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Grandes empresas propõem desafios reais para as startups mais atrativas do mercado

Cláudia de Castro Lima - 18 jul 2019 Cláudia de Castro Lima - 18 jul 2019
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Para a multinacional Basf, o uso de moedas virtuais vai ajudar a agregar mais valor aos parceiros da empresa e atrair novos players para a cadeia da indústria química.

Líder na fabricação de laminados sintéticos, a Cipatex pretende usar a impressão 3D para o desenvolvimento de cilindros de gravação que acrescentam elementos visuais diferentes em seus produtos.

Já a gigante Bosch aposta em inovação em diferentes unidades de negócios, especialmente para as demandas do mercado de reposição automotiva e para otimização de processos administrativos internos.

Para desenvolver as soluções, essas grandes empresas acreditam na colaboração. Por isso, vão lançar esses desafios para algumas startups, que devem culminar com speed-datings – ou reuniões presenciais de 20 minutos – com local marcado: o Whow! Festival de Inovação, que acontece entre 23 e 25 de julho da Arca, em São Paulo.

O Whow! Festival acontece entre os dias 23 e 25 de julho na Arca, em São Paulo

A medida faz parte da parceria da 100 Open Startups, rede que conecta startups a grandes companhias, executivos e empresários-anjo, com um dos maiores festivais de inovação para negócios do país.

Empresas que fazem parte do ecossistema da plataforma foram convidadas a sugerir desafios reais que enfrentam em suas áreas de atuação para as startups brasileiras mais atrativas do mercado, que vão ser anunciadas no próprio evento.

“Teremos lá, portanto, as 200 startups mais atraentes abertas a negócios e investimentos no modelo de speed-dating”, diz Bruno Rondani, um dos fundadores e CEO da 100 Open Startups.

“Nenhuma empresa hoje em dia é capaz de gerar valor para a sociedade sem estar associada a novos modelos de negócios, tecnologias do mercado e práticas inovadoras geradas pela densidade – ou seja, a quantidade – e pela diversidade, que vem de diferentes conhecimentos e fontes”, afirma Mirella Lisboa, digital ecosystem developer da Basf. A multinacional conectou-se à 100 Open Startups no começo deste ano, depois de participar de speed-datings realizados em eventos de inovação e tecnologia.

“As startups trazem, além da tecnologia, uma vivência amplificada do mercado em geral e de diversos segmentos, que uma grande empresa tem de forma resumida. A geração de valor acontece para todos os lados: a Basf consegue promover ao seu cliente uma solução completa, com matéria-prima agregada à tecnologia, ou até mesmo conectar as duas pontas, cliente e startup. Com isso, nos tornamos parceiros desse cliente à medida que agregamos valor ao negócio dele.”

Por outro lado, as startups, segundo ela, ganham na medida em que ampliam seu leque de atuação por meio do pipeline de clientes da grande empresa

“Isso porque estamos em praticamente todas as indústrias possíveis: automotiva, produtos pra cuidados pessoais e de casa, nutrição humana, nutrição animal, farmacêutica, químicos para plástico, papel, tintas etc”, relata. “Ou seja, damos acesso de mercado para as startups – o que nos torna protagonistas da agenda de transformação digital gerando simplificação e agilidade, impactando e gerando valor para os negócios de nossos clientes.”

Também acreditando nessa relação e no modelo mental de que soluções desenvolvidas em conjunto são sempre mais eficazes, a Cipatex, outra empresa ligada ao ecossistema da 100 Open Startups, propôs não apenas o desafio da impressão 3D para desenvolvimento de produto, mas também o desenvolvimento virtual de uma ferramenta com a qual a empresa consiga uma prototipagem do produto para o mercado de calçados via software ou aplicativo.

“Esse mercado exige uma rapidez e variedade de desenvolvimentos muito grandes, o que acarreta numa taxa de conversão muito baixa”, explica Rafaela Paladini, analista de inovação da empresa. “A solução traria agilidade no processo, assertividade com o cliente e redução de desenvolvimentos.”

Daniel Lange, líder de inovação na unidade da Bosch em Curitiba, conta que a flexibilidade para adaptar soluções, a forma ágil de trabalho e a dedicação para solucionar desafios reais são o que atrai a multinacional na parceria com startups.

“Além do mais, temos o aprendizado sobre a mentalidade de uma startup, que contribui para o processo de transformação cultural que estamos vivendo para fortalecer a inovação e a atitude empreendedora”, afirma

“Sem dúvida, como uma grande empresa de tecnologia, desejamos nos aproximar das melhores inovações do mercado e estabelecer oportunidades para cocriações de negócios e soluções. Sabemos que os negócios do futuro são fruto da colaboração entre diferentes players atuando em parceria, e acreditamos que temos oportunidades interessantes com o ecossistema de startups no Brasil.”

Negócios podem ser fechados nos speed-datings entre grandes empresas e as startups

Mais de 8 mil startups das mais diversas áreas de atuação estão inscritas na plataforma de open innovation. O Ranking 100 Open Startups, que elege as 200 que foram consideradas pelo próprio mercado as mais atrativas, vai ser anunciado no evento. Assim, essas empresas nascentes ficam em evidência durante o speed-dating, com oportunidade de se conectarem a empresas líderes para discutir as oportunidades de negócios.

A terceira edição do Whow! Festival deve reunir mais de 5 mil pessoas e sediar mais de 5 mil reuniões de negócio durante três dias na Arca, na Vila Leopoldina, um antigo prédio metalúrgico dedicado recentemente à economia criativa.

“Vamos reunir startups, empreendedores, venture capitals, anjos e empresas, além de quase 300 palestrantes”, diz Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão e organizador do evento. “São três dias intensos em que os participantes vão ouvir sobre assuntos tão díspares quanto longevidade e inteligência artificial. A ideia é provocar um choque cultural, para que despertemos a criatividade das pessoas – e, assim, a inovação.”

Roberto acredita que o único caminho possível para as grandes empresas é trazer startups para dentro delas, como parceiras. “Não tem outra opção: a empresa inova e muda ou quebra”, diz ele. “Só com coparticipação e colaboração é possível criar disrupção. O Whow! é isso: uma festa de inovação.”

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