“O grande desafio é a empresa sempre superar a si mesma. Senão, ela não sobrevive”

Alcione Albanesi é daquelas pessoas que estão sempre atentas às tendências e oportunidades e têm o empreendedorismo na veia. Para se ter uma ideia, com apenas 17 anos começou sua própria confecção de roupas, que contava com 80 funcionários. Anos depois fundava, em 1992, a FLC, primeira empresa a vender as lâmpadas fluorescentes e a fabricar lâmpadas de LED no Brasil.

Mas Alcione não para por aí. Engajada com as questões sociais e preocupada com as desigualdades sociais, fundou a “Amigos do Bem”, instituição que conta com inúmeros projetos autossustentáveis e educacionais e transforma  a realidade de pessoas, nos estados de Alagoas, Pernambuco e Ceará. Aqui, ela conta um pouco de sua trajetória!

Como surgiu a FLC? 

Fui a primeira mulher a abrir uma loja de materiais elétricos na Santa Ifigênia, e para inovar criei um sistema de autosserviço, diferente da venda tradicional destes produtos, que acontece através de balcões de atendimento. Durante uma de minhas viagens para os Estados Unidos, descobri uma lâmpada três vezes mais barata do que as usadas no Brasil, e vi que era produzida na China. Não pensei duas vezes: fui atrás dos fabricantes chineses! Nessa época, 1992, havia acabado de abrir as importações, poucas pessoas viajavam para a China e quase ninguém sabia falar inglês. Mas na primeira compra, infelizmente, me dei mal: voltei ao Brasil com 134 mil unidades que não funcionavam nos nossos reatores. Resultado: retornei à China no mês seguinte e comprei mais produtos, desta vez, os corretos. Foi assim que trouxemos a primeira lâmpada econômica ao país, que se tornou líder de mercado. Eu sabia que essa lâmpada iria substituir as incandescentes tradicionais, por ser muito mais eficiente e econômica.

Mas você deve ter passado por muitas dificuldades até a empresa realmente se estruturar, não é? Como foi?

Para chegar até aqui, precisei ganhar experiência, persistir, aprender com os erros. Além das compras de lâmpadas erradas, já presenciei diferentes momentos da economia, etc., porém o maior desafio sempre foi manter a liderança à frente de multinacionais. Para isso, foram necessárias muitas horas de trabalho, noites sem dormir e a busca constante de inovação. O grande desafio é a empresa sempre superar a si mesma, caso contrário, em algum momento, ela não sobrevive mais.

Na sua opinião quais foram os seus maiores acertos neste caminho?

A minha visão humana sempre favoreceu minha trajetória profissional. Eu procurei criar pontes com meus colaboradores e clientes, através de uma liderança baseada no exemplo e de uma relação legítima com cada um. Sempre trabalhei muito com minha equipe, sabia que um dos diferenciais da FLC eram as pessoas, seus talentos e envolvimento, a agilidade e paixão com que elas atuavam.

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