Imagine entrar num chat e conversar com Machado de Assis, Pelé, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e outras personalidades negras do passado? Com uma ajuda da inteligência artificial, essa é parte da proposta da Biografia Preta.
Lançada oficialmente no último dia 14, no Web Summit, em Lisboa, a edtech brasileira recorre à tecnologia para repercutir e preservar a história e a cultura forjadas pela população afrodescendente.
Por trás do projeto estão Leo Oliveira, paulista radicado em Florianópolis e com duas décadas de experiência no mercado de tecnologia, e as baianas Mel Campos e Tata Ribeiro. O trio sonha em inserir suas ferramentas nas escolas do país, de modo a consolidar um olhar afrocentrado na grade curricular e ajudar as instituições a cumprir a lei 10.639 de 2003 – que estabelece a obrigatoriedade de ensino da história e cultura afro-brasileiras no ensino fundamental e médio.
A Biografia Preta ainda está em estágio inicial, testando o mercado, refinando a sua plataforma e avaliando o modelo de negócios. Aqui no Brasil, o lançamento da startup vai ocorrer no Festival Afrofuturismo, em Salvador, nos dias 29 e 30 de novembro.
De Lisboa, logo após a participação no Web Summit, Leo e Mel falaram ao Draft. Confira a seguir a entrevista:
Qual a proposta da Biografia Preta? E como ela surgiu?
MEL: A Biografia Preta nasce muito do Leo no sentido de querer contar histórias e narrativas de personalidades negras que estavam esquecidas pelo mundo. E daí ele começa a criar essa narrativa a partir de inteligência artificial e recriar as imagens e as histórias dessas pessoas.
Com isso a gente percebe uma oportunidade quando vê as novas leis educacionais do país para a integração de ensino da história negra dentro das escolas, desde a parte fundamental.
E aí a gente entende que não dá mais pra ignorar que temos tecnologias, a inteligência artificial está aí e os estudantes vão usar… Como é que a gente integra esse tipo de tecnologia e conhecimento e leva essa história referenciada tanto para educação quanto para toda a população, no sentido de estar em museus…?
Então, a gente quer atuar dentro das escolas para fortalecer uma educação afro-referenciada. E também a manutenção dessa história. Com isso a gente integra várias outras tecnologias? além da inteligência artificial, a gente tem Web3 e blockchain para o armazenamento dessa história, garantir que elas não vão ser mais apagadas.
LEO: Só complementando… A Biografia Preta vem também para atender uma legislação federal – a lei 10.639 de 2003 [que estabelece a obrigatoriedade de ensino da história e cultura afro-brasileiras no ensino fundamental e médio] –, no sentido de ser um complemento quando se traz histórias e culturas afro dentro da grade curricular.
Pesquisas mostram que algumas escolas pontuam que têm dificuldades de encontrar certos tipos de materiais, certos tipos de conteúdo… A plataforma que nós desenvolvemos não só integra essas tecnologias: nós temos um time que trabalha com a pesquisa, a curadoria e a preservação dessa história
Então, quando a gente consegue colocar tudo isso dentro de uma estrutura tecnológica, que é a blockchain, a gente garante para o futuro a preservação dessa história.
A plataforma já está operacional?
LEO: Hoje nós já temos na nossa plataforma uma inteligência artificial 100% operativa e afro-referenciada. Ela funciona como qualquer inteligência artificial e de mercado. Porém, nosso diferencial é: qualquer pergunta que você fizer pra ela, ela vai sempre tentar conectar aquele assunto a uma história, a uma conexão afro-referenciada.
Por exemplo, se você perguntar pra WINI, nossa inteligência artificial: “Fale sobre a Alemanha”, ela vai trazer algumas informações da Alemanha, mas vai tentar conectar em que momento a história da Alemanha se casa com a história do continente africano, ou de uma pessoa influente africana, ou de uma pesquisa — algo que a Alemanha hoje, tem em conexão com a história afro-diaspórica ou a própria colonização europeia da África: qual foi a importância da Alemanha nesta colonização…?
