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Manter-se ativo, conectado com a vida, priorizando o que lhe dá prazer: a chave para a saúde na terceira idade

Mario Barra - 13 jan 2017 Carol Saliby e Fábio de Souza, que transformou a própria doença em motivação para ajudar outras famílias - seu projeto conecta quem precisa com quem quer ajudar
Fábio Romano, terapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein
Mario Barra - 13 jan 2017
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Caminhadas no parque, aulas de culinária e sessões de massagem são algumas das atividades sugeridas por Fábio Romano, terapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein, para que um idoso aproveite uma vida ativa e saudável na terceira idade.

Segundo Romano, uma boa estratégia para o idoso manter o equilíbrio entre a mente e o corpo está em priorizar aquilo que lhe dê prazer, tomando decisões que visem o próprio bem-estar. Para o especialista, preservar a autonomia é um objetivo a ser almejado pela pessoa mais velha, que deve aliar a capacidade de pensar por si própria à busca por conhecimentos novos.

As opções para o idoso manter-se ativo vão desde pequenos alongamentos a exercícios isométricos, que exercitam a musculatura sem exigir movimentos bruscos e esforço físico extenuante. Quando a mobilidade física da pessoa for limitada, passatempos como palavras cruzadas e sudoku, sessões de yoga e massagens, e até mesmo aulas de música e pintura são práticas recomendadas, já que trabalham com a criatividade e a capacidade de raciocínio e memória.

Mas seja qual for a atividade escolhida, ela precisa fazer sentido para o idoso. Romano cita o exemplo de uma pessoa com mais idade que decide aprender uma língua estrangeira, mesmo sem nenhuma viagem ao exterior marcada. “Quando o idoso consegue criar novos horizontes para si ele tende a se manter mais ativo, conectado com a realidade”, afirma o terapeuta, rechaçando possíveis críticas das pessoas ao redor. “E daí que ele não vá viajar? Ele pode achar interessante entrar em contato com uma nova cultura, pensar em algo que ele nunca tenha pensado. A atividade precisa ser importante para ele e mais ninguém.”

Não quer dizer que a família e os amigos não sejam fundamentais ao idoso. O apoio é especial para manter o idoso motivado e ativo. De acordo com o especialista, passar confiança à pessoa mais velha pode ser o segredo para fazê-la persistir praticando algo que lhe faça bem. “Sabe aquele velhinho de 90 anos que faz tai chi no parque, e que nós tanto admiramos? Ele consegue fazer aquilo porque simplesmente nunca deixou de fazer.”

Adepto da medicina integrativa, ramo da atividade médica que procura deixar o paciente em posição de destaque, Romano acredita na importância do idoso estar no controle do que está acontecendo em sua vida. Consciente do que pode ou não fazer, o idoso se adapta melhor às limitações físicas e mantém uma perspectiva saudável sobre o seu futuro. “É preciso olhar para o que o idoso exige, exercitar uma escuta sensível sobre os problemas e as alegrias dele”, diz.

Neuroplasticidade

As limitações trazidas pelo avanço da idade são explicadas por mudanças na neuroplasticidade, uma característica do corpo humano que diminui com o tempo e que está ligada à capacidade da pessoa em assimilar novos conhecimentos e fixar memórias. “Nos idosos, ela fica mais lenta. Não deixa de existir, mas o aprendizado leva mais tempo, tanto do ponto de vista físico quanto mental”, afirma.

Mesmo com a demora, uma vez aprendida a nova lição, o idoso irá usufruir da sensação de manter-se ativo, interagindo com o mundo. Outra vantagem do aprendizado está no fato de o corpo precisar de menos esforço para realizar as atividades uma vez que elas passem a ser automatizadas. “Quando o idoso vai a um geriatra e esse médico indica que ele faça caminhadas, isso vira uma espécie de novo hábito para a pessoa aprender. E mesmo que pareça simples aos mais novos, uma pessoa mais velha vai levar um tempo extra para que essa caminhada fique automática”, diz. “Mas, depois de aprender, o corpo gasta menos energia, e essa economia é importante em idades avançadas, pois permite ao corpo do idoso redobrar a atenção em outras áreas.”

 

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