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Estagiário(a), atenção: mesmo com salário curto você pode começar – já! – a investir!

Bruna Borelli - 1 ago 2018
Assumir o controle das finanças e aprender a investir seu dinheiro são passos importantes do caminho para a vida adulta
Bruna Borelli - 1 ago 2018
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A época da faculdade pode ser sinônimo de noites mal dormidas para quem concilia estágio, estudos e, é claro, festas universitárias. Por outro lado, é um período decisivo para dar a partida em uma vida econômica ativa, almejando a construção de um patrimônio sólido no futuro.

Por meio de produtos como o Tesouro Direto, que permite adquirir frações de títulos com um investimento mínimo de R$ 30, mesmo quem recebe salário de estagiário já pode – deve! – começar a aplicar o seu suado dinheirinho!

Foi assim com Luiz Roale, 22 anos, estudante de Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Recém-chamado para estagiar em uma refinaria de petróleo, ele já planeja investir 60% dos seus ganhos em renda fixa – principalmente Tesouro Direto, CDB e LCI.

“O tempo faz total diferença quando a gente pensa em juros compostos”, diz Luiz, se referindo aos “juros sobre juros”, aplicados ao montante de cada período. “Acredito que já estou muito à frente do que se começasse a investir só daqui a dez anos, já com uma carreira consolidada profissionalmente.”

Com o incentivo da mãe, que criou no filho desde bem pequeno o hábito de economizar, Luiz já mostrava cuidado com as finanças pessoais antes mesmo de conquistar o estágio. Aos 14 anos, ele começou a juntar dinheiro para comprar uma camisa do Cruzeiro, seu time do coração – e não parou mais.

“Mesmo depois de conseguir o que queria, continuei poupando para, caso surgisse algo muito legal, eu pudesse comprar.”

Porém, foi só no início de 2017, ao aprender mais sobre investimentos, que Luiz abraçou de vez a rotina de fazer aplicações mensais, em produtos de renda fixa, investindo sempre R$ 500 – valor que sobrava da bolsa de estudos da faculdade e da mesada que ganhava dos pais no fim do mês.

Antes, passou horas pesquisando sobre o tema na internet. E mesmo assim, Luiz só perdeu de vez o medo de investir ao tomar contato com a Liga de Investimentos da Escola de Química, criada pelos estudantes da faculdade.

“Realizamos grupos de estudos e repassamos o conhecimento para outros alunos por meio de palestras e outras atividades”, diz Luiz. “Muita gente tem interesse em aprender sobre o tema; é importante existir esse ambiente dentro das faculdades.”

Hoje, Luiz busca ampliar seu know-how para pôr em prática, até o fim do ano, o plano de investir também em renda variável. Ele já traçou uma estratégia e pretende mesclar os novos investimentos, de maior risco, com as aplicações em renda fixa, conquistando assim ganhos no longo prazo – e a independência financeira, lá na frente.

“Sei que preciso estar mais seguro e entender bem o que estou fazendo para poder dar esse passo, pois a possibilidade de perda em renda variável é naturalmente maior.”

Efetivada em junho após um ano e meio como estagiária em uma empresa de contabilidade, a maranhense Wellen Serra, estudante de Administração de 22 anos, também vislumbra investir em renda variável, daqui um ano. Por enquanto, ela foca suas aplicações em títulos de renda fixa – Tesouro Direto, Debêntures e LCI.

Wellen abriu os olhos para a importância das finanças pessoais ainda no Ensino Médio, quando um professor de Planejamento Financeiro sugeriu para a turma a leitura do best-seller Pai Rico, Pai Pobre (de Robert T. Kiyosaki e Sharon L. Lechter; lançado em 1997, o livro soma mais de 9 milhões de exemplares vendidos).

“Nunca mais consegui ver ou tratar o dinheiro da mesma forma”, diz Wellen. “Estudei muito sobre o assunto e, assim que comecei a estagiar, passei a separar 20% do meu salário e aplicar rigorosamente em renda fixa, todos os meses.”

Ao iniciar a vida econômica ativa bem informada, Wellen “passou batida” pela poupança: ela já sabia que existem aplicações bem mais rentáveis para o seu dinheiro. E garante que sequer precisou reduzir as idas à praia, ao cinema ou os chopes com as amigas. Bastou uma boa dose de planejamento.

“Eu baixei um aplicativo e registro lá todas minhas receitas e despesas, independentemente do valor. É a melhor maneira de acompanhar e equilibrar as finanças pessoais.”

Morar na casa dos pais ajuda a jovem a evitar gastos com aluguel e a se focar nos aportes mensais com rigor. “Pretendo continuar com eles por um tempo, pelo menos enquanto me organizo para tomar esse passo na vida.”

A meta de Wellen é atingir a independência financeira aos 35 – ou seja, daqui a 13 anos. Com os seus rendimentos atuais, porém, ela prevê que precisaria de uma década a mais. Por isso, para acelerar o processo, a jovem pretende investir em ações, alcançando uma maior rentabilidade (mas sem abrir mão de suas aplicações atuais em renda fixa).

“A cada dia me apaixono mais pelo mundo das finanças! É encantador quando você vê seu dinheiro trabalhando para você, com juros bem melhores que o da Poupança – e sem precisar fazer nada mirabolante!”

Saber equilibrar entusiasmo e cautela é aprendizado fundamental, seja para desbravar o mundo dos investimentos ou simplesmente trilhar o caminho rumo à vida adulta. E assumir o controle de suas finanças é parte essencial desse processo de se tornar uma pessoa madura e independente.

E você? Está está esperando o que para começar a investir?

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