Então, ela sempre traz esse viés afro-centrado. Porque a gente entende que existem centenas de inteligências artificiais no mercado; porém, quando a gente fala de uma plataforma afrocentrada, elas não existem. A nossa é a primeira
Temos também a nossa parte de biografias [de personalidades negras]. O intuito não é ser uma biografia “massuda”, e sim gerar a curiosidade nas pessoas que entram na nossa plataforma: “hum, essa biografia é interessante, vou querer saber mais”.
Então lá nós já temos a biografia, uma imagem que nós transformamos em uma NFT, “mintada” [registrada] em uma blockchain; e a própria biografia pode se tornar um chat com o IA, onde a pessoa interage com esse personagem, que vai sempre respondendo em primeira pessoa – seja sobre a obra dele, as coisas que ele fez…
E como ele faz isso? Tecnicamente? Nós temos um processo de curadoria, então na nossa base de dados, nós temos essas biografias, e quando essas perguntas são feitas [pelo usuário], a inteligência artificial usa a nossa base de dados em conjunto com a própria base de dados da inteligência artificial, aí nós fazemos uma mescla.
E cada vez mais nosso intuito é ir trabalhando esse conteúdo para que fique cada vez mais refinado, mais específico, e muito mais completo.
Quantas biografias estão disponíveis hoje? Entre as personalidades no site, eu vejo Luiz Gama, Chiquinha Gonzaga, Pelé, Pixinguinha…
LEO: Hoje nós temos 28 biografias disponíveis. Nós temos 170 biografias já escritas, porém, para colocar as biografias na plataforma, nós prezamos pela representação da imagem dessa personalidade. Porque nós entendemos que apenas texto, ele pode não ser chamativo, não ser atraente para uma interação…
Nessas imagens, a gente usa um processo de criação por inteligência artificial, só que também existe um processo de criação manual, tem uma designer que faz isso, então hoje a gente dá um pouco engargalado nesse processo.
Se você entrar na biografia, você vai ter um botão chamado Saiba Mais sobre o nome da personalidade. Ele vai abrir uma sala de chat com a imagem da personalidade e você vai poder conversar com ela
Hoje já temos algumas perguntas-modelo, até para treinar as pessoas: o que elas podem perguntar, como interagir… mas você já pode interagir com essas personalidades. Como a gente está no lançamento, podem surgir respostas ainda não tão assertivas, porque a gente precisa de mais dados para validar o modelo e refinar as biografias.
Quais os clientes em potencial que vocês têm em vista? E já há algum contrato assinado?
MEL: Sobre clientes, além das instituições educacionais B2B e B2G — a gente quer muito integrar isso na escola pública –, também [vemos potencial como solução de] modelos e processos expográficos, feiras, onde podemos ter totens da nossa inteligência artificial ampliando a experiência dos visitantes naquele espaço para imergir ainda mais na história, sobretudo lugares afrocentrados.
LEO: Hoje, ainda não tem contrato assinado, estamos em fase de prospecção dessas instituições, para que elas possam oferecer [o acesso à plataforma] para os alunos de cursos, de formações…
Por ser uma plataforma de inteligência artificial, a gente precisa de uma grande quantidade de dados para refinar nosso serviço e para cada vez mais fazer um fine-tuning e tornar ela cada vez mais específica
MEL: Acreditamos que, com o uso da nossa plataforma por cada vez mais usuários, vamos conseguir combater o algoritmo racista que existe em outras plataformas de inteligência artificial presentes no mercado.
Qual será o modelo de negócios?
MEL: Para instituições, assinatura, freemium e premium, para que elas possam, baseadas no número de estudantes ou de usuários ali interagindo na plataforma e que tipo de entrega que ela quer de dashboard: quanto mais resultado, quanto mais entrega de informação vai ali ter um maior custo.
