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Projetos que enxergam além do óbvio

Natasha Pinelli - 10 jul 2015 Natasha Pinelli - 10 jul 2015
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Empreendedorismo social, cultura maker, economia criativa… O surgimento e, acima de tudo, a popularização desses novos termos mostram que mudanças já aconteceram e ainda vão acontecer nas relações de consumo e nas escolhas dos brasileiros no momento da compra.

Por mais que boa parte das pessoas ainda tome decisões avaliando preços, ofertas e marcas da moda, é notável que uma parcela da população economicamente ativa esteja se tornando cada vez mais consciente, levando em conta aspectos do chamado “consumo sustentável”.

Entre as principais preocupações desse público – que hoje representa cerca de 5% da população do país, segundo o Instituto Akatu – está a busca por produtos feitos com material reciclável, uma produção que incentive a comunidade local e serviços que valorizem a experiência e a emoção.

Outra boa notícia é que muitos dos novos empreendedores seguem nessa mesma direção. São jovens com a cabeça fervilhando de ideias, e o melhor de tudo: uma imensa dose de coragem para mergulharem fundo em um mundo completamente desconhecido e, como não poderia deixar de ser, competitivo.

ELES MIRARAM LONGE

De olho nesse perfil, a Chivas Regal lançou o projeto Olhar Chivas, uma iniciativa que pretende colocar no foco do grande público bons exemplos de negócios que promovem impacto social.

O primeiro passo foi instalar binoculares nas ruas de São Paulo e Recife. Assim, os pedestres podiam dar uma paradinha e assistir a mini-docs que contavam algumas dessas histórias de sucesso. Agora, para que ainda mais pessoas olhem de perto esses empreendedores que enxergaram longe, o Olhar Chivas está no Instagram.

Na rede social de compartilhamento de fotos e vídeos – e que reúne mais de 200 milhões de usuários ativos em todo mundo –, a marca postará imagens que retratam a perspectiva e a visão de sete perfis inovadores. Os usuários também estão convidados a compartilhar seus pontos de vista nada óbvios utilizando a hashtag #OlharChivas. Conheça os participantes:

somos

@somos_55

O estúdio de design especializado em produtos em Tyvek®, material constituído por fibras que é impermeável e não rasga, é comandado por Kadu Nakashima e Mau Makihara. O carro-chefe da marca são as carteiras NOBOLSO, que combinam design inteligente e matéria-prima sustentável. Outro diferencial é a valorização da mão de obra envolvida na cadeia de produção. Pensando nisso, eles firmaram uma parceria com as mulheres do Projeto Retece, no Jardim Santo André, no ABC paulista. “São elas quem tangibilizam os produtos de forma justa, humana e colaborativa”, diz Kadu.

zerezes@zerezes

O início? Comprar um óculos de sol feito de armação de madeira, vendido em um site gringo. O problema? O pedido não poderia ser entregue no Brasil. A solução? Produzir, eles mesmos, o mesmo modelo de óculos em terras cariocas, garantindo práticas de trabalho e de comércio mais justas. Assim nasceu a Zerezes. Por trás da marca que combina inovação, exclusividade e sustentabilidade estão os designers Luiz Eduardo Rocha, Henrique Meyrelles e Hugo Galindo. “Empreender não é fácil, mas nunca tivemos medo de mostrar a cara e de bater na porta de outras pessoas. É assim que estamos aprendendo”, diz Luiz Eduardo.

flavia

@flaviaaranhaloja

“Existem, sim, pessoas querendo consumir gerando menos impactos negativos e mais positivos”, afirma a estilista e empreendedora social no vídeo da campanha Olhar Chivas. Diante dessa constatação e indo na contramão de outros jovens criadores preocupados com tendências, Flavia Aranha segue firme o conceito de moda sustentável na elaboração de roupas, calçados e acessórios. Combinando design, social e ambiental, ela busca o resgate das matérias-primas naturais, assim como a valorização do conhecimento e das habilidades dos artesão, que muitas vezes estão envolvidos nas etapas de produção.

worldpackers

@worldpackers

Se as pessoas viajassem mais, o mundo seria melhor. É nisso que acredita Ricardo Lima. Ele é o co-fundador da Worldpackers – uma plataforma online em que o viajante oferece algum tipo de habilidade ou trabalho em troca de hospedagem. Lançada em fevereiro de 2014, a startup reúne mais de 25 mil usuários de diferentes nacionalidades. Depois de nadar com tubarões e até atravessar o deserto do Saara, Riq quer que mais pessoas tenham experiências como a dele. “As diferenças entre culturas, tradições e pessoas é um choque que abre a mente”, diz em matéria publicada no DRAFT.

amarata@amarata.design

A robustez dos materiais reutilizáveis e a personalidade dos brincos, pulseiras e colares da Amaratá Design são características do trabalho da arquiteta Carolina Cardoso, que saiu de Portugal para experimentar novas formas de expressão no Brasil. “Entendo que as pessoas já não se contentam apenas com um produto bonito. Elas buscam significado, identidade, história”, afirma Carol. Para o futuro, sua intenção é tornar a marca em um agente da cultura maker. Por meio de workshops, ela quer empoderar e inspirar outras pessoas a criarem seus próprios produtos”.

vert

@vert_shoes

Parece surreal, mas uma das inspirações que levaram os amigos franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Koop a darem início à Vert Shoes surgiu de um modelo de comercialização do palmito pupunha. O pulo do gato? Firmar parcerias com os fornecedores de matéria-prima, pagando valores previamente acordados e acima do valor de mercado. Algodão orgânico, lona e borracha compõem os calçados sustentáveis dessa marca com raízes brasileiras e francesas. “Acreditamos que nosso trabalho pode inspirar outras pessoas, passar o bastão ao que vem. Isso para nós é o mais rico”,  diz François.

vuelo

@vuelistas

Outra marca que engrossa o time de moda sustentável é a Vuelo. Foi pelo esforço das idealizadoras Adriana Tubino e Itiana Pasetti que restos de câmaras de pneus e nylon proveniente de guarda-chuvas transformaram-se em mochilas, bolsas e outros acessórios estilosos. Para alçarem voos cada vez mais altos, Adriana e Itiana investem forte em um ponto importantíssimo da cadeia de consumo: a conscientização de seus clientes, os “vuelistas”. “Vendemos um conceito de sustentabilidade, de repensar. [Nossos clientes] são pessoas que se engajam nessa proposta”, afirma Itiana em  matéria publicada pelo Draft.

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