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SXSW 2015 – o melhor do fim de semana

Filipe Callil - 16 mar 2015 Trinity com a 6th st, em Austin, no SXSW.
Cruzamento da Trinity com a 6th st, em Austin: onde quase tudo acontece no SXSW.
Filipe Callil - 16 mar 2015
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por Filipe Callil

Assim como no Brasil, o fim de semana do SXSW foi bem agitado. Mas, enquanto as ruas das capitais brasileiras eram tomadas por gente insatisfeita protestando contra Dilma Rousseff, aqui em Austin, Texas, as ruas também estavam cheias, mas o motivo era outro: festejar.

Além dos 70 mil visitantes, os moradores também se juntaram ao festival que, literalmente, parou os quarteirões do centro da cidade. E provou que, para fazer negócio em mercados quem envolvem entretenimento, é preciso entreter. Teve de tudo. Atrações para crianças, shows em todos os bares e também diversificados artistas de rua. Alguns, inclusive, com poucas vestimentas – como acontece nas principais esquinas da Broadway, em Nova York.

Bom para quem conseguiu se deslocar a pé, pior para quem não conseguiu. O meu caso. Por estar hospedado em uma cidade vizinha, fui obrigado a alugar um carro e desembolsar 45 dólares por dia em um estacionamento privado. E não tem essa de parar de graça na rua. Todo o centro de Austin possui um sistema de parquímetro (semelhante à Zona Azul de São Paulo) e um mesmo veículo só pode permanecer por até três horas na mesma vaga.

Mochila-skate MovPak, nas ruas de Austin, no SXSW.

Austin fica lotada e o deslocamento pode ser algo problemático. Boa hora para conhecer a mochila-skate MovPak: uma inovação com DNA brasileiro.

A parte boa é que a cidade oferece infraestrutura e segurança para se locomover com transportes alternativos. Além do sistema público de locação de bicicleta, há também um “taxi bike” – parecido com uma charrete – com o qual é possível rodar quilômetros gastando apenas 3 dólares.

Uma das startups brasileiras que está por aqui, a Movpak, mostrou aos gringos um novo tipo de veículo elétrico: uma mochila que se transforma em uma espécie de skate. “Até as distâncias curtas quando repetidas várias vezes se tornam longas. O fato de muitas atrações do SXSW estarem espalhadas pela cidade nos ajudou a mostrar a eficiência do nosso produto como solução de mobilidade. As pessoas podem se locomover mais rápido e também com todos os pertences por perto dentro da mochila”, diz Ivo Machado, co-fundador da empresa.

Outro ponto economicamente interessante: a comida. Depois de me familiarizar mais com a dinâmica do SXSW, descobri que existem vários food trucks gratuitos. Em geral, com deliciosas – e nem tão gordurosas – “junk foods”. Rolam até drinks. E, conforme comentei no primeiro texto desta cobertura, esse é um dos momentos mais promissores para se fazer network.

Niper Boaventura e Lucas Mayer, produtores musicais brasileiros que fizeram um workshop no SXSW.

Niper Boaventura e Lucas Mayer, produtores musicais que fizeram um workshop na programação oficial do SXSW.

No sábado à tarde, a Casa Brasil – sede da Apex-Brasil no SXSW – fez um happy hour com investidores do mundo inteiro. As conversas fugiram do formato tradicional dos pitchs, no qual os empreendedores precisam mostrar o potencial de seus negócios em até 10 minutos. Entre os convidados, nomes conhecidos do mercado como Dave McClure, fundador da 500 Startups. Para finalizar a confraternização, o DJ João Brasil mandou ver em uma discotecagem que misturou samba com música eletrônica.

Ontem, o Brasil também mostrou a que veio. Quem passou pelo centro de convenções do hotel InterContinental Stephen acompanhou o The Film Score Workshop. Idealizado pelos produtores musicais Lucas Mayer e Niper Boaventura, o projeto consiste em mostrar ao vivo o processo de composição de trilha sonora para filmes (e foi um dos poucos conteúdos brasileiros a entrar na programação oficial do festival).

A cena da apresentação especial para o SXSW foi retirada do inédito curta Dá Licença de Contar, do diretor Pedro Serrano – que participou da performance. E a plateia também interagiu diretamente com o conteúdo. Os convidados precisaram cantar e tocar alguns instrumentos para trilhar o vídeo. “Essa foi a segunda apresentação do workshop. A primeira foi no Miami Festival. Agora, estamos ansiosos para cair na estrada no Brasil e mostrar para as pessoas como funciona a produção de trilhas para longas-metragens”, conta Boaventura.

Hoje eu vou rodar bastante pela cidade e amanhã voltarei com mais novidades. Até lá!

 

Filipe Callil é sócio do ClapMe que também faz parte das 57 empresas brasileiras do SXSW.

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