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Saiba como foi a mesa Draft na Campus Party

Luisa Migueres - 3 fev 2017
Romeo Busarello e Denis Balaguer conversaram, com mediação da editora do Draft, Phydia de Athayde, sobre empreender dentro de grandes empresas. Na Campus Party, hoje.
Luisa Migueres - 3 fev 2017
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Nesta sexta-feira, quarto dia da Campus Party 2017, que vai até domingo no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, o Draft promoveu um debate sobre os desafios como inovar dentro de grandes empresas. No fim da manhã, os convidados, Romeo Busarello (VP de Marketing da Tecnisa) e Denis L. Balaguer (líder do Centro de Inovação da EY Brasil), falaram no palco Empreendedorismo a respeito do dia a dia à frente de equipes encarregadas de trazer inovação — em forma de projetos, métricas e até de cultura – para negócios já consolidados. O Draft é parceiro de mídia da Campus Party 2017.

Busarello (como Romeo prefere ser chamado) e Denis são de escolas diferentes: um veio do Marketing e o outro da Engenharia. Mas ambos têm a missão de ajudar grandes empresas a não serem engolidas por novas tendências do mercado. Na prática, este papel é mesmo tão difícil quanto parece, como Busarello diz, de cara:

“A principal coisa que é preciso ter é saco. Geralmente, o partido do passado é muito maior do que o partido do futuro nas grandes empresas”

Para Denis, investir em mudanças é estar aberto a oportunidades, e quanto mais resistente for a empresa, maior é a sua necessidade de inovar: “É lindo falar de mudança de cultura, mas na realidade isso depende diretamente do pior comportamento aceitável dentro daquela empresa. Se a liderança não estiver comprometida, é melhor nem começar”.

Nenhum dos dois demonstrou uma visão romantizada da função que desempenham, mas têm experiência o bastante para saber que quando uma iniciativa dá certo, ela compensa todo as que deram errado, como diz Busarello: “Quem trabalha com inovação nunca perde. Ou você ganha ou você aprende algo”.

INOVAÇÃO TEM QUE TER PROCESSO?

A “mentalidade de portifolio” é outro pré-requisito para desenvolver um bom processo de inovação dentro de uma empresa. “É preciso maturidade para tratar a inovação não como problema de eficiência, mas de excelência”, de acordo com Denis. Em outras palavras: buscar soluções pensando além de fazer mais gastando menos dinheiro. Esta postura também é criticada por Busarello: “Nós vivemos em uma abundância de ideias, então o que tem valor é ser apaixonado pelo problema. A maioria das propostas que ouço de startups são de aplicativos, mas a pessoa está apaixonada pela solução, pelo seu próprio aplicativo, e não por resolver aquele problema”.

A mesa, que foi mediada pela editora-chefe do Draft, Phydia de Athayde, ainda tocou em uma questão importante: a inovação precisa ou não ter um processo estruturado? Denis acredita no poder da prototipagem. Hoje, comanda uma equipe focada em criar projetos na área de tributação para a EY:

“Existem métodos para se ter insights. Processos são sempre necessários e é preciso ter métricas. O que não faz sentido é a empresa ter um centro de inovação separado”

Romeo, por outro lado, destacou a importância da troca de conhecimento “informal” entre profissionais. “Não considero empresas inovadoras, nenhuma é. As pessoas é que são. Meu principal patrimônio é a minha rede de relacionamentos. Você tem que escolher as pessoas que podem fazer diferença sem muitos processos rígidos e fixação com brainstorming”, diz, já no encerramento do painel.

A Campus Party 2017 termina no domingo, dia 5.

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