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Agora no Cubo, AES Brasil quer cocriar com startups para fornecer energia mais barata e sustentável

Marcus Couto - 18 abr 2017
Adalberto Maluf, da chinesa BYD: “O veículo elétrico tem que ser inserido no contexto de futuro de cidade que nós queremos”
Marcus Couto - 18 abr 2017
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A inauguração de um espaço tecnológico da AES Brasil dentro do Cubo, o ambiente de coworking e inovação do Itaú e da Redpoint Ventures na Vila Olímpia, em São Paulo, marca uma aproximação sem precedentes da AES com o ecossistema paulistano de startups, representado pelas 56 empresas e pelos 500 residentes que trabalham no prédio, localizado no número 919 da Rua do Ator.

O evento, realizado na tarde de quarta-feira (12), reuniu executivos, empreendedores e interessados em inovação para uma série de palestras sobre as últimas tendências do setor elétrico. A AES também exibiu algumas das ferramentas tecnológicas que equipam o espaço, como uma plataforma de gerenciamento de eficiência energética baseada na Internet das Coisas e um ponto de recarga para veículos elétricos.

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Julian Nebreda, presidente da AES Brasil, foi o primeiro a falar. Ele lembrou das transformações pelas quais o setor passa, e citou três desafios para uma empresa de energia hoje: reduzir o custo ambiental, diminuir o custo para o cliente e aumentar a confiabilidade do fornecimento.

“Até agora, somos capazes de fazer uma coisa ou outra”, disse Julian. “Podemos ser sustentáveis, mas a um alto custo. Agora, o desafio é chegar a um modelo que seja capaz de obter as três coisas. É o que nos move todos os dias.”

Na visão do presidente da AES Brasil, a empresa conseguirá atingir esse objetivo por meio de soluções tecnológicas e da cocriação:

“A inovação precisa ser parte central da nossa estratégia. Temos que ter humildade, sair da empresa para buscar essas ideias. Precisamos de parceiros. Gente inteligente, com mais coragem de arriscar. Aí entra o Cubo, onde buscaremos essas parcerias.”

Julian diz que este é um momento especial para se empreender no setor. “Vem aí uma grande onda de mudança, e estamos convencidos de que a indústria elétrica vai mudar para melhor.”

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Em seguida, falou Teresa Vernaglia,vice-presidente de Desenvolvimento Estratégico da AES Brasil. “Este é um momento muito importante para a gente”, disse Teresa.

“A empresa tem um histórico de inovação dentro dos muros.” Ela citou os exemplos de redes inteligentes e do uso de drones para fazer o monitoramento de reservatórios. “Muitos protótipos foram gerados dentro dos muros da AES. Mas, neste momento, é fundamental dar o próximo passo, para acelerar a mudança. É a oportunidade de nos conectar com parceiros e empreendedores.”

Teresa falou também sobre diversidade. Sobre a necessidade de haver, dentro das empresas, quadros que contemplem uma mistura de gêneros e etnias. “Sem diversidade, não teremos sucesso no que esperamos fazer. Estamos iniciando o processo de criar uma sociedade melhor.”

Depois, a plateia assistiu a uma série de palestras que abordaram aspectos mais específicos da inovação no setor elétrico. Cada convidado trouxe um tema ao palco, e o esmiuçou em detalhes, com dados técnicos e insights sobre as tendências que devem moldar o futuro do segmento.

Adalberto Maluf, da fabricante chinesa BYD, falou sobre a questão dos veículos elétricos, a necessidade de se investir na área para melhorar a mobilidade e a qualidade do ar nas grandes cidades. Ele lembrou das barreiras e contradições tributárias que ainda dificultam a popularização da categoria no país: “No Brasil, os elétricos ainda pagam mais impostos que os carros movidos a combustão.” Adalberto fez um apelo aos prefeitos de cidades brasileiras, que teriam a capacidade de incentivar a adoção desse tipo de transporte.

