“Em menos de dois anos, eu e minha amiga Mylene Duarte já ajudamos a fazer mais de 200 crianças sorrirem. Todas elas passaram, ou ainda passam, pelo desafio de enfrentar um câncer. Para isso, contamos com a ajuda de muita gente, que ao todo doaram 55 mil mechas de cabelo!
Tudo começou em outubro de 2013, depois que uma amiga em comum cortou os cabelos e doou para pessoas em tratamento na Santa Casa de São Paulo. Sabendo disso, começamos a pedir a pessoas próximas que fizessem o mesmo. Como a adesão estava grande, a Mylene decidiu criar um evento no Facebook informando sobre os procedimentos de doação. Em apenas um dia, a página pulou de 700 para 1 700 participantes.
O sucesso nos inspirou a levar o projeto mais a sério. Foi então que criamos a ONG Cabelegria, embora continuemos trabalhando – eu como designer freelancer e a Mylene como babá, nos Estados Unidos. Atualizamos a página da iniciativa diariamente e sempre estamos em contato com pessoas interessadas a doar ou receber perucas.
Funciona assim: recebemos as doações pelo correio, repassamos a um casal voluntário que as cadastra e separa as mechas por cor e tamanho. Finalmente, levamos à uma costureira especializada em confeccionar perucas. Cada uma é feita com cerca de cinco mechas. Para doar, basta que elas tenham 20 centímetros de comprimento.
Toda vez que vamos entregar uma peruca ficamos muito emocionadas. Tentamos fazer do momento o mais festivo possível e que as meninas se sintam verdadeiras princesas. Uma história que me marcou foi a da Rafaela, de Campinas (SP). Assim que ela saiu da sala com a tia para colocar a peruca, a mãe dela desabou a chorar. Depois descobrimos que era porque a pequena havia rasgado todas as fotos em que ainda tinha os cabelos. Quando a Rafa voltou, estava radiante! E nós contivemos as lágrimas para dizer o quanto ela estava linda.
A maior dificuldade para manter o projeto é fabricar as perucas, pois o trabalho de confecção é voluntário. O ideal seria termos recursos para contratar uma costureira em tempo integral e entregar muito mais perucas. A longo prazo, nosso sonho é ter unidades em várias cidades, para que os pacientes possam escolher os cabelos de mentirinha que mais gostarem.”
Mariana Robrahn, 25 anos, é designer e vive em São Paulo (SP)
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