• LOGO_DRAFTERS_NEGATIVO
  • VBT_LOGO_NEGATIVO
  • Logo

“A BAD RUNNING se conecta com quem corre sem obsessão por performance, mas com o desejo de se movimentar e de estar no mundo do próprio jeito”

Dani Rosolen - 19 fev 2025
Os sócios da BAD RUNNING: Luiza Campanelli, Jana Borges, Duda di Pietro e Bruno Bocchese (foto: Vinicius Longato).
Dani Rosolen - 19 fev 2025
COMPARTILHAR

Provavelmente, você conhece uma ou mais pessoas que corre todo dia e/ou está participando de maratonas.

Pois é, correr está na moda, seja pelo impacto positivo na saúde física e mental, seja pelo baixo custo da atividade, que demanda basicamente apenas um par de tênis e alguns minutos livres durante o dia.

De olho nessa comunidade, hoje há uma série de aplicativos, redes sociais, relógios inteligentes e clubes de corrida que estimulam o monitoramento de resultados e a conexão entre os praticantes. Há também alguns códigos específicos; a tendência mais recente é usar meias azuis durante os treinos para sinalizar que há abertura para flertes entre um trote e outro.

Bom, já deu para sacar que correr vai além de um simples exercício físico. Sócio da marca de roupas de corrida BAD RUNNING, Bruno Bocchese filosofa a respeito:

Correr é um jeito de escapar da rotina, do estresse, das pressões do dia a dia. Mas é também uma forma de se encontrar. Quando você está correndo, é só você, seus pensamentos e a cidade. Então, é uma fuga e um retorno ao mesmo tempo

Bruno se uniu a Duda di Pietro, Luiza Campanelli e Jana Borges para empreenderem a BAD RUNNING no fim de 2024. E não foi pela modinha de corrida — e sim pela moda, mesmo. Como não encontravam no Brasil as roupas descoladas que queriam usar na hora do treino, eles decidiram criar as peças por conta própria.

Estar confortável e confiante com o que você veste reflete na sua atitude, diz Bruno. A ideia [por trás da marca] não é correr para parecer bonito, mas quando você se identifica com o que está usando, a corrida fica mais leve, mais prazerosa. A roupa certa faz você se sentir bem — e isso faz toda a diferença.

Confira a seguir o papo com o cofundador da BAD RUNNING:

 

O que motivou a criação da BAD RUNNING? E o que diferencia a marca em relação a outras que já existiam no mercado?
A BAD RUNNING nasceu da nossa experiência pessoal com a corrida e da percepção de que faltava no mercado uma marca que abordasse a corrida de uma forma mais natural e conectada ao cotidiano.

Corríamos, mas nunca nos vimos representados nas roupas disponíveis. Os grandes players têm suas propostas, mas faltava algo que expressasse a corrida como parte de um estilo de vida urbano.

Lançamos a marca no final de 2024 para oferecer roupas versáteis, com design que funciona tanto para a corrida quanto para outros momentos do dia

Nosso diferencial está em equilibrar funcionalidade e estética, criando uma abordagem que expande os limites do esporte sem comprometer sua essência.

Qual a inspiração da primeira coleção?
Nossa primeira coleção foi inspirada na simplicidade e funcionalidade da corrida urbana. Queríamos criar peças que fossem além do óbvio, com design minimalista e materiais de alta performance, como tecidos superleves, proteção UV 50+ e detalhes refletivos.

Evitamos exageros, focando em cortes precisos e funcionais que transitem bem entre o treino e o cotidiano

Para o futuro, podemos adiantar que a próxima coleção, “Silent Haze”, vai explorar o contraste entre a energia da cidade e a introspecção que a corrida proporciona. A BAD RUNNING continuará investigando essa interseção entre moda, utilitarismo e cultura urbana.

Você já tem experiência com outros negócios no mercado de bares e restaurantes, empreendendo o Fel e o Paloma, ambos no térreo do edifício Copan, no centro de São Paulo. Como está sendo empreender no setor de moda? E como corredor: você é um veterano ou um iniciante?
Empreender na moda é desafiador de um jeito diferente.

No mercado de bares, você trabalha com a experiência imediata, enquanto na moda você cria algo que as pessoas levam com elas, que se torna parte da identidade delas. Isso exige um cuidado enorme com cada detalhe, desde o design até a produção

Sobre a corrida, comecei como um corredor casual, mas acabou se tornando parte da minha rotina e da minha forma de me conectar com a cidade. Não sou um atleta de elite, mas tenho alguns bons quilômetros na bagagem.

O que é ser um(a) ordinary ou mesmo um bad runner na visão da marca?
Um ordinary ou bad runner é alguém para quem a corrida importa — mas não define tudo. Alguém que gosta de correr, mas também se interessa por arte, música, cultura e encontros sociais.

A corrida é parte da vida, não o centro dela. A BAD RUNNING se conecta com essas pessoas, que correm sem obsessão por performance, mas com o desejo de se movimentar, se expressar e estar no mundo do próprio jeito.

Você vê algum paralelo entre a corrida e a jornada empreendedora?
Corrida e empreendedorismo são sobre consistência, paciência e adaptação.

Nem todo dia você vai ter energia para dar o seu melhor, mas o importante é continuar se movendo. Há dias de avanço, dias de retrocesso, mas o que conta é a persistência.

A corrida de rua parece estar na moda. A que você atribui essa trend? E como ela acaba influenciando a maneira das pessoas se vestirem no dia a dia?
A corrida ganhou espaço porque é uma atividade simples, acessível e que conecta as pessoas com a cidade.

Além disso, o estilo de vida associado à corrida tem influenciado a moda de rua. As pessoas querem roupas funcionais, mas que também expressem sua identidade

Isso criou uma estética nova, onde o que você usa para correr também funciona no dia a dia.

A BAD RUNNING propõe o hábito da corrida como algo mais intuitivo e não competitivo. Você sente que por ter virado moda, a corrida se tornou mais uma atividade que estimula a competição em vez da fruição?
A competição sempre vai existir, mas acreditamos que há espaço para uma abordagem mais livre e descomplicada. A corrida não precisa ser um duelo constante contra o relógio ou contra os outros.

Pode ser um momento de prazer, um respiro no dia, uma forma de se conectar com o próprio corpo e o ambiente. A BAD RUNNING quer mostrar que você pode correr sem a pressão de performar.

A marca realiza uma corrida mensal para reunir os bad runners. Como funciona a dinâmica desses eventos?
As nossas corridas são menos sobre performance e mais sobre criar conexões.

Começamos com encontros que terminavam em bares, espaços que traduzem bem o espírito da BAD RUNNING. Mas a ideia é ir além:

Queremos explorar novos trajetos e ambientes — pool parties, corridas na montanha, festivais — eventos que refletem a diversidade de interesses da nossa comunidade.

Estamos também desenvolvendo parcerias para tornar essas experiências ainda mais ricas, começando já neste mês com a On Running [na próxima corrida da BAD RUNNING, em 22 de fevereiro, já com inscrições esgotadas, os embaixadores da marca testarão o novo lançamento de tênis da parceira].

No fim das contas, a corrida é o meio; o que acontece depois é o que realmente fortalece os vínculos entre os bad runners.

COMPARTILHAR

Confira Também: