Estudioso de inovação e da era digital, aquariano com ascendente em aquário. É mais ou menos assim, com uma definição vaga, que Gil Giardelli, 44, se apresenta. Ele prefere colocar dessa forma para não precisar se encaixar em rótulos que ficam cada vez mais sem sentido no que chama de tempos “pós-normais”, em que as coisas não se organizam mais em um espaço concreto, mas de forma fluída. “Ainda dividimos as pessoas em humanas, exatas e biológicas. Falta incorporar inteligência emocional, empatia, pensamento adaptativo e competências culturais cruzadas”, resume, citando ser este o pacote básico para que profissionais se mantenham relevantes em um mercado em transformação.
O gosto de Gil pela mistura vem de berço. Filho de mãe indígena e pai italiano, ele coleciona artigos indígenas, gosta de fazer “detox tecnológico” vez ou outra e de romper a bolha das mídias sociais ao se voluntariar para conversar e levar ajuda a pessoas em situação de rua em São Paulo. Apesar da aversão aos rótulos, há alguns que vale enumerar: além de estudioso, Gil é professor da ESPM, criou o MBA em Gestão de Mudança e Transformação Digital da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e colabora com instituições como Insper e Fundação Dom Cabral.
A atuação na área de educação deu a ele visão bastante crítica sobre a formação no Brasil. “Falta educação de base. É nisso que os países inovadores investem”, diz. Ele lembra do alarmante dado do Ministério da Educação de que mais de 60% dos jovens que estão hoje na graduação são analfabetos funcionais. Assim, Gil acredita que, antes de mergulhar em um processo de transformação digital, o Brasil precisa arrumar a casa e garantir que o acesso à esta nova era seja democrático. Segundo ele, só mudando este cenário o país poderá sofrer menos com o desemprego tecnológico, desafio que vai impactar algumas gerações antes que a economia e a sociedade se acomodem em um patamar melhor.
Empreendedor desde sempre, Gil admite que já quebrou feio uma empresa. Ele atua agora na
5Era, negócio que fundou para oferecer consultoria a grandes organizações e já atendeu IBM, Hospital Albert Einstein e BMW, entre outros nomes. Apesar da consciência de que existem muitas coisas para melhorar, ele não sustenta seu discurso apenas com críticas. No fim das contas, acredita, o futuro será um lugar mais equilibrado, com trabalho significativo e tempo livre para fazer o que realmente importa: estar ao lado das pessoas queridas, construir criatividade e cultivar o intelecto. Leia na entrevista a seguir.
Você se apresenta como um estudioso da era digital. Afinal, o que é era digital e em que momento estamos deste processo?
O mundo está completamente permeado por tudo o que é digital. Uma cidade canadense sofreu um ataque cibernético recentemente e, ao perder sua conexão, tecnicamente voltou a viver como há quase dois séculos atrás, com falhas nos hospitais, no sistema de transporte. O digital é o novo mandamento. O ponto é que hoje aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas vivem sem energia elétrica nenhuma. Entre quem tem energia, quase três bilhões não têm o suficiente para ter mais do que um aparelho eletrônico ligado.
Apesar de estarmos vivendo uma nova revolução industrial, estamos criando castas tecnológicas, algo muito perigoso para a sociedade
Estamos falando que alguns vão realmente viver nessa nova era, aproveitar os benefícios do digital, das cidades conectadas, e outros vão enfrentar os efeitos de um desemprego tecnológico profundo, talvez vivendo em condições piores do que as pessoas dos séculos passados. Este é o nosso grande desafio como sociedade digital.
Existem formas de evitar esta falta de acesso?
As coisas estão acontecendo de forma muito acelerada e sou bastante otimista. Processos como o blockchain e o movimento das criptomoedas mostram que há outras questões em jogo. Desde sempre os governos têm exclusividade sobre duas coisas: emissão de dinheiro e exércitos. Os exércitos já não são exclusividade. É só ver o que acontece em São Paulo e outros estados do Brasil. Quanto à emissão de moeda, na minha opinião, é uma questão de tempo para mudar. Quando a gente realmente tiver essa sociedade conectada, com tradutores simultâneos que derrubam a barreira dos idiomas, entraremos em uma realidade de compartilhamento, sem fronteiras ou obstáculos. Já alguns processos não vão fazer sentido em um futuro próximo, como o conceito de nacionalidade.
