por Filipe Callil
Os “novatos” chamam de evento. Os mais antigos, de festival. Talvez, para uma minoria, nada mais seja do que uma grande festa que poderíamos comparar ao carnaval do Rio de Janeiro – com suas devidas adaptações à cultura norte-americana, claro. O fato é que, durante duas semanas por ano, a cidade de Austin, no Texas, passa a respirar inteiramente o South by Southwest (SXSW): um encontro dos profissionais da música, organizado há 27 anos, que cresceu, abriu horizontes para os mercados de cinema e tecnologia e tornou-se referência global em economia criativa.
Ontem, sexta-feira 13, aconteceu a abertura da edição 2015 que vai até o dia 22 de março. E, por mais clichê que pareça, “só quem está aqui sabe como é”. Isso porque o SXSW funciona como um caos organizado. Apesar de a programação oficial se concentrar no Austin Convention Center (o principal centro de convenções da cidade), a maioria das atrações está espalhada por mais de 30 ruas. Boa parte da geração de negócios também.
IMAGINE 70 MIL PESSOAS EM BUSCA DE NOVIDADE E PARCERIAS
Isso mesmo, 70 mil cabeças sedentas. Entre elas, empreendedores, investidores, produtores culturais, publicitários e amantes da arte. E se por um lado existe o desafio de encontrar bons contatos em meio a tanta gente e lugares, em contrapartida, o espírito informal enraizado nos participantes facilita novas conexões. Qualquer bar, cafeteria ou food truck (toda esquina tem um!) pode se transformar numa sala de reunião.
A participação brasileira é coordenada, pelo segundo ano consecutivo, pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos). Nesta edição, 57 empresas – startups, investidores, agências de conteúdo – foram convidadas para representar o país e buscar parcerias internacionais. No ano passado eram 28 empresas. A agência também espera aumentar o resultado financeiro, pulando de 5 para 7 milhões de dólares em negócios gerados.
“O South by Southwest reúne dois fatores fundamentais para a Apex-Brasil: o mercado norte-americano, sempre no topo da nossa lista de prioridades para promoção comercial, e a atração de investimento – com diversas empresas brasileiras levando aos Estados Unidos produtos e serviços de altíssimo valor agregado”, disse o presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto.
Para facilitar o network dos participantes, a Apex criou a Casa Brasil, uma “house” verde e amarela que não se limita ao espaço formal de negócios e palestras. Localizada em um ponto nobre e muito movimentado, em frente a uma das entradas do pavilhão do Austin Convention Center, a Casa vai promover workshops, apresentação de filmes e produções audiovisuais, exposição de games brasileiros e até mesmo shows com artistas já consolidados, como Silva e Rashid.
Ontem, os trabalhos na sede tiveram como foco o treinamento das startups que, neste sábado, terão a oportunidade de conversar com investidores do mundo inteiro. O curso foi ministrado por dois norte-americanos da consultoria Explora International, Michelle Messina e Jonathan Baer, que ensinaram “como fazer um bom pitch” para quem vive em outras culturas diferentes da brasileira. Entre as “alunas” estavam as plataformas Mecasei, 99Biz e Retroca.
Vou mergulhar por aqui, e na segunda-feira volto para contar o que rolou no fim de semana. Até lá!
Filipe Callil é sócio do ClapMe que também faz parte das 57 empresas brasileiras do SXSW.
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