Não existe receita pronta ou fórmula mágica para a criatividade. Mas fundamentar o seu negócio a partir de uma paixão pessoal, de algo que te move de verdade, costuma ser um bom começo.
Confira a seguir um compilação de alguns dos negócios criativos que foram destaque no Draft em 2023:
Adepta do veganismo desde os 14 anos, Juliana Salgado penava para encontrar um chocolate que agradasse ao seu paladar. Branco então? Muito mais complicado.
A busca por uma receita perfeita de chocolate branco vegano levou Juliana a fundar a Super Vegan, em 2018. Hoje, a empresa — que foi pauta aqui no Draft em abril — produz cerca de cinco toneladas de chocolate por mês.
Com sede em Santos (SP), a marca hoje produz barras e chocolates cremosos à base de leites vegetais (de arroz, de coco, de amêndoas etc.), além de ovos na época da Páscoa.
Moda e saúde mental parecem temas totalmente desconectados. Mas foi combinando esses dois universos que Raiana Pires fundou a Psicotrópica.
A marca de roupas cria as suas estampas com base em obras desenvolvidas por pacientes da rede de saúde mental, com transtornos como depressão, bipolaridade e esquizofrenia.
Em maio, contamos a história de Raiana no Draft. O propósito da empresa é dar visibilidade e gerar renda para essa população historicamente estigmatizada e marginalizada.
Quando ainda eram um casal, o radialista Alexandre Simone e o jornalista Lucas Galdino, costumavam aproveitar a hora de lavar a louça para papear sobre o dia e refletir sobre a vida.
Foi assim que a dupla deu início ao Histórias de ter.a.pia. A ideia era convidar pessoas com trajetórias emocionantes para dar depoimentos em vídeo — enquanto encaram uma pilha de louça suja.
O projeto, que foi pauta no Draft em maio (e já rendeu um livro e um podcast), soma hoje mais de 200 histórias em seu canal no YouTube — e milhões de seguidores nas redes sociais.
Carqueja e catuaba, duas plantas hoje quase desconhecidas nas grandes cidades, são ingredientes importantíssimos das garrafadas, uma tradição da medicina popular brasileira.
A jornalista e mixologista Néli Pereira decidiu resgatar essas e outras plantas do limbo. Pesquisou o tema a fundo, ao longo de dez anos, e transformou seu conhecimento num livro — e em coquetéis.
No Espaço Zebra, misto de bar e galeria em São Paulo, Néli prepara drinques como o Carqueja Spritz (carqueja, vermute, Aperol e água com gás). Contamos esta história em julho no Draft.
Aos 13 anos, Maria Stockler Carvalhosa perdeu a visão por um erro médico. Anos mais tarde, escreveu um artigo falando da dificuldade em encontrar bons audiolivros produzidos no Brasil.
O texto chamou atenção da diretora e cenógrafa Daniela Thomas. Hoje, as duas, mais Beatriz Bracher e Mariana Beltrão são as sócias da Supersônica, uma editora de audiolivros 100% brasileira.
Contamos esta história em setembro. No catálogo da Supersônica, há desde obras de Machado de Assis até O Acontecimento, livro da ganhadora do Nobel Annie Ernaux (na voz da atriz Isabel Teixeira).
Dentes, pelos, mechas de cabelo, cordão umbilical, gotas de leite materno. Ou ainda as cinzas da pessoa querida que se foi ou do bichinho que morreu.
A artesã Malu Límoli (na foto no alto) cobre essas amostras de DNA com resina e cria com elas peças que chama de “joias afetivas” — pingentes, anéis, berloques, relicários e outros acessórios.
Contamos essa história aqui no Draft em outubro. Segundo Malu, 90% das encomendas são de tutores que buscam eternizar a memória de seu falecido pet.
Desde a adolescência, Anne Galante levava suas linhas e agulhas à praia, ao clube… Mas foi só na faculdade de moda que ela entendeu que sua paixão pelo crochê poderia ser um negócio.
Hoje, ela e a irmã, Ana, estão à frente da Senõrita Galante. A empresa cria peças de decoração, como almofadas, pufes, mantas, tapetes, cestas, cachepôs — tudo em crochê, de forma inteiramente manual.
A empresa das irmãs apareceu no Draft em outubro. Elas tocam ainda um projeto social e uma escola online que qualifica as artesãs que trabalham pra marca e já ensinou milhares de pessoas.
Depois de trabalhar em grifes, Adriana Meira decidiu montar seu ateliê em uma fazenda no sertão baiano. Hoje, a estilista desenha e borda peças inspiradas por religiões de matriz africana que cativam clientes como Preta Gil e Letícia Colin.
Anne Galante só conseguia se concentrar nas aulas quando tinha linha e agulhas nas mãos. Hoje, ao lado da irmã, Ana, ela empreende a Señorita Galante, que combina artigos de decoração, aulas de crochê e tricô online e projeto social.
O luto ainda é um grande tabu. Para ajudar tutores a superar a morte de seus pets (ou mesmo mães e pais que lidam com a perda de um filho), a artesã Malu Límoli cria delicadas “joias afetivas” que encapsulam e eternizam amostras de DNA.