A pele fala. Quando algo não vai bem, ela conversa conosco, seja para expressar a presença de hormônios específicos no corpo, cicatrizar feridas ou avisar que estamos envelhecendo. E isso fica claro diante do espelho por um motivo simples: o recado quase sempre é dado em forma de manchas escurecidas que aparecem, principalmente, no rosto, nas mãos e na região do pescoço e do colo. Assim, olhar para o próprio reflexo pode ser sinônimo de busca aos defeitos e de abalo da autoestima.
Foi pensando em deixar a pele livre de manchas e com tom uniforme que a Natura desenvolveu o Sistema de Clareamento Chronos. Para criá-lo, foi preciso sonhar alto: era necessário unir, em uma única linha, produtos que atuassem em diversos tipos de manchas, atingissem regiões mais profundas da pele e, além de tudo, apresentassem resultados visíveis no menor tempo possível. Após um extenso período de pesquisas e testes, os frutos vieram.
Hoje, a linha Chronos Clareamento é o único tratamento na cosmética dermatológica que propõe atender a esses três requisitos, agindo de maneira ampla, profunda e intensiva.
“É um trabalho de formiguinha. Um processo minucioso, com muita tentativa e erro”, diz Fabiana Paes, pesquisadora sênior da Natura responsável pela formulação do sistema de clareamento. Seu desafio era encontrar o equilíbrio entre três requisitos: atender às expectativas dos consumidores com uma linha eficaz e agradável de usar; garantir um produto íntegro de altíssima qualidade, que não deveria apresentar mudanças de cor, odor e textura após aberto; e manter a identidade da Natura nos ativos, devendo criar um elo forte entre tecnologia e bem-estar.
Mãos à obra
Entre os objetivos que Fabiana precisava cumprir, estava a missão de acrescentar 10% de vitamina C pura, solúvel e estável na composição no Sérum Intensivo Multiclareador, principal produto da linha. Ao mesmo tempo, era preciso evitar a oxidação desse ingrediente, o que causaria o amarelamento do produto. Isso significa que, desde o primeiro dia de formulação, a pesquisadora teve que eliminar um importante componente de seus testes: a água. Embora esse líquido solubilize e estabilize a vitamina C, é ele que provoca a reação química de oxidação, o que gera as qualidades indesejadas que deveriam ser eliminadas do sérum.
A alternativa para desenvolver uma fórmula anidra – ou seja, sem H₂O – foi buscar a solubilização em diferentes solventes. Segundo Fabiana, vários tipos de protótipos foram testados até chegar a uma combinação que, além de funcional, não deixasse a substância com aspecto pesado e grudento. “Não adianta criar um produto que funciona bem se ele não for prazeroso de usar”, ressalta. O composto ideal deve manter a vitamina C solubilizada para facilitar a absorção dela no momento da aplicação na pele.
Esse foi apenas o primeiro passo. Além da vitamina C pura, era necessário acrescentar outros componentes, a fim de transformar a linha na melhor alternativa para a diminuição definitiva de qualquer tipo de mancha. Por isso, o outro grande protagonista do sérum é o extrato de aroeira, ativo de clareamento exclusivo da Natura. Em pesquisas internas, descobriu-se que a aroeira, assim como a vitamina C, possui atributos capazes de inibir a enzima que estimula a produção excessiva de melanina, pigmento responsável pela cor da pele. A ação conjunta dos dois ativos garante, assim, a redução das manchas e uma pele mais uniforme.
O sérum também possui dois ácidos em sua composição: o ácido ferúlico, que possui ação antioxidante complementar à da vitamina C, e o ácido glicólico, que atua nas partes mais profundas da pele e também como um esfoliante químico, controlando a fabricação de melanina e evitando que manchas que apareceriam no futuro cheguem à superfície da epiderme.
Como saber se funciona?
Após chegar a um protótipo que atenda a todos os requisitos, é preciso submeter o produto a uma série de testes O primeiro deles avalia a estabilidade do produto e o doseamento da vitamina C: o material é colocado em uma câmara com temperatura e horas definidas por um período de dias. Durante esse processo, avaliam-se alterações de cor, odor, viscosidade e doseamento da vitamina C para garantir que a quantidade da vitamina se mantenha por todo tempo de uso do produto. É nesse momento que muitos dos produtos disponíveis do mercado ficam para trás. “Há aqueles que apontam 12%, 16% ou até 30% de vitamina C em sua composição. Mas ao observá-los em laboratório, notamos que o ativo nem sempre é puro, está bem diluído ou foi estabilizado da melhor maneira”, diz Fabiana. “Ele não será eficaz como um produto com 10% de vitamina C pura, solúvel e estável.”
Após a fórmula criada pela pesquisadora reagir bem às condições a que foi submetida, é preciso responder outras perguntas: ela é segura? É agradável de aplicar? E, finalmente: ela funciona para qualquer pessoa?
“Os ativos foram escolhidos para que um complemente a ação do outro”, conta Silas Arandas, pesquisador responsável pela parte de testes de eficácia clínica.
“Ao testar a linha, buscamos pessoas com manchas de diferentes procedências para saber se todas seriam beneficiadas pela atuação conjunta dos elementos presentes no sérum.”
Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), Arandas realizou uma avaliação do produto com um nobre instrumento utilizado pela ciência dermatológica, a microscopia confocal: um procedimento clínico não-invasivo que identifica o que está acontecendo em cada camada da pele, chegando até as áreas mais profundas dela. Dessa maneira, o pesquisador conseguiu enxergar o efeito do sistema de clareamento e avaliar se todos os ativos funcionavam de maneira correta, inibindo o excesso de melanina garantindo sua distribuição de maneira mais uniforme ao chegar à superfície. “A finalidade da pesquisa não era ver se o produto estava penetrando, mas avaliar o resultado biológico da ação dele”, diz. “Isso nos permitiu descobrir que é possível tratar manchas que ainda estão nas camadas mais profundas. Podemos impedir que elas apareçam.”
Os testes de segurança, sensorial e de eficácia contaram com a participação de cerca de 500 voluntárias, que começaram a ver os primeiros resultados no tom da pele em apenas em duas semanas. No período de 30 a 90 dias, o protótipo testado também reduziu o tamanho, a quantidade e a intensidade de áreas escurecidas da epiderme, fossem elas de grau leve, moderado ou elevado. No total, 100% dos participantes apresentaram resultados satisfatórios, em algum grau, com o uso contínuo do produto.
Juntos e mais fortes
Além do Sérum Intensivo Multiclareador, a linha Chronos Clareamento conta com dois protetores clareadores FPS 70, um tonalizante claro médio e outro na cor médio escuro, e também um creme clareador de colo e mãos (FPS 30). São produtos que devem ser usados durante o dia para complementar a ação do sérum, aplicado à noite. Eles têm dois ativos: a aroeira, que possui atributos capazes de inibir a enzima que estimula a produção excessiva de melanina; e a niacinamida, que regula a transferência de melanina na pele, mantendo o tom uniforme da epiderme e garantindo uma ação complementar à da vitamina C e dos ácidos ferúlico e glicólico presentes no sérum. Durante os testes de eficácia, o uso combinado de todos os produtos gerou resultados 70% mais satisfatórios em relação ao uso isolado do sérum.
Para Fabiana, que agora vê sua fórmula ganhar o mundo como um produto pioneiro e de grande aceitação, essa é a melhor maneira de ter seu trabalho reconhecido. “Eu me lembro de quando dei pulos de felicidade e fiquei emocionada no laboratório ao criá-lo. Sinto que cumpri uma missão, e essa sensação é a minha grande conquista.”
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