Soluções inteligentes são assim: às vezes você nem sabia que precisava delas. Que tal um spray com nanopartículas que reduz drasticamente a necessidade de lavar as roupas? Ou um recipiente descartável para coleta de resíduos líquidos, capaz de transformar urina e vômito num gel que elimina os odores? Ou ainda, migrando para a esfera da logística, que tal um silo para armazenagem de grãos feito com plástico reciclado? Impulsionar ideias e empresas com potencial de melhorar o mundo é a missão do Braskem Labs Scale 2018.
O programa de aceleração de negócios de impacto socioambiental entra em seu quarto ano com dez empresas selecionadas (de um total de 150 inscritas), incluindo as três responsáveis pelas soluções mencionadas acima: a paulista Biosoftness (apresentada aqui no Draft, em outubro), a carioca Toalet Descartável e a gaúcha Silo Verde.
“Além dos critérios de seleção, tomamos o cuidado de selecionar negócios com os quais efetivamente acreditamos que podemos cooperar”, diz Luiz Gustavo Ortega, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Braskem. “O resultado é uma sinergia entre o Braskem Labs e os empreendedores que geram ganhos imensos para as startups, e tornam nossa aceleração cada vez mais valiosa.”
Nos próximos quatro meses, os empreendedores terão mentorias exclusivas com capacitações personalizadas e acesso irrestrito ao time da Braskem e da ACE, parceira do programa. Será uma oportunidade única para adquirir conhecimentos (desdobrando diversos temas, da cadeia do plástico a finanças e automação industrial), expandir o networking e fazer o negócio deslanchar de vez. A jornada culmina em setembro, quando cada um apresentará seu pitch a uma plateia de potenciais investidores e players do mercado no Demo Day.
O Braskem Labs Scale 2018 traz como novidade uma categoria para soluções de redução de perda de alimentos. A selecionada neste quesito é a Intelligent Foods, que criou um processo de conservação de alimentos capaz de esticar em até quatro anos (!) o tempo de validade de produtos prontos para consumo, sem uso de refrigeração, conservantes ou aditivos químicos. Além de atacar o gigantesco problema do desperdício de comida, a tecnologia promete beneficiar o setor de alimentação fora do lar, reduzindo os custos da cadeia fria.
Outra selecionada, a Nanometallis, também criou uma solução com potencial de expandir o tempo de prateleira dos alimentos (processados ou in natura): um PVC com nanopartículas funcionalizadas que têm ação bactericida e fungicida. Duas empresas, por sua vez, focam no segmento de resíduos: a Morada da Floresta, que produz e comercializa tecnologias para compostagem de lixo orgânico em nível residencial e empresarial; e a TriCiclos, que promove a economia circular a partir da instalação e gestão de pontos de entrega voluntária de resíduos sólidos.
Completam a lista de aceleradas deste ano a Arla Fácil, fabricante de máquinas para a produção de um reagente que reduz a emissão de óxido de nitrogênio em veículos movidos a diesel; a Ávitus, que criou uma solução aerodinâmica para dar mais estabilidade a ônibus e caminhões, reduzindo o desgaste de pneus, o consumo de combustível e a emissão de poluentes; e a Polynano, responsável por desenvolver polímeros biodegradáveis que estabilizam e impermeabilizam o solo, dispensando a necessidade de asfalto.
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