Hoje faz um ano que o Draft publicou seu primeiro post.
Nas palestras que tenho feito (uma das tantas coisas boas que o Draft me deu), conto um pouco sobre a gênese do projeto. De como ele surgiu como insight, depois como ideia que foi sendo lapidada (ou se lapidando, se você acreditar na teoria dos memes) até virar uma urgência, até aterrissar num modelo de negócio, no MVP (Minimum Viable Product) que nos permitiu partir para a execução.
No começo, os sinais eram fracos. Eu sentia que havia algo grande acontecendo, concomitantemente, em vários setores da economia. Identificava um movimento eclodindo em paralelo, em vários segmentos de atividade, aqui no Brasil e no mundo. Mas não sabia bem como nominar isso. Nem se esses pontos que piscavam avulsos e difusos tinham a ver uns com os outros.
Esse processo é mais ou menos como aquelas imagens que contêm ilusões de ótica – depois que você enxerga, vira a coisa mais óbvia do mundo. Mas até que você consiga ver, trata-se de uma impossibilidade. Você sabe que tem alguma coisa ali, mas não sabe dizer o que é.
E o trabalho não termina quando a percepção finalmente acontece. Depois de enxergar, será preciso entender que diabos é isso que você está finalmente vendo. Não é simples ligar os pontos. Nem, muito menos, compreender o que eles significam. Mas é fundamental fazê-lo.
Perceber, pela primeira vez, a imagem completa à sua frente é um momento mágico. O que estava disperso aparece finalmente como um elemento só, uno.
O Draft é isso: uma percepção. Uma fotografia. Um jeito de ver o mundo. Conversei muito com Rafael Kenski e com Luciana Sato. Depois, com Denis Russo, Rodrigo Ratier. Mais tarde com Rodrigo Vergara, Bárbara Soalheiro, Andréa Fortes e Paulo Bittencourt. E finalmente com Eduardo Vieira e Ricardo Cesar, que viriam a ser meus sócios nessa empreitada.
Assim o Draft foi tomando forma. Até virar uma tese. É quando a percepção do mundo inventa o mundo, precisamente ao capturá-lo. Traduzir uma realidade em palavras é permitir que essas palavras alterem e influenciem a realidade que elas se propõem a retratar. Um statement serve para expressar uma ideia sobre a vida – mas ele também molda, romantiza, estiliza a vida que busca expressar com aquela ideia.
Para a nossa alegria, a maioria das pessoas entendeu o Draft assim que descansamos o cinzel sobre a mesa. Ao compreender o discurso que conceituava o Draft, as pessoas também, de certa forma, passavam a entender, talvez pela primeira vez daquele modo, o mundo que estávamos enxergando e que estávamos dispostos a cobrir.
É dessa maneira que temos chamado para nós, ao longo dessas primeiras 56 semanas de vida, a missão de “contar a história de quem está realizando, para inspirar outras pessoas a realizar também”.
Na nossa modelagem, procuramos dar aos Makers brasileiros a devida visibilidade e o devido reconhecimento – que eles não tinham. Aos Movers, procuramos dar ferramentas, referências, aumentamos o seu repertório – para que se tornem Makers também, do modo menos acidentado possível. E aos Watchers, o terceiro público que identificamos em nossa plataforma, temos procurado oferecer instrução, informação e conhecimento nos campos da inovação, do empreendedorismo e do espírito hacker. (Para entender melhor nossa modelagem, e o nosso jeito de enxergar e entender a Nova Economia, me chame para uma palestra.)
Assim temos buscado dar a nossa contribuição para criar o Who’s Who da Nova Economia brasileira – que consideramos ser a soma de quatro grandes territórios: Negócios Criativos, Negócios Sociais, Startups e Corp Innovation.
Assim temos tentado criar, dia após dia, um marketplace de inspiração e de provocação, de instrumentalização e de compartilhamento de informações úteis, práticas e relevantes, para inovadores, empreendedores, investidores, game changers – e candidatos a se tornar tudo isso.
