Para auxiliar pacientes que não tinham recursos financeiros e precisavam de próteses auditivas, a mineira Andréa Varalta Abrahão fundou a Direito de Ouvir, com mais de 400 pontos de atendimento no Brasil. Inspire-se nesse case de sucesso!
Inconformismo e paixão
O interesse de Andréa pelos deficientes auditivos surgiu antes mesmo de concluir o curso de Fonoaudiologia, na Universidade de Franca (SP). Durante este período, ela estagiava em um consultório particular e ficava abalada com a situação dos pacientes que não tinham condições financeiras para adquirir um aparelho auditivo. “Depois que me formei e assumi minha própria clínica, passei a representar uma empresa multinacional de aparelhos auditivos e, paralelamente, iniciei o trabalho de atendimento no SUS, através do programa de Prótese Auditiva do Governo Federal. Mas minha indignação só crescia. Foi aí que eu e meu marido, Frederico Abrahão, pensamos em criar a Direito de Ouvir. A possibilidade de devolver a audição a uma pessoa em um piscar de olhos foi apaixonante”, conta.
A oportunidade de negócio
Em 2000, um programa de doação de próteses auditivas foi aberto em Franca. Andréa se credenciou como empresa prestadora de serviço – mas foi necessária a contratação de uma profissional para adaptar os aparelhos, já que ela ainda não havia concluído o curso de Fonoaudiologia. “Enquanto atendia a população. diante da longa fila de espera, vi a oportunidade de negócio”, conta.
Tirar o projeto do papel e torná-lo realidade não foi tarefa simples. “Acredito que o início seja difícil para todos que decidem começar um negócio do ‘zero’. Mas ficar sem dinheiro foi uma experiência sufocante e assustadora. Sem dúvida, uma das maiores dificuldades que enfrentei. Eu queria empreender, e foi impossível fazer isso sem arriscar meu patrimônio, me descapitalizar. Porém esta situação aflitiva serviu como estímulo para ser assertiva e prestar muita atenção por onde começar e onde não errar. Esta estratégia talvez tenha sido meu zelador no dia a dia: a possibilidade de perder tudo. Nunca pensei em desistir, mas muitas vezes senti uma mistura de cansaço e insegurança por me deparar com as dificuldades do mercado e não ter a experiência suficiente para lidar com as circunstâncias. Nestes momentos eu respirava fundo e pensava: ‘Se não der certo eu tento de outro jeito’”, lembra.
Outro grande desafio foi inovar num mercado sólido como o da comercialização de aparelhos auditivos, que já contava com empresas fortes no ramo. “Talvez este tenha sido meu maior obstáculo. Porém, fiz da inovação um combustível e oportunidade para melhorar o que já estava pronto. A melhor recompensa foi a sensação de que mesmo em ambientes aparentemente maduros fui capaz de pensar fora da caixa, e encontrei neste pensamento a grande chance de crescer”, conta.
Direito de Ouvir
A missão da Direito de Ouvir é oferecer às pessoas com perdas auditivas a oportunidade de se reintegrar à sociedade, por meio de uma variedade de produtos de qualidade e alta tecnologia, de forma a satisfazer plenamente as suas necessidades.
Segundo Andréa, a empresa atua em duas frentes: credenciamento e franquias. “No credenciamento, contamos com uma rede de fonoaudiólogos que atendem pacientes em todo o país e ganham uma comissão sobre o valor dos aparelhos. Em troca estes profissionais recebem todo o suporte da empresa: financeiro, comercial, marketing e laboratório. A Direito de Ouvir também trabalha sua expansão por meio do modelo de franquias. Atualmente, temos clínicas em Ribeirão Preto, Piracicaba, São Carlos, Franca, Uberlândia e Goiânia. Ao todo, são cerca de 400 pontos de atendimento em todo o país”.
O presente e o futuro
Andréa conta que não tem sido fácil manter os preços, diante do cenário econômico atual. É que a alta do dólar afeta diretamente o valor dos produtos, e neste momento, repassar o reajuste de preços poderia ser fatal para o negócio.
A Direito de Ouvir tem procurado desenvolver novas habilidades e compensar o custo com ações inteligentes, como reduzir os custos fixos, eliminar desperdícios, evitar e diminuir despesas ou adiá-las, além de acelerar o processo de expansão.
E ela não pretende por o pé no freio. “Pretendemos tornar a empresa no Brasil muito maior do que ela é, seguindo as tendências de market share dos outros 22 países onde o nosso Grupo “Amplifon” tem participação. Para concretizar este plano temos acompanhado rigorosamente o orçamento de 2016 e buscado alternativas para que a crise que assola o país passe bem longe nosso crescimento que hoje atinge a margem de 35% em relação a 2015”, conclui.
Para saber mais:
Site: http://www.direitodeouvir.com.br/
O que faz: possibilitar às pessoas com perda auditiva uma melhor qualidade de vida através de uma ampla variedade de aparelhos com foco em qualidade e alta tecnologia
Sócio(s): Frederico e Andréa Abrahão
Funcionários: 50
Sede: Franca (SP)
Início das atividades: 2007
Investimento inicial: R$ 135 mil
Contato: 0800 941 5330 / [email protected]
Esta matéria pode ser encontrada no Itaú Mulher Empreendedora, uma plataforma feita para mulheres que acreditam nos seus sonhos. Não deixe de conferir (e se inspirar)!
Os empreendedores por necessidade são os mais atingidos em momentos de crise, e os impactos com as medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus se tornam inevitáveis. Veja como enfrentar esse período.