coisas que também estão hoje explodindo.
Tudo isso faz parte de uma transformação digital. Por isso acho que não tem fim. O termo talvez foi um pouco mal utilizado em algum momento, mas acho que isso aí não acaba nunca. Isso aí, para mim, é uma coisa que só evolui.
E quanto à inteligência artificial generativa, tem pessoas preparadas para no Brasil? Ou vocês vão buscar em outros países?
Quando a gente fala de inteligência artificial generativa, que é o tal do LLM, que um deles é o ChatGPT, por exemplo, não existe muita mão de obra ainda em nenhum lugar do mundo. Tudo está sendo desenvolvido. A gente está falando disso há pouco mais de um ano.
O que fazemos aqui é incentivar as pessoas, vários treinamentos, sessões de formação para as pessoas conhecerem mais e como podem usar o que nós disponibilizamos dentro de um ambiente seguro, para criação de prompts, para aprender como fazer
Por exemplo, na nossa área interna administrativa e financeira quero implementar uma solução que tenha LLM para agilizar processos. Eu não vou contratar ninguém para isso, a própria área é quem vai se desenvolver para fazer, porque eles conhecem daquele negócio.
Então, eles mesmos estão criando as suas soluções internas – e com isso eu formo gente. A gente investe muito em educação para os funcionários.
CIO e diretora de serviços digitais da Mondelēz Brasil, dona das marcas Lacta, Bis, Oreo e Trident, Leila Zimmermann conta como a empresa vem explorando o uso de IA em várias frentes, inclusive na precificação inteligente de seus produtos.
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