E também [vamos cobrar por] uso único [avulso] em infografia, em instituições que vai ser baseado ali dependendo do serviço, um pouco mais personalizado para cada projeto em que a gente estiver inserido.
LEO: A gente consegue personalizar a nossa plataforma. Digamos que uma instituição educacional “xis” deseje assinar a nossa plataforma para cem alunos – só que eles querem trabalhar uma história específica, por exemplo, só a história do Salvador.
Nós conseguimos, dentro da plataforma, criar salas virtuais por solicitação: podemos criar uma sala virtual com um conteúdo A, com conteúdo B, C, D… e aquela sala ser específica para o acesso daquela instituição que está pagando por aquele serviço
Então temos sim também essa questão de assinatura, caso a pessoa só queira utilizar os serviços que já estão disponíveis dentro da plataforma, de uso comum, todos vão ter acesso; ou, caso queira personalizar o conteúdo ou o serviço para algo mais específico que ela queira abordar – por exemplo, um metaverso específico.
Como vocês se conheceram? E como a Biografia Preta começou a ser tirada do papel?
LEO: A Biografia Preta existe [enquanto projeto] desde dezembro de 2022, quando eu iniciei a produção de conteúdo para as redes sociais.
Apesar de ser da área de tecnologia, eu sempre fui apaixonado por História. E sempre tive uma indignação quando pesquisava personalidades históricas [afrodescendentes] e via imagens pouco representativas, ou sem qualidade… Isso sempre me gerou uma frustração gigante
E quando eu comecei a criar conteúdo, foi porque eu tinha sido demitido e estava com tempo ocioso. Eu não estava desesperado procurando trabalho, tinha uma estrutura para me manter fora do mercado por um tempo ok, então falei “quer saber de uma coisa? vou aproveitar…” Comecei a produzir esses conteúdos com qualidade e quando eu olho, “uau, ficou bonito”…
O ano de 2023 foi só nessa produção de conteúdo. Em janeiro de 2024, conheci a Tata através de um outro grupo de profissionais.
Nós conversamos, e eu já estava com essa ideia de transformar o Biografia Preta no modelo de startup, e aí a Tata deu esse pontapé para mim, veio com a ideia de “vamos montar um plano de negócio”, “vamos estruturar isso dentro de um projeto de startup real”…
Em fevereiro, eu conheci a Mel em Salvador. Depois de uns três meses, eu já tinha conversado com ela, entendido um pouco o que ela fazia, e por eu ser um cara muito técnico, operacional, e a Tata ser essa pessoa de negócio, e a Mel ter esse know-how estratégico de parcerias, de contato, de novas ideias, nós convidamos a Mel para fazer parte da equipe, e ela aceitou.
MEL: Eu sou uma mulher que descobriu que era negra ao longo da história. Eu e minha mãe fomos adotadas por uma família branca, e nisso eu fui descobrindo um pouco sobre isso, e também falta muito para mim o pouco da minha história, porque não conhecer a família leva para esse lugar…
Então, todas as coisas que eu trabalho — eu sou designer estratégica – têm esse recorte racializado, porque para mim também é um resgate da minha própria história
Eu conheço a Tata há alguns anos, acelerei outro negócio dela, quando eu era coordenadora de uma incubadora pública, municipal, de negócios de impacto em Salvador, a IN PACTO. E ali eu já fiquei encantada, porque ela é uma mulher muito além dessa perspectiva de negócio, etambém trabalha com esse impacto do design e do gaming para jovens negros. Demos um match muito rápido de relação de amizade, e [hoje] temos um projeto chamado Black Game Jam para acelerar jovens nesse espaço.
Então fazia muito sentido a gente continuar juntas em projetos como o de Léo. E quando a gente conheceu o Léo. houve essa relação fácil de amizade. Como apaixonada por tecnologia desde cedo, entendi que fazia sentido [o projeto da Biografia Preta].