As pessoas e empresas não param de falar de transformação digital. Você acha que o termo já virou clichê, se esvaziou de significado?
A indústria de tecnologia precisa criar nomenclaturas de tempos em tempos para vender novos produtos. Agora esse setor se apropria desse conceito de transformação digital. Recentemente participei de uma feira de agronegócio e o tema era fazenda 4.0, seja lá o que isso signifique. Antes os fazendeiros ouviam que precisavam investir em insumos agrícolas e máquinas, agora dizem que é essencial conectar, apostar em internet das coisas para aumentar a produtividade. Não tenho dúvida de que isso seja necessário, mas é preciso olhar para o outro lado, o das pessoas que não estão conseguindo entender e acompanhar essa mudança – é aí que muitas vezes a transformação digital acontece por modismo, sem um propósito real. Precisamos dar um passo para trás e pensar na educação da base.
E qual é o horizonte desta transformação para os negócios?
Vemos a ascensão de ambientes complexos. Tem um exemplo interessante da Nestlé, que vendeu recentemente as suas operações de chocolates nos Estados Unidos para a Ferrero. Quando isso aconteceu, os economistas olharam com lupas do século passado, especulando que a companhia estava com algum problema de caixa e, no fim, não era isso. Eles decidiram deixar de competir em um segmento que tem alta concorrência nos Estados Unidos e passaram a oferecer uma assistente de voz com inteligência artificial. A ideia é que, com a solução, as famílias conversem diretamente com a Nestlé para receber dicas de nutrição, de receitas e comprar produtos. É o fim da intermediação como conhecemos, de ter um supermercado entre a marca e o cliente.
Quando falamos de Brasil, há cidades riquíssimas por causa da produção agrícola, mas que ainda não têm 4G. As pessoas não estão usufruindo nem do início desta revolução, que seria as mídias sociais
Precisamos resolver algumas disparidades antes de conseguir avançar e é essencial entrar nessa nova era porque é aí que estão os empregos. Quando analisamos os índices econômicos dos Estados Unidos ou da Europa, antes e depois das crises recentes, dá para ver que muitos indicadores melhoraram, menos um: o de emprego. Vivemos um processo de desemprego tecnológico acelerado.
Com este cenário, em que posição o Brasil está globalmente quando se trata de inovação?
Somos os lanternas em quase todos os índices importantes na nova economia: empreendedorismo, competitividade, indústria 4.0… Precisamos realmente parar para pensar qual será o nosso processo de país no futuro. Ao mesmo tempo, há um lado bastante interessante. Por exemplo, a Rosina Gallaro, uma mulher septuagenária, ganhou o maior prêmio de internet das coisas para a vida ao criar um sistema que combate o tráfico de animais silvestres. Recentemente o Brasil conquistou o primeiro e o terceiro lugar em um concurso de inovação para jovens com 118 países. Em resumo, a nossa posição global é muito ruim como nação, mas individualmente os brasileiros se sobressaem. A questão é que, para a nova era, precisamos de um projeto de nação que inclua ética e inovação.
E por onde o Brasil deveria começar esta transformação?
Recomendo um documentário que joga muita luz nisso: O começo da vida. Ele fala sobre o fato de que os países de desenvolvimento pleno investiram muito em educação de base, na primeira infância. No Brasil invertemos os polos, apostamos na educação acadêmica e, por isso, erramos. Os primeiros três mil dias de alguém definem como este ser humano será no futuro. O que nos falta é justamente esse sentimento de nação, de colaboração, que é essencial para esta nova era. A inovação depende também de políticas públicas – e aqui não falo de incentivo financeiro, mas de ter regras claras. No Brasil demoramos, em média, 14 anos para concluir um processo de patente e as pessoas preferem levar suas patentes para fora. O segundo ponto para a inovação é ter iniciativa privada de mãos dadas com academia para criar em parceria. A verdade é que hoje estes dois elos estão distanciados.
Qual é a sua análise sobre o empreendedorismo de palco? Você acha que esse tipo de coisa ajuda ou atrapalha o cenário de empreendedorismo do Brasil?
Nasci no centro de São Paulo e tive minha primeira empresa com 16 anos na Praça da Sé. Fazia logotipos em um escritório emprestado. Na época não existia esse conceito do empreendedorismo, da startup. Respeito muito todas as profissões, mas tinha trabalhado como office-boy e sentido que aquilo não era para mim, aquela história de não poder atrasar cinco minutos senão perderia o dia. Eu era muito jovem e tinha uma desobediência criativa. Depois disso, tive bares, montei e vendi a primeira empresa de e-mail do Brasil. Criei vários negócios, quebrei seriamente um deles – tanto que só terminei de pagar as dívidas recentemente. Acho que o problema não é apenas o empreendedorismo de palco. A minha impressão é que ficamos rasos, achando que ler um livro vai resolver qualquer coisa. Por outro lado, prefiro investir a minha energia mais em elogiar do que em criticar. Entramos em um processo em que jogamos pedras demais e aplaudimos de menos.
Trabalhando próximo a tantas empresas você consegue identificar os desafios de inovação mais latentes das companhias aqui no Brasil?
Tem alguns. Um dele é que grande parte dos profissionais está defendendo seus empregos, lutando contra o desemprego tecnológico e trabalhando por uma agenda oculta, que interessa à pessoa, não à empresa. No fim das contas, são âncoras. Já escutei o presidente de uma grande empresa dizer que sabia das transformações necessárias para o futuro, mas que se aposentaria em um ano e, até lá, iria levar as coisas como estavam até que o sucessor assumisse. Outra coisa comum é ver profissionais dizerem que aquela não é a responsabilidade dele, não afeta seus resultados imediatos e, portanto, não receberá sua atenção.
Precisamos de atenção ao presente, mas também de gestão do futuro. O grande desafio é criar um grupo de pessoas dispostas a fazer frente a esta nova era, a dar um salto de abundância e prosperidade para toda a organização
E quando falamos sobre o ambiente de startups, qual é o maior desafio?
Existe um desafio da geração. Pesquisas globais indicam que mais de 53% dos jovens desejam criar sua startup, mas apenas 3% têm vontade de trabalhar em uma destas empresas, priorizando cargos públicos ou um emprego em multinacionais. Há uma dicotomia. Outro ponto é que o nosso ecossistema ainda está fraco. Investidores, anjos, aceleradoras e fundos de capital de risco trabalham com um formato que não facilita a vida dos fundadores, mas de quem está investindo. É uma típica jabuticaba brasileira. Normalmente você incentiva a startup e seu fundador. Aqui, criamos processos para transformar o fundador em um funcionário. Há ainda a questão de que, quando uma startup forte surge em um setor, as empresas tradicionais daquele segmento tendem a perder 50% de suas margens. Então, vemos agora grandes companhias criando aceleradoras e tentando entrar no ecossistema de startups com o objetivo maquiavélico de manter as novas soluções sob seu controle. É uma mão forte atuando no mercado.
Isso sufoca o desenvolvimento do ecossistema de startups?
Sim. Vemos pouquíssimas startups que ganharam grande destaque, se tornaram unicórnios, com valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares. Temos a PagSeguro, por exemplo, que pertencia ao Grupo Folha e, portanto, não nasceu exatamente de um bando de jovens sem dinheiro tentando fazer uma empresa. Claro que há histórias interessantes como Netshoes, Dr. Consulta e ContaAzul, mas é muito raro. O que estas empresas têm em comum é que receberam investimento de fundos internacionais, não só de brasileiros.
Você acredita que o Brasil é um país empreendedor e falta apenas fomentar da forma certa?
Nós somos empreendedores de outra maneira. Somos fortes em empreendedorismo de oportunidade ou de sobrevivência. Precisamos agora de empresas que trabalham com inteligência artificial, com inovação radical, que nos levem realmente para a ponta.
E o que falta para ter isso aqui?
Conheci um grupo de dois jovens brasileiros que estudaram no MIT e desenvolveram um processo de ponta relacionado com reconhecimento facial. Eles encontraram tanta dificuldade para colocar a empresa de pé aqui que foram morar fora. Falta criar um ambiente de empreendedorismo de alto impacto. Quando você entra na Imperial College, em Londres, dá de cara com um cartaz que pergunta quando criaremos o próximo unicórnio. Temos claro que os setores que não inovam enfrentarão, primeiro, o desemprego tecnológico, seguido de queda das receitas e do valor de mercado. Para entrar no futuro, o Brasil precisa pensar em coisas que estão para a frente.
Você acha que inovação também é um termo que começa a virar clichê?
Uma vez perguntei a um professor de Stanford, especialista da Nasa, sobre aquele travesseiro com espuma. Ele deu risada e disse que esta tecnologia não existe. Descobri depois que a 3M desenvolveu uma solução para evitar que os astronautas se machuquem na gravidade zero. Alguém pegou aquilo e chamou de travesseiro inovador da Nasa. Tudo virou inovador: travesseiros, escovas de dentes, de cabelo. Isso é muito ruim para nós como sociedade. Se tudo na propaganda é inovador, afinal, o que é inovação? Precisamos voltar a discutir o que, de fato, a palavra significa se quisermos ir em frente na nova era. Inovação e disrupção são termos muito surrados, usados em contextos errados.
Você citou diversas vezes o desemprego tecnológico. Qual é o real tamanho desta ameaça?
Absolutamente todos os estudos indicam que, no futuro, haverá muito mais emprego do que desemprego tecnológico: a cada vaga fechada, 2,6 se abrem. O problema é que, até lá, teremos três gerações que enfrentarão a falta de trabalho. Entre as dez carreiras que mais receberam alunos na graduação no ano passado, nove vão sofrer intensa mudança nos próximos anos por causa da tecnologia. Quando olhamos um aluno de Administração, sabemos que ele poderá ser alguém melhor em quatro anos, quando se formar, mas em termos de mercado de trabalho, estará completamente despreparado. A dificuldade está na falta de tempo para que as pessoas estejam prontas para esta nova era. Nunca se gastou tanto com educação e nunca as pessoas saíram tão despreparadas
E o que os profissionais precisam ter para atuar na nova era?
Nós ainda dividimos as pessoas em humanas, exatas e biológicas. Falta incorporar inteligência emocional, empatia e competências culturais cruzadas em todas as áreas
Outra característica essencial é o pensamento adaptativo. As coisas mudam todos os dias, não podemos nos conformar.
Como professor, você acha possível se preparar a partir deste novo modelo na realidade que temos hoje?
Há pontos bastante preocupantes. Dados do Ministério da Educação mostram que mais de 60% dos jovens da graduação hoje são analfabetos funcionais. Em geral, estamos brincando de ensinar as pessoas, o que vai ser um problema muito sério a longo prazo. Nas minhas aulas de MBA, o primeiro trabalho que peço é sempre uma redação de 2 500 toques sobre os tempos pós-normais. Ali vejo o estágio da turma e encontro problemas muito graves. Não falo de erros de português, mas de dificuldades enormes no processo mental de montar um texto. Vejo pessoas que trabalham em ótimas empresas, em cargos em ascensão, e sei que elas não conseguem mandar um e-mail mais complexo para defender um projeto de inovação. Viajo pelo Brasil e vejo jovens sem qualquer perspectiva de emprego, de visão de futuro. Encontro pessoas que estudam em determinada universidade só por causa do preço acessível, que é um atributo importante, mas não pode ser o único, senão estaremos vendendo diplomas a suaves prestações. Os jovens estão achando a escola cada dia mais chata e estão certos nisso. Aquele conceito de aulas cronometradas, de espaço concreto, não existe mais. A educação precisa ser um ponto central da nação.
A evolução tecnológica começa a avançar em um campo arriscado quando se trata de privacidade. Qual é o limite disso?
Algumas coisas que são raras nos tempos atuais: tempo, atenção, silêncio e privacidade. A privacidade acabou. Por um lado é muito bom porque estamos chegando à transparência radical que a sociedade precisa. Posso assegurar que todos os grandes segredos do mundo vão desmoronar com o tempo. Porém, temos o desafio grande de fazer um balanço entre o poder do estado e o poder da individualidade das pessoas.
Você já se deparou com alguma situação em que a tecnologia precisou abrir espaço para a ética?
O dilema da ética é diário. No dia a dia, por exemplo, acho que ninguém deveria pegar o celular do companheiro ou companheira sem autorização (risos).
Quais são os caminhos para que pessoas inovem dentro das empresas?
Olha, esta resposta será controversa, mas já está provado que, em 99% dos casos, criar departamentos de inovação não funciona. Com o tempo estas áreas se fecham e as pessoas que estão lá saem. Você acaba criando uma outra categoria de profissionais no mundo corporativo e o processo de inovação precisa ser em grupo. Há espaço para líderes, mas precisa ser no sentido de ser maestro, de ser um líder criativo, não um chefe. Inovação não é uma casta, mas um conceito que precisa estar intrínseco.
Na sua visão, o futuro é promissor ou assustador? Utópico ou Distópico?
Sou um tecnotimista. Não acredito nem em utopia nem em distopia, mas em tempos pós-normais. É um período feito de tradição e contradição, complexidade e caos. A velocidade da mudança está muito acelerada, o que dificulta a construção de cenários.
Quando sairmos desta infância, vamos conseguir trabalhar de forma mais inteligente, garantindo tempo para fazer as coisas boas da vida: conversar, estar com as pessoas que amamos, desenvolver o intelecto, a criatividade
A depressão é o mal do século. Criamos um sistema em que a maioria das pessoas trabalha pela manutenção deste sistema, sem nenhum significado além disso. Nesta transição, veremos surgir muitos novos trabalhos e, volto a falar, é essencial dar educação de base. Precisamos discutir renda mínima para o desemprego tecnológico, que é inevitável. Vemos o Vale do Silício enriquecer sem parar e, enquanto isso, as pessoas que sempre moraram ali já não podem pagar os alugueis que ficam cada vez mais caros. Em todas as grandes cidades há uma explosão do número de pessoas morando nas ruas. Precisamos fazer uma transição que será dolorida.
Qual é a sua relação pessoal com a tecnologia?
Defendo que é preciso experimentar a desconexão. A tecnologia é legal, mas tem coisas que eu não abro mão. Uma deles é fazer um detox em alguns momentos. Este ano fui para Galápagos nadar com leões marinhos e me desliguei. A conexão real vai ser cada vez mais importante. Conheci o laboratório de captologia em Stanford, que reúne grandes pesquisadores e especialistas em comportamento humano para desenvolver a persuasão da tecnologia. A meta é que você invista cada vez mais seu tempo nas redes sociais, olhando para seu celular. Não podemos ser os ratinhos desta armadilha.
Qual é a sua opinião sobre hierarquia nas empresas? Esta estrutura ainda é eficiente?
Há novos formatos surgindo e precisamos trabalhar a liderança pelo servir, pelo compartilhar. Ouvi recentemente um general aposentado dos Estados Unidos contar a experiência que teve na última guerra para a qual foi recrutado, contra o Estado Islâmico. Segundo ele, nem ali existe mais o conceito de “eu mando, você faz”. Era uma batalha de inteligência, que exigia colaboração no grupo. Se vemos esta mudança acontecer no exército é porque as coisas realmente se transformaram.
As hierarquias não funcionam mais. Vejo jovens de alto impacto que precisam sair do mundo corporativo porque começam a ser podados quando colocam suas ideias para os diretores
Deixe uma dica de livro, filme ou passeio que gostou recentemente.
Sugiro um livro muito bom, o Life 3.0 – Being Human in the Age of Artificial Intelligence, de Max Tegmark, um professor super respeitado do MIT. Ele coloca luz sobre os caminhos da inteligência artificial e aborda, de forma científica, conceitos muito complexos, como astronomia, filosofia e religião.
Academia, empresas, governo e sociedade: como alinhar e ampliar o potencial de inovação desses atores? Flávia Fiorin, gestora do Tecnopuc, fala sobre a atuação do parque tecnológico gaúcho (meses após as enchentes que arrasaram o estado).
CIO e diretora de serviços digitais da Mondelēz Brasil, dona das marcas Lacta, Bis, Oreo e Trident, Leila Zimmermann conta como a empresa vem explorando o uso de IA em várias frentes, inclusive na precificação inteligente de seus produtos.
Criado no interior gaúcho, Alsones Balestrin fez do seu doutorado na França um trampolim para voos mais altos. Foi secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS e hoje capacita empreendedores por meio da edtech Startup Academy.