As bets se tornaram um fenômeno no Brasil. Só em setembro deste ano, segundo o Instituto DataSenado, mais de 22 milhões de brasileiros fizeram apostas nessas plataformas (liberadas em 2018 e com propostas de regulação implementadas desde 2023).
Outro número impressionante: de acordo com um relatório do Banco Central, só nos primeiros oito meses de 2024, os brasileiros gastaram cerca de 20 bilhões de reais por mês em apostas online.
Além do bolso, as bets vêm deixando marcas na saúde mental. Reportagem da BBC News Brasil informa que, entre 2022 e 2023, o número de atendimentos relacionados à ludopatia (vício em jogos) no Sistema Único de Saúde subiu 53%.
O Ministério da Saúde enviou um pedido ao STF para que o tratamento da ludopatia seja equiparado ao de dependência química e alcoolismo (o assunto será debatido numa audiência pública no dia 11 de novembro). E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou que pode proibir as bets no Brasil se a regulamentação atual não trouxer resultados — a ideia seria proteger menores de idade e pessoas em situação de vulnerabilidade social, que gastam parte significativa da renda com os jogos.
Banir as bets, porém, não seria nada trivial. Com empresas vinculadas a lavagem de dinheiro e polêmicas envolvendo influencers, o setor domina hoje o patrocínio ao futebol brasileiro e surge como uma promessa de grande fonte de arrecadação para o próprio governo federal.
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