Qual é o peso e o significado de lançar a Biografia Preta no Web Summit, em Portugal?
LEO: A gente entende que é um espaço para reconciliação… a tecnologia e a história, entendendo que existem espaços para se cocriar uma nova perspectiva.
Quando a gente fala de História afro, a gente fala sobre países de língua portuguesa, e sobretudo o Brasil, que é onde nós estamos baseados, e toda a História que se desenvolveu no decorrer disso…
É uma história da qual existem consequências gritantes ainda, sociais e físicas, porque são sentidas na pele da maioria da população brasileira que se autodeclara parda ou negra: estamos falando de mais de 56% dos brasileiros
A gente entende que trazer essas histórias, essas biografias, essa narrativa, essas pessoas que em outros momentos não tinham voz, eram caladas – na verdade eram apagadas – para Lisboa, para Portugal, é um momento de reconciliação talvez para a História.
[É uma oportunidade de] mostrar que existem espaços para cocriar um ambiente onde todas as narrativas, todas as possibilidades, sejam reconhecidas como saberes verdadeiros, e não apenas como uma sub-História.
E como foi a participação no Web Summit e a receptividade do público português?
MEL: Sentimos uma boa recepção – de brasileiros, sobretudo, mas de pessoas portuguesas e de outros países, que passaram ali e quiseram entender [a proposta], entender o processo de resgate [da cultura afro]. Fizemos muitas conexões que a gente acredita que vão ser importantes para o processo, a partir do lançamento.
LEO: As pessoas vieram com curiosidade, até porque a nossa plataforma é bem colorida, tem um design gráfico chamativo, e no meio de um monte de plataformas de tecnologia, é uma plataforma de tecnologia que destoa no ambiente, chamava a atenção — até pelo nome composto, Biografia Preta.
MEL: A gente também estava colorido, com roupas coloridas, enquanto todo mundo meio de cinza e preto ali. Isso causava um impacto: a gente se destacava ali nos estandes. Recebemos muitas visitas, foi muito positivo. Todo mundo interagiu com a plataforma.
Quais foram os principais desafios até aqui?
LEO: Um grande desafio que a gente enfrenta, em si, é [falta de] dinheiro. Quando se fala de uma plataforma de tecnologia, é uma plataforma que tem custos, pode demorar um pouco para rentabilizar, porque a gente precisa de dados, precisa refinar o processo, as nossas ferramentas, então o recurso é sempre é uma dificuldade. Até por conta da pesquisa.
Como somos uma plataforma de educação, a gente não quer simplesmente pegar conteúdos que existem hoje na internet [sem remunerar os criadores]. Precisamos de pessoas criando esse processo de pesquisa e apoiando a gente — e pesquisa não é algo que você tira do dia para a noite, é algo demorado
MEL: O grande desafio a partir de agora vai ser se estruturar com um modelo de negócio. Edtechs, em geral, têm esse desafio de se estruturar dentro desse mercado de inovação, estão sempre se adaptando para se estabelecer. Vai ser importante que as pessoas tenham aderência à plataforma. Mas a gente está se preparando para ele [o desafio].
Vocês captaram investimento? E quanto investiram até aqui?
LEO: Hoje é 100% investimento próprio. Nossas despesas, viagens, o desenvolvimento e o custo operacional da plataforma, marketing, serviços de terceiros, pesquisa, tudo [até aqui] é com recurso próprio.
Já investimos um pouco mais de 50 mil reais. Mesmo boa parte do desenvolvimento sendo feita por nós, alguns desenvolvimentos, sobretudo em conexão com Web3, ainda são um pouco mais caros, por ser uma tecnologia nova.
Quais são os próximos passos?