“O veículo elétrico tem que ser inserido no contexto de futuro de cidade que nós queremos.” Ele lembrou também do potencial desse mercado: “Hoje existem cerca de 1,700 startups ligadas a mobilidade, a maioria no Vale do Silício.”

 

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Roseli Doreto, da Energybras, falou em seguida sobre geração distribuída e as implicações do marco regulatório de 2012 que abriu as portas para que indivíduos pudessem produzir sua própria energia. Os números trazidos por Roseli apontam uma clara tendência de crescimento, principalmente da geração fotovoltaica, em um cenário que passou de três sistemas conectados em 2012 para mais de 8 mil atualmente. A estimativa é que, em 2024, serão 1,2 milhão de sistemas conectados. Roseli levantou alguns desafios para o futuro, como preparar a rede para essa nova realidade. Novamente, ela apostou na inovação.

“Haverá um alto impacto alto na rede de distribuição. No momento em que tivermos vários sistemas injetando simultaneamente, precisaremos de uma rede preparada, com sistemas de automação e informação para não colapsar.”

Roseli falou de tecnologia de ponta também no campo da geração, como vidros 100% transparentes equipados com uma película de policarbonato com nanopartículas fotovoltaicas, e até cimento que gera energia. “A tecnologia avança depressa”, disse Roseli.

Rodrigo D’Elia, diretor de pesquisa e desenvolvimento da AES, trouxe ao palco as últimas novidades no segmento do armazenamento de energia, e deu destaque ao uso de baterias, técnica considerada por ele como a mais democrática, pela possibilidade de utilizá-la em toda a cadeia, perto dos pontos de consumo, das linhas de transmissão ou junto à geração. “O fato de ela ser modulável e distribuída melhora toda a cadeia”, disse Rodrigo, que enfatizou também a importância das baterias de lítio, cujo valor caiu cerca de 75% nos últimos cinco anos. “E ainda existe uma tendência de queda”, lembrou ele.

A importância da Internet das Coisas no setor elétrico foi discutida por Lucas Pinz, da Logicalis, parceira da AES na criação da plataforma de IoT para gerenciamento de eficiência energética exibida no Cubo.

“Assistimos e somos participantes de uma grande mudança tecnológica”, disse Lucas. “E ela está alicerçada sobre a Internet das Coisas.”

 

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Ele explicou que a “revolução IoT”, que conecta equipamentos tradicionais à rede online, tem sido possível com a diminuição no custo de sensores e a integração com outras tecnologias, como a infraestrutura de nuvem e big data. Lucas trouxe exemplos de projetos que usam IoT para otimizar a produção industrial e o gerenciamento urbano: no primeiro caso, falou de uma montadora que usou a IoT para criar um sistema de manutenção preditiva em seus equipamentos, diminuindo a ocorrência de falhas que impactavam negativamente a produção. Falou também de um sistema de monitoramento de bueiros e bocas de lobo, que reduziu a ocorrência de alagamentos em 18% nas áreas em que os sensores foram implementados. Por fim, citou o sistema criado com a AES, que permite uma oferta de eficiência energética para empresas que queiram utilizar sua energia de forma mais racional.

Esse, aliás, foi o gancho que José Eugênio Junqueira, diretor de inovação a AES Brasil, usou para encerrar o ciclo de palestras. José Eugênio falou sobre como o investimento em eficiência energética pode ser até três vezes mais barato que investir em outros tipos de geração, e incentivou as empresas a enxergarem a eficiência energética como mais do que substituir lâmpadas e motores, e sim como algo que passa a fazer parte do modelo de negócio, o elétron como um ativo. Ele classificou essa área como a “Disneylândia das oportunidades” e lembrou que “é através da inovação que essas mudanças vão acontecer.”

Ricardo Kahn, gerente de inovação da AES Brasil, ainda subiu ao palco para agradecer parceiros e convidar os empreendedores que ajudarão a empresa a navegar por essas águas de mudança. “Este é um espaço de parcerias, de diálogo. Vamos criar novo valor.”

 

Esta matéria pode ser encontrada no portal Inovação AES. Confira o site para ficar por dentro do que acontece no mundo da energia.

 

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