Impulsionar ideias incríveis, daquelas que movem o mundo à frente e melhoram concretamente a vida das pessoas, identificando e desenvolvendo empresas de alto impacto socioambiental: essa é a missão do Braskem Labs. Em 2017, o programa chega à terceira edição abarcando uma nova parceria (com a ACE, que assume a função de triagem e gestão) e mantendo formato de aceleração por meio de uma capacitação personalizada. Doze empreendedores com negócios ligados a plástico, química e/ou ao combate inteligente ao Aedes aegypti serão selecionados para serem acelerados durante quatro meses. E atenção: as inscrições já estão abertas!
Em 2016, o Braskem Labs gerou negócios para metade da dúzia de empresas participantes e promoveu quase 50 conexões relevantes de negócios. O objetivo não é identificar parceiros e clientes para a Braskem, mas eventualmente esse pode ser um bem-vindo efeito colateral, com ganhos para todas as partes. Duas das doze selecionadas de 2016 engataram projetos de cocriação com a Braskem na sequência do programa.
“Durante o processo de capacitação do Braskem Labs é natural que aconteça um mapeamento de oportunidades por parte dos mentores e envolvidos no programa. Com isso, podemos abrir novas portas para os times usando a rede de networking da Braskem”, destaca Luiz Gustavo Ortega, líder de Desenvolvimento Sustentável da Braskem
Uma delas foi a Nanovetores, especializada no uso de nanotecnologia para encapsular ativos cosméticos de alta performance. A empresa nasceu em Florianópolis, em 2008, a partir de técnicas desenvolvidas por Betina Giehl Zanetti Ramos durante o doutorado em Química.
“A diferença de um ativo livre para um ativo encapsulado é que o ativo livre do cosmético convencional acaba oxidando e perdendo performance, porque está em interação com os demais componentes da fórmula”, diz o administrador de empresas Ricardo Ramos, sócio e marido de Betina. “A encapsulação faz com que tenhamos ativos mais protegidos e mais performáticos, com maior eficiência.”
Em setembro de 2016, no auge das mentorias do Braskem Labs, a Nanovetores despontou em segundo lugar no ranking “As PMEs que mais crescem no Brasil”, da Deloitte e da revista Exame. Os clientes da empresa são farmácias de manipulação, distribuidores de matéria-prima e players do mercado de cosméticos em geral, que aplicam as nanocápsulas em seus produtos e vendem para o varejo. Mas a parceria com a Braskem vem ajudando a expandir sua área de atuação. “Começamos a migrar, a transpor o ativo cosmético para o mercado têxtil”, diz Ricardo.
O foco dessa ‘migração’ são os tecidos funcionalizados, com ativos encapsulados que ajudam a tratar a celulite ou servem para aliviar a dor, se aplicados numa tala ortopédica, por exemplo. A estratégia ganhou um empurrão decisivo no contexto do programa. “Como o Braskem Labs pedia um foco no combate à zika, resolvemos desenvolver um ativo repelente para ser aplicado dentro de filamentos de polipropileno”, diz Ricardo (o polipropileno é um polímero com uma ampla gama de aplicações, têxteis inclusive). “Um grupo de filamentos formará um fio, esse fio formará um tecido, uma roupa, e a roupa terá uma ação repelente contra insetos.”
Todo ano, o Brasil joga fora mais de R$ 8 bilhões por ano em produtos que poderiam ser utilizados, mas acabam destinados a lixões e aterros sanitários. A informação é do engenheiro de materiais Guilherme Brammer. Em 2012, ele criou a WiseWaste para “potencializar o uso de coisas que perdem seu valor após sua primeira vida”. O trabalho é realizado junto a 150 cooperativas de catadores de lixo, impactando 5 mil cooperados, e engaja a Universidade Presbiteriana Mackenzie (por meio de um convênio firmado com a instituição) na pesquisa de novas tecnologias para transformação de resíduos.
Em 2016, a WiseWaste participou do Braskem Labs. “Em parceria com a Braskem, desenvolvemos uma solução para reciclar embalagens flexíveis (de biscoitos, snacks, rótulos de refrigerantes, entre outros), que antes eram consideradas não recicláveis”, diz Guilherme. “Com nosso conhecimento somado aos mentores técnicos da Braskem, chegamos a quatro tipos de resinas plásticas aprovadas pelo mercado.” A ideia agora é testar os materiais em escala industrial e oferecê-los a transformadores de plástico para a fabricação de produtos diversos, de utensílios domésticos a bancos de praça.
A WiseWaste vem dobrando de tamanho anualmente, diz Guilherme. “E este ano, devido a um investimento, iremos crescer seis vezes em relação a 2016.” Ele define a experiência do Braskem Labs como “excelente”, enfatizando as oportunidades de ajustes do modelo de negócio e de melhorias de processos e produtos oferecidas pelo programa. E recomenda aos candidatos da próxima edição: dediquem-se de verdade, de coração. “Mais do que as ferramentas que são disponibilizadas, o que vale mesmo é o protagonismo do empreendedor em conectar-se com os mentores e colegas de aceleração.”
Fica a dica. Importante: as inscrições para o Braskem Labs 2017 vão apenas até 14 de maio. Acesse o site, confira o regulamento e inscreva-se.