MEL: O próximo passo é o lançamento no Brasil. Vamos lançar no Festival Afrofuturismo, em Salvador, dia 29, um evento do Vale do Dendê. Além dessas conversas que ficaram agendadas aqui: [vamos dar continuidade] para que a gente comece a estabelecer quais produtos vamos oferecer para o mercado, validar nossas ferramentas e entregas de valor.
LEO: No nosso roadmap, agora para o início de janeiro, vamos iniciar conversas com alguns contatos da área de educação. Por quê? Porque entendemos que não adianta só ter uma plataforma; nós precisamos também ensinar as pessoas como usar a nossa plataforma, e quais os benefícios para a escola, o educador, os alunos…
Isso está em fase de desenvolvimento, e conversas de parcerias, para no primeiro trimestre de 2025 nós darmos uma formação para professores em inteligência artificial e tecnologias para educação…
MEL: …tecnologias para educação baseadas na nossa plataforma, para formar esses professores, para conseguirem usar em sala de aula, independente da sua disciplina: matemática, português, história…
A Assembleia Legislativa de São Paulo acabou de aprovar uma lei proibindo o uso dos celulares nas escolas públicas e privadas. É um debate que vem ganhando força em outros estados e países. Como isso pode impactar a Biografia Preta?
MEL: Quando há um interesse de uso de uma plataforma como a nossa, a instituição vai se adaptar àquela realidade. Então, ou ela vai ter salas específicas do uso de computador, ou vai ter um momento que o celular vai ser permitido em sala de aula para que todo mundo possa imergir, ou o estudante vai poder acessar aquilo fora da sala de aula.
E o metaverso, quando será lançado?
LEO: Acreditamos que dentro de três ou quatro meses já vamos ter uma sala de metaverso operativa, inspirada no Egito Antigo.
A gente quer desmistificar [a ideia] de que “o Egito não faz parte da África”, mesmo sendo no norte da África [risos]… O berço da civilização antiga era baseado na África, os grandes faraós… Eram povos negros
Ainda não vai ser tão [completo] como nós gostaríamos, mas será um metaverso bem interessante com os nossos NFTs, com história, com storytelling…
MEL: Será uma experiência mais imersiva do que um livro apenas, ou um filme. Mais pra frente, queremos recriar [no metaverso] quilombos, o Pelourinho antigo… Espaços afro-referenciados para que estudantes e professores possam imergir nesse universo. E daí, melhorar a aprendizagem com uma tecnologia avançada e efetiva.
Na época de escola de vocês, lembram de algum absurdo que ouviram em sala de aula, e que deixou claro como a educação não era pensada por uma perspectiva que incluísse a população negra?
LEO: Uma coisa que me marcou muito foi uma professora que chegou, olhando, e falou: “vocês — era eu e mais dois amigos [negros] – estão livres por causa da Princesa Isabel: se não fosse ela, vocês ainda eram escravos…”
Lembro que aprendi sobre os espartanos, sobre Rômulo e Remo, mas a única lembrança que eu tenho mesmo de ter ouvido algo sobre a história afro-brasileira foi sobre Zumbi dos Palmares, e bem rasamente…
MEL: Eu posso contar uma história boa, então? Tive bons professores de história e geografia. Minha professora Helena fazia a gente pensar… Ela ia fantasiada para dar aula de guerreira, de Maria Antonieta – quando ela queria contar a história, sempre se vestia daquela personagem.
Ela me fez me apaixonar por história, por contar e entender história – e inclusive por teatro, que eu fiz depois. Era uma mulher negra que fazia a gente se encantar pela aprendizagem do jeito dela ali, fazendo a gente refletir mais sobre o processo. A sala virava um palco, porque todo mundo tinha que brincar um pouco junto com ela para entender a história
Então, acho que professores são esse “lugar” de mudar as narrativas, de fazer a gente refletir… Ao mesmo tempo que os livros foram dizendo coisas, a gente vai encontrando educadores que querem contar a história real. E são esses educadores que a gente quer encontrar aqui na Biografia Preta.
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