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“A Cuíca surgiu para trazer o que mais queríamos do fundo das nossas almas: impacto social, ambiental e nutricional”

Bianca Oglouyan - 21 mar 2025
Bianca Oglouyan (à esq.) e Cristina Frange, fundadora e cofundadora da Cuíca.
Bianca Oglouyan - 21 mar 2025
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Li por esses dias que sonho sem atitude é delírio e que Otimismo é pensamento positivo, enquanto esperança é o processo de definir e seguir metas

Parece papo de coach e livro de autoajuda, mas acredito que isso define bem minha trajetória e a da Cuíca! 🥰

Comecei em hotelaria, depois de uma dúvida cruel de qual faculdade fazer. Queria direito, medicina, mas vi na hotelaria a possibilidade de atuar em áreas diferentes dentro de um mesmo segmento e conhecer culturas pelo mundo, a ideia era sair migrando por aí! 🛫 

Trabalhei em todos os setores de um hotel, mas na cozinha entrei e fiquei: a cozinha me encantou, com toda a sua energia, os sabores conectando pessoas e lugares… morei um tempinho fora e achava um absurdo que ninguém conhecia nada sobre os sabores do Brasil, NADA, só o clichê futebol, carnaval e caipirinha! 

Tive um restaurante (a primeira empreitada) – que me ensinou demais –, mas era muito nova, os problemas são tão maiores quando a gente não tem experiência, né? Tive crise de ansiedade, perdi cabelo, emagreci 10kg, foi maravilhoso mas uma carga muito pesada pra uma jovem de 23 anos! 

Decidi mudar, a primeira mudança! 

Fui fazer pós em Marketing e migrei para o varejo de alimentação (redes de restaurantes e fast food), caí de paraquedas na área de franquias e lá fiquei por um tempo… inicialmente franquias de alimentação, depois de outros segmentos, moda, calçados, cosméticos – o que me trouxe um tom estético diferente e muito aprendizado! 

Depois fui para o setor de shopping centers, segunda mudança, sentar do outro lado da mesa, entender mais de números e de outros segmentos… foi nessa época que ganhei meu primeiro dinheiro, comprei um carro e um apartamento. 

Mas ainda tinha um vazio que não conseguia identificar, não era nada daquilo que queria ou sonhava. Nesse momento, vi que o dinheiro não era o que eu buscava, então fui fazer trabalho voluntário, atuando em microcrédito, focando em expansão para negócios periféricos

Essa foi a primeira crise de identidade, vi que não queria galgar cargos, virar CEO de multinacional, eu queria trabalhar em algo que fizesse sentido, mas o quê? 

Comecei essa busca, hoje vejo que fui percorrendo caminhos que me trouxeram até aqui, meio como no filme Quem quer ser um milionário?, sabe? 

Deixei a vida fluir um pouco, saí da área de shoppings, montei uma consultoria e era instrutora de franquias pelo Sebrae e pela ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Isso me trouxe uma visão real de Brasil, fui para muitas cidades aonde nenhum(a) instrutor(a) queria ir, interiores do Norte e do Nordeste… vi o Brasil real, passei muito perrengue e horas na estrada e foi maravilhoso!

Bateu uma crise e dessa vez fui fazer gestão pública, queria atuar no setor público, para promover um impacto grande, massivo… doce ilusão, sabemos como é difícil a política, né? Desisti.

…e no meio disso tudo, dessa nova crise, a minha doença autoimune que antes estava quietinha, resolveu sair do controle… tive algumas crises brabas, internações, medicações, decisões de tratamento. Travei, não sabia mais o que fazer. Meu corpo estava colapsando

Aí, veio a pandemia… nesse momento bateu o desespero, vamos todos morrer? 

E aí começa a história da Cuíca… resolvi botar os sonhos pra fora, fazer processos de Design Thinking, Teoria U, todas as ferramentas que conhecia pra entrar em contato com o que eu queria de fato na vida.

A Cris, minha companheira e sócia embarcou nessa comigo e abarcou o sonho; fomos analisando nossos caminhos e pontos de convergência e a Cuíca surge para trazer o que mais queríamos do fundo das nossas almas: impacto; impacto social, ambiental e nutricional.

A Cuíca desenvolve alimentos e bebidas com ingredientes dos biomas brasileiros. O foco é usar nossas riquezas alimentares preservando os biomas e alavancando as comunidades locais!

Como fazer isso? Aí, começa uma trajetória de buscas, aprendizados e entendimento das necessidades das pessoas e locais que iríamos trabalhar, entender o Brasil e as peculiaridades de cada região e bioma de um país continental

Fizemos muitas parcerias, em esfera federal, estadual, com universidades, empresas de tecnologia… foram muitas horas de conversas, webinars e visitas.

Achamos que seria fácil, mas nos deparamos com inúmeros gargalos de formulação, produção, logística… pensei em desistir mas a Cris recalculou a rota e nessas horas é muito bom ter alguém ao lado pra não deixar a gente se desesperar, trazer novas soluções.

Perseveramos e conseguimos: criamos um produto, lançamos em uma feira internacional e agora no Brasil, estamos abrindo pontos de vendas no país inteiro, fechamos nossa primeira exportação… estou em um momento que nem acredito, tudo o que desenhamos nas paredes está virando realidade. 

Não temos dinheiro, raspamos nosso cofrinho e eu nunca fui tão feliz! 

Antes de escrever este texto, liguei pra Cris e pra minha mãe pra elas me ajudarem e o que as duas falaram é: “Bianca, a Cuíca deu e dará certo porque você vai atrás, você não tem medo, você fala com as pessoas, você sabe o que quer e traz as pessoas pra esse sonho genuíno com você! Não tem como dar errado!”

Eu acredito nelas: a Cuíca só se conecta e me conecta com pessoas maravilhosas, parceiros que entendem a nossa busca e buscam junto!

Um sonho que hoje não sonho mais sozinha! 💗

 

Bianca Oglouyan sempre viu no alimento a conexão entre as pessoas, o meio ambiente e a possibilidade de um propósito de transformação do mundo. Formada em hotelaria e gastronomia, pós-graduada em marketing, trabalhou em hotéis e restaurantes, atuou durante 15 anos no varejo (alimentação, moda, shoppings, redes de franquias), fez pós também em gestão pública para entender suas esferas de alcance e hoje é fundadora da Cuíca, uma foodtech que desenvolve alimentos e bebidas com ingredientes dos biomas brasileiros (seu primeiro produto é a bebida vegetal – leite – de Castanha da Amazônia).

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