Olhando para o atual cenário brasileiro de startups, vivemos, sem dúvida, um momento de adaptações – aquele inverno das startups que teve seu início em abril de 2022 precisaria de uns 18 meses para encontrar certa estabilidade.
No entanto, já temos um ambiente maduro para dar continuidade ao nosso ecossistema: grandes empresas e entidades de fomento estão mais preparadas e próximas aos empreendedores.
E nesse ritmo, as expectativas de investimento para 2023 são positivas, mesmo após um último ano conturbado.
Assinar cheques para startups é, certamente, um investimento de maior risco no mercado, porque de fato, é um modelo de aposta (especialmente nesse estágio inicial) e de baixa liquidez, mas ao mesmo tempo, de maior rentabilidade e com grande potencial de oportunidades
Mesmo com um 2022 atípico para startups, agora o caminho é a profissionalização do mercado e um olhar mais consciente para o crescimento desses agentes de inovação.
Olhando para o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups realizada pela Abstartup entre agosto e outubro de 2022, os principais segmentos das startups levantadas: 14,5% são Edtechs (Educação), 9,1% são Fintech (Finanças) e 8,9% são Healthtech e Life Science (Saúde e Bem-estar).
Outro dado interessante do estudo para o investidor que está de olho neste setor: 71,4% das startups mapeadas ainda não receberam investimento e estão em busca de aportes no momento, o que significa que ainda há um oceano azul de possibilidades para que os donos do dinheiro invistam em projetos inovadores.
E nesse momento, startups que derem mais atenção a projetos de sustentabilidade e construírem seus negócios em um pilar de governança concreto terão mais chance de atrair anjos mais desconfiados.
O mercado de startups já está mais racional. Todas essas notícias de demissões em massa revelam que a torneira fechou e é preciso comprovar viabilidade do negócio e garantir perenidade dos resultados.
Apesar de enxergar uma manutenção da alta taxa de juros e da inflação, que acaba reduzindo o poder de compra do consumidor final, percebemos movimentos interessantes no final de 2022, que devem continuar em 2023.
O principal deles é o foco cada vez maior em ESG. Veremos cada vez mais preocupação com a Governança e a Sustentabilidade, com uma cadeia que deve ser positiva em todas as pontas. Isso será uma pauta das startups das grandes empresas
Em 2023 será possível perceber também uma maior movimentação do governo trazendo um pouco mais de gastos para converter em linhas melhores de financiamento e investimento em educação, o que vai estimular a consolidação de edtechs.
Já no ramo de tecnologia, a presença que vamos ver em todos os semestres será a de Inteligência Artificial, que cada vez mais será nosso colega de trabalho, ajudando na operacionalização de serviços para aprimorar as habilidades intelectuais dos colaboradores.
Então, já vamos nos acostumar: teremos colegas humanos e robôs do nosso lado muito em breve. E se estamos falando de IA e de ambiente de trabalho, os metaversos continuam tendo que se provar em 2023, através de espaços imersivos para trabalho, reuniões e também para games.
É importante lembrar que investidores querem colocar dinheiro em soluções que ainda não existem e que vão solucionar problemas que ainda persistem
O que já é realidade e que ainda veremos muito neste ano é a descentralização dos investimentos. Ao invés de procurar grandes fundos para alavancar os negócios, a tendência agora é focar em plataformas de investidores-anjo capazes de observar negócios e acreditar nas ideias, mesmo em estágio inicial.
Finalmente este mercado percebeu que fundos gigantes detentores de muito capital não são a única saída para trazer dinheiro.
A transformação digital das empresas está vindo para 2023 com muita fome no Corporate Venture Capital.
Ao invés de comprar as empresas, os CVCs estão investindo cada vez mais em startups como se fossem fundos, tendo participações em pequenos negócios, que podem trazer inovação para as atividades das grandes empresas.
A torneira não secou, pelo contrário: tem dinheiro por aí e ideia boa também. Precisamos, então, trabalhar para garantir o match perfeito e transformar o mercado de inovação do nosso país.
Amure Pinho é empreendedor há mais de 20 anos. Já foi presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), é investidor-anjo em mais de 43 startups e fundador do Investidores.vc, maior plataforma de investimento em startups.
Além de degradante para as vítimas, o trabalho análogo à escravidão traz prejuízos financeiros e reputacionais às empresas envolvidas em denúncias. Entenda os principais pontos de atenção para evitar a negligência na seleção de fornecedores.
Como conciliar as visões de diferentes setores em um único mercado regulado de carbono? Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, fala sobre desafios e impactos do projeto em tramitação no Senado.
Diante de eventos climáticos extremos e uma desigualdade brutal, como construir um amanhã viável? Gustavo Rosa, da Questtonó, compartilha insights de uma pesquisa recente sobre as preocupações e esperanças dos jovens brasileiros.