Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
NETWEAVING
O que acham que é: O mesmo que Networking.
O que realmente é: Netweaving é prática de fazer contatos e estabelecer relacionamentos profissionais, porém, baseada em reciprocidade e desapego do resultado imediato. De certa forma, o Netweaving é uma versão mais humanizada de Networking — aqui, a intenção, na hora do contato, é ouvir o outro, entender suas necessidades, oferecer ajuda. O retorno acontecerá de alguma outra forma, em outro momento, por meio de outra pessoa. E, acredita-se, virá.
Segundo José de Lorenzo Messina, diretor executivo da Unideias, diz que o desapego do resultado é a essência do Netweaving. “O máximo que um Netweaver vai esperar de uma comunicação profissional é refferal ou reconhecimento de imagem.” Quando um Netweaver apresenta, por exemplo, um corretor de seguros a um potencial cliente, ele não espera comissão ou qualquer outra coisa em troca: “Ele faz o contato apenas para que as duas pessoas consigam realizar um negócio ou atingir um objetivo comum”.
Gutemberg Macedo, autor do livro “Guia de Sobrevivência Corporativa” e presidente da Gutemberg Consultores diz que, no Netweaving é o encontro de pessoas em um relacionamento ganha-ganha em que se solucionam problemas, cuidam-se de necessidades específicas e expandem-se oportunidades de negócio. “O Netweaving é construído sobre a regra de ouro: ‘Faça aos outros aquilo que você quer que façam para você’.”
Embora Netweaving possa ser considerado uma forma mais humana de Networking, os dois conceitos não são necessariamente excludentes. Em seu livro, Gutemberg fala que Networking, conceito abrangente para o compartilhamento de informações, ferramentas, habilidades, recursos e oportunidades é um tipo de cooperação, nos negócios, que tem sempre acontecido e que precisa ocorrer. “O Netweaving, por sua vez, representa um avanço significativo na construção de uma rede de relacionamentos, pois incentiva o cultivo de amizades verdadeiras, saudáveis, positivas, construtivas e divorciadas de interesses puramente egoísticos e materialistas.”
Quem inventou: O termo, que pode ser traduzido livremente por “rede de tecelões”, foi cunhado pelo consultor americano Robert Littell, autor do livro The Heart and Art of NetWeaving: Building Meaningful Relationships One Connection At a Time.
Quando foi inventado: “The Heart and Art of NetWeaving” foi publicado em 2003. “Littell estudou o tema com mais profundidade a partir dos anos 2000 e em seu livro explica a natureza vencedora dos praticantes dessa forma de relacionamento”, diz Messina.
Para que serve: Basicamente, para ampliar a base de contatos e relacionamentos profissionais. Segundo Messina, seve para que as pessoas desenvolvam sua própria capacidade de compartilhamento. “O benefício imediato é o crescimento pessoal por meio de experiências e novas redes de relacionamento. Um grupo de Netweavers desenvolve oportunidades de experiências que não seriam possíveis caso houvesse a necessidade de um reconhecimento financeiro ou material pela apresentação feita”, diz ele.
Quem usa: Qualquer pessoa ou organização que se interesse pela proposta. “O Netweaving é praticado principalmente por pessoas que têm como valor o conceito de servir, ser útil e valioso a terceiros”, afirma Gutemberg.
Efeitos colaterais: Descrédito ou desvalorização de uma indicação profissional por desconfiança. Messina conta que o interlocutor que não conhece o princípio do Netweaving pode desconfiar espontaneidade do ato. “Na verdade, a desconstrução do modelo tradicional de Networking vai acontecer pelos fatos que se sucederão à indicação, pela ética e pela honestidade do Netweaver.”
Quem é contra: Nenhum dos entrevistados disse haver quem seja contra.
Para saber mais:
1) Assista, no YouTube, Bob Littell — Enhance Your Career By Netweaving. São pouco menos de quatro minutos com o criador do Netweaving.
2) Navegue, no Twitter, por #netweaving. Há diversos textos e depoimentos de usuários e entusiastas da prática.