Eu tenho o mau hábito de lançar meus empreendimentos nos piores momentos da economia brasileira e mundial. Desde a Nós & Ele, um projeto de faculdade, em 1990, em pleno Plano Collor, quando as empresas ainda tinham CGC e não CNPJ. Passando pela Spicy Media, com a qual trouxemos o Gizmodo ao Brasil, em 2008. (Lançamos o Giz no país em 1º de setembro e o Lehman Brothers foi para o vinagre, decretando a crise financeira mundial, 15 dias depois.) E agora estamos aí, com a The Factory, nadando com o Draft nessas águas turvas e traiçoeiras de 2014, 2015, 2016… (Prometo, em minha próxima empreitada, combinar antecipadamente com a Bovespa, o Banco Central, o Banco Mundial e o FMI, para reduzir ao máximo os danos.)
Este post inaugura uma série de artigos, produzidos por uma pá de gente boa, falando do impacto desse primeiro ano de vida do Draft em suas vidas e em seus negócios. Uma série bem bacana que vamos guardar numa seção à parte: “Draft Ano 1”. Siga os textos. Você não vai se arrepender. (É a festa de aniversário que deu para fazer. Então aproveite. Divirta-se. É simples, mas é de coração.)
Gostaria de agradecer imensamente a Phydia, minha parceira, meu braço direito editorial, a metade da minha laranja aqui no Draft. A plataforma não seria o que é sem uma editora-chefe tão comprometida, tão entusiasmada, tão competente. Gratidão.
Gostaria de agradecer ao Kaluan Bernardo, que assistiu a Phy durante o primeiro ano, carpindo nossas seções Seleção Draft e Acelerados. E gostaria de agradecer a todas as dezenas de profissionais que se envolveram com o Draft ao longo desses meses. Repórteres do time Draft, editores e repórteres do time de Brand Content, nossos designers e programadores parceiros, a turma de suporte, de ativação, do administrativo-financeiro. O Draft, hoje, é um bonito mosaico formado pela contribuição de muitos talentos.
Gostaria de agradecer aos clientes e às agências com as quais temos tido a chance de construir ótimos cases nas searas do Content Marketing e do Native Advertising, e assim provar a eficiência do Draft também como veículo: Natura, Pernod Ricard, Monsanto, Tecnisa, Itaú Mulher Empreendedora, Sol, HP/Intel, Casa do Código – e F.Biz, Agência Ideal, Almap, New Vegas.
Gostaria de agradecer a todos os personagens que gentilmente aceitaram contar suas histórias, e as histórias de suas inovações e de seus empreendimentos, para a gente. Uma das apostas centrais do Draft era que vocês existiam e que eram muitos. Que bom que vocês existem e que são muitos!
Edu, Ric: valeu. Boa sorte nesse novo momento de suas brilhantes carreiras de empresários. Não que vocês precisem de sorte. De sorte precisarei eu, sem vocês no barquinho daqui para a frente. E como já combinamos, não vou dizer “tchau”, mas, sim, “até logo”.
Por fim, quero agradecer a você, leitor do Draft, que segue a gente em todos os nossos canais, e que lê, vê, compartilha, comenta, curte, retuíta, favorita. Gente interessada na cultura maker, no movimento hacker, na transformação do mundo, do mercado, das empresas, das carreiras e da própria vida em experiências mais interessantes, mais recompensadoras, com mais propósito. A outra aposta central do Draft era que vocês existiam e que eram centenas de milhares. Que bom que estávamos certos!
Para o Ano 2, que se inicia agora, teremos algumas novidades importantes para apresentar. Uma delas é o que o Draft não será mais apenas uma plataforma digital de conteúdo. Estaremos ainda mais próximos. Aguardem.
A jornalista Tania Menai escreveu, como Guest Member, o post mais lido do Draft neste primeiro ano. Ela conta como tudo aconteceu: do susto com a viralização até o aumento na venda dos seus livros.