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Botar uma startup de pé requer, sempre, investimento alto? Isso é mito!

Gabriela Soutello - 10 jan 2019
Bianca Guimarães, Community Manager do iDEXO
Gabriela Soutello - 10 jan 2019
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Uma tentativa de viagem frustrada a Minas Gerais para visitar a namorada. Essa foi a motivação  que resultou na criação da MaxMilhas. A plataforma de compra e venda de passagens aéreas com desconto por milhas, referência de sucesso no ecossistema empreendedor, nasceu sem investimento externo, e virou um modelo de empreendimento que se alavancou com recursos próprios.

A MaxMilhas é citada como um case nacional de bootstrapping, a prática de colocar de pé um negócio de forma autossuficiente, sem aporte de investidores (o termo se refere ao ato de calçar uma bota puxando-a por aquela lingueta de couro acima do calcanhar; a metáfora embutida sugere a noção de se erguer sozinho). Microsoft e Dell são gigantes que surgiram seguindo esse modelo: utilizando capital próprio e trabalhando de forma enxuta, com limite de gastos.

“A ideia de que uma startup precisa necessariamente de um investimento alto para começar é um mito. O mais importante é ter muito claro a que ela veio: como vai resolver a dor do seu público-alvo?”, diz Bianca Guimarães, Community Manager do iDEXO. “Uma vez que tenha tudo mapeado, inclusive quem é a concorrência e quais devem ser os seus primeiros passos, aí é hora de construir o seu MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável).”

A venda de um carro ou aquela grana guardada na poupança podem sustentar o empreendimento na fase de pontapé inicial. Ao exercer um controle rígido sobre as finanças, os adeptos do bootstrapping evitam se endividar pegando empréstimos ou gastar energia correndo atrás de investidores. De quebra, escapam de perder um naco grande da empresa por mau planejamento.

Dentro dessa proposta, escolher um sócio com perfil complementar pode ser uma forma inteligente de economizar recursos escassos. “Quem tem sócio tanto na área de negócio quanto na área técnica acaba se beneficiando por não precisar pensar logo cedo em contratar alguém de fora”, diz Bianca. “Assim, a equação ‘CTO + CEO: técnica + vendas’ é ideal.”

A 4Shark é uma das startups que estão no iDEXO e surgiram sem aporte financeiro. Inteiramente hospedada na nuvem, a plataforma faz a gestão de campanhas de incentivo e remunerações variáveis (como comissões de vendas) para clientes corporativos. A empresa já chegou a recusar a oferta de capital de um investidor, preferindo continuar como bootstrapper. Uma opção que reduz a distribuição de dividendos, tornando o faturamento mais atraente.

Outro ponto chave a se considerar é: dinheiro para quê? Antes de “passar o chapéu”, é essencial avaliar minuciosamente a necessidade e o emprego dos recursos.

“No iDEXO é comum escutarmos dos empreendedores, no início: ‘Preciso de investimento para aumentar meu time técnico’, ‘Preciso investir em marketing’, ‘Preciso de X reais para que em Y anos eu consiga fazer isso e aquilo’, e por aí vai… É preciso, isso sim, ficar atento: não captar investimento sem planejamento. Não adianta estourar em marketing quando ainda não se tem produto para isso.”

Bater na porta de investidores é não apenas um ponto comum à trajetória de quase todas as empresas, mas frequentemente uma etapa crucial (e saudável) para sua decolagem. Como hub de negócios, o iDEXO viabiliza conexões, fazendo a ponte entre suas associadas e as startups residentes.

Para os empreendedores iniciantes, a questão fundamental é se planejar bem e só buscar aporte financeiro no instante em que este for realmente relevante:

“Se for possível se manter sem investimento, só divulgando e amadurecendo o produto, o momento em que o negócio apontar a necessidade de investimento externo será orgânico”, diz Bianca. “Na hora em que estiver estabelecido quem é o seu cliente, qual é o faturamento, e você tiver alcançado um conhecimento apropriado do mercado, uma vivência e portanto uma visão das dificuldades, ficará mais nítido quando, como e para que o investimento se faz necessário.”

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