Estamos acompanhando a Campus Party 2016 diretamente do pavilhão do evento no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A repórter do Draft Luisa Migueres vai circular pelos corredores do espaço em busca das melhores palestras para empreendedores, passando pelo espaço reservado para startups e makers e os palcos de Inovação e Desenvolvimento. Todos os dias, um resumo do que de mais bacana aconteceu na Campus Party. Play!
1_Hoje teve política
A sensação do dia tem nome: Fernando Haddad. O prefeito de São Paulo visitou a feira, circulou pelos espaços makers e terminou sua jornada no painel que falou sobre, entre outras iniciativas, os projetos da prefeitura para levar a internet à periferia. Entre eles, os FabLabs Livre SP, laboratórios para promover a conectividade na metrópole. “Nossos horizontes estão abertos. Tenho certeza de que é um potencial de desenvolvimento de uma indústria enorme, principalmente entre os jovens”, disse Haddad, que fez um festival de selfies com uma legião de nerds.
O governo federal e do Estado de São Paulo também levaram seus representantes. O nome da palestra era sugestivo: Geeks do governo. Nele, dois exemplares legítimos mesmo: Luis Monteiro, diretor de Modernização da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, e Karla Trindade, subsecretária de Parcerias e Inovação da Secretaria de Governo do Estado de São Paulo. Os cargos são longos, mas a conversa foi rápida e informal. “A nossa capacidade inovação ainda está engatinhando. Em algum momento nos anos 8o, perdemos o fio da meada e agora estamos atrasados”, lamentou Luis. Mas, na sequência, listou todos os projetos que toca, entre eles um Mind Lab, inspirado em um modelo dinamarquês.
2_Veterano do branding
Lincoln Seragini fez sucesso entre os empreendedores. Com mais de 40 anos de carreira como designer, o consultor comandou um painel sobre alma de marcas e falou sobre a importância da mística em torno de uma empresa. Com uma apresentação simples, ele mostrou que está por dentro do “novo capitalismo”, que humaniza empresas e busca propósito nos negócios. No fim da palestra, deu a dica: “A alma de uma marca começa no sonho do fundador. É isso que deve formar a sua mística, e mirar no coração das pessoas”.
3_Amor nerd
Uma das palestras mais cheias do dia foi com Marie Cosnard, do Happn, o aplicativo de relacionamentos que se baseia em encontros reais entre os usuários. Hoje com 11 milhões de usuários, o aplicativo tem sua maior base de usuários (adivinha?) no Brasil. Na plateia – formada por 90% de homens – tinha gente usando a ferramenta enquanto o papo rolava. Para Marie, “ninguém deveria usar um app de relacionamento como radar”. E prosseguiu: “Por isso não usamos algoritmos e temos telas que