Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
IDENTIDADE DIGITAL
O que acham que é: Um tipo de identidade para millennials.
O que realmente é: Identidade Digital é a unificação em um modelo digital (cartão com chip, chip de celular, aplicativo para mobile etc) de documentos obrigatórios de identificação do cidadão emitidos pelo Estado — tais como RG, CPF, passaporte, cartão de seguridade e título de eleitor. Na versão digital, seu uso passa a ser feito por meio da internet, dispensando o objeto físico. Não existe uma definição única de Identidade Digital porque cabe a cada país incluir os documentos que acredita possíveis e/ou necessários, assim como, escolher os meios digitais utilizados.
Do ponto de vista tecnológico, segundo Gustavo Torrente, professor de tecnologia da FIAP, há Identidades Digitais sendo disponibilizadas através de sistemas, plataformas, aplicativos, que podem ser autenticadas por meio de um certificado digital ou pela leitura de um QR Code. “Neste cenário de validação digital e criptografia de dados, contamos com o blockchain, que pode autenticá-las com chaves geradas pela própria aplicação em uma rede descentralizada, assim como acontece nas transações da bitcoin, por exemplo.” Na Estônia, país cujo sistema de Identidade Digital é considerado o mais avançado do mundo (e-Identity é o nome), a quantidade de documentos inclusa é tão grande que há apenas três situações em que os cidadãos precisam ir pessoalmente a órgãos públicos: para vender um imóvel, se casar e se divorciar.
Quem inventou: Não há. É uma decorrência natural da tecnologia.
Quando foi inventado: Não há.
Para que serve: Para, de forma geral, permitir que serviços que dependam de documentos relacionados a serviços estatais sejam feitos pela internet, diminuindo a burocracia. Para Torrente, a grande vantagem da Identidade Digital para governos é a questão da segurança, pois inibe as fraudes no ambiente digital. “Para os cidadãos, fica muito mais cômodo ter, dentro do seu celular, todas as informações que precisa, já que podemos até sair de casa sem nossa carteira, mas não costumamos sair sem o celular”, diz o professor.
Quem usa: Além da já citada Estônia, Índia e Japão são outros dois exemplos de países que identificam seus cidadãos dessa forma. No Japão, o nome do programa de Identidade Digital é My Number, cartão individualmente numerado que permite que aos cidadãos acessarem a seguridade social, a receita, serviço de saúde, entre outros. O Aadhaar, na Índia, também é um número pessoal único, baseado em biometria.
Efeitos colaterais: Dificuldade operacional. “A proposta de digitalização de identidade visa a facilidade e a segurança dos dados, mas temos que pensar em situações do dia a dia, como por exemplo, se acabar a bateria do celular, como bloquear a identidade se ela for roubada?”, questiona Torrente.
Quem é contra: Há críticas aos países que já implementaram a Identidade Digital. No Japão, de que há lentidão no processo de distribuição de números. Na Índia, alegam que pessoas mais pobres que dependem do serviço social para comer não estão tendo acesso aos devidos benefícios por não terem o número.
Para saber mais:
1) Leia, na BBC, Aadhaar: Is India’s biometric ID scheme hurting the poor?
2) Leia, na Folha de S.Paulo, Os candidatos e a tecnologia no governo, texto do colunista Ronaldo Lemos sobre Identidade Digital no evento GovTech.