O empreendedorismo brasileiro está ganhando mais um aliado – e a cidade de São Paulo, um novo ponto de encontro entre empreendedores, investidores, universidades e corporações.
O CUBO, inaugurado oficialmente hoje, é um centro de inovações tecnológicas que surge com uma missão audaciosa: transformar o ecossistema brasileiro de startups em referência global.
“Queremos colocar o Brasil em destaque no cenário mundial. Segundo o relatório Startup Compass 2015, São Paulo é a décima segunda melhor cidade para quem quer abrir uma startup. Queremos que ela se torne uma das cinco melhores”, diz Flavio Pripas, diretor executivo do CUBO.
O projeto é uma iniciativa do Itaú em parceria com a Redpoint e.ventures (um dos principais fundos de investimento do mundo). “O CUBO, uma associação sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo de tecnologia, não seria possível sem o apoio de grandes empresas como o Itaú Unibanco que, além do apoio financeiro, nos ajudam a abrir portas para os empreendedores”, diz.
Localizado na Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo, o espaço terá uma intensa programação diária para os visitantes. Isso inclui oficinas, workshops, palestras, eventos e até mesmo “happy hours” para fomentar o espírito empreendedor no local.
Além disso, o prédio também terá um coworking com capacidade para até 250 pessoas. Algo equivalente a 50 startups, mais ou menos.
Antes mesmo que você pergunte: sim, o CUBO pode ser uma excelente opção para quem está à procura de um novo escritório em São Paulo. Porém, para fazer parte desse seleto grupo não basta ter – apenas – o dinheiro do aluguel.
CONCORRÊNCIA ACIRRADA
Mais de 300 empresas em estágio inicial já se inscreveram em uma espécie de processo de seleção para o coworking. Isso significa que a procura tem sido maior do que a oferta. E, com tantas propostas em mãos, a gerência do CUBO levou em consideração alguns critérios de avaliação.
Por exemplo…
Modelos de negócio; só são aceitas startups B2B ou B2C. Na prática, isso quer dizer: empresas de tecnologia que possuam alguma solução, respectivamente, para outras empresas ou consumidor final.
Sinergia com as demais startups; de modo que todas as residentes possam, eventualmente, se tornar parceiras e se ajudar no desenvolvimento dos produtos, assim como na aquisição de novos clientes.
Maturidade e tração do negócio; isso não quer dizer que as mais “novatas” não sejam bem-vindas. E, sim, que a velocidade de evolução do produto é levado em consideração.
Histórico, diferenciais e conquistas das startups; qual o faturamento, quanto já foi investido, visibilidade da marca e por aí vai.
A primeira turma de residentes já está fechada. A lista com os nomes das startups selecionadas será divulgada nesta sexta-feira (11). E, até o mês que vem, todas já devem se mudar para o CUBO.
A ideia é que elas fiquem, no máximo, por dois anos lá. “Queremos criar um ciclo que seja frequentemente renovado. Nosso objetivo é que, nos próximos anos, centenas de startups possam experimentar o CUBO e sair de lá com uma maturidade suficiente para enfrentar o mercado“, conta Pripas.
SÓ O DINHEIRO NÃO BASTA, MAS TAMBÉM É PRECISO
O CUBO possui dois formatos de coworking e os custos de locação variam conforme o número de pessoas. São eles:
1) MESAS COMPARTILHADAS
As startups podem alugar estações fixas de trabalho em mesas compartilhadas. O custo de cada lugar varia entre 800 reais, 900 reais e 1 mil por mês, dependendo do período de contrato (respectivamente, 12 meses, seis meses e três meses).
2) SALAS PRIVATIVAS
Se a residente quiser mais privacidade, também existe a opção de alugar uma sala particular. Porém, esse formato é destinado às empresas que necessitem de, no mínimo, seis posições de trabalho.
O custo inicial para seis pessoas é de 5 mil ou 6 mil reais por mês, dependendo também do período de contrato (respectivamente, 12 meses ou seis meses). Para cada funcionário a mais, há um acréscimo de 250 a 275 reais.
Além de todo networking “intangível”, o investimento também é compensado pela infraestrutura do lugar
O preço pode ser um pouco salgado para as startups que ainda não faturam. Mas, dificilmente, alguém alugaria algo parecido por menos.
Afinal, estamos falando de um prédio novinho em folha, com mais de cinco mil metros quadrados e todas as mordomias que um empreendedor adora. Isso inclui: um auditório para 150 pessoas, dezenas de salas de reunião, um estúdio de gravação audiovisual, um restaurante-café, uma cozinha compartilhada e espaço para eventos.
Além disso, a localização do CUBO é privilegiada: está em um dos melhores – e não à toa mais caros – bairros residenciais e comerciais de São Paulo.
Agora, se o investimento pesar no orçamento da sua empresa (ou se ela já tiver um escritório próprio do qual não valha a pena abrir mão), uma boa notícia: o CUBO pretende criar um formato de “membership” para as startups visitantes.
A proposta ainda está em estudo, mas o objetivo é que esse “clube de vantagens” dê acesso a toda rede de investidores, mentores e parceiros, bem como os demais benefícios que as residentes possuem.
De acordo com o Pripas,
“o CUBO precisa preencher uma lacuna de mercado e se transformar em um ponto de convergência para o empreendedorismo de alto impacto”
A programação para o evento de lançamento, que já está rolando, demonstra um pouco do que está por vir no CUBO.
Das 9h às 20h30, mais de 200 visitantes poderão acompanhar palestras de alguns dos principais empreendedores brasileiros. Entre eles, Romero Rodrigues (fundador do Buscapé) e Nizan Guanaes (Grupo ABC de comunicação). No final do dia, também haverá o primeiro “happy hour” do CUBO – ninguém é de ferro.
Esse evento é fechado para convidados. Mas as portas estarão, a partir de amanhã, abertas a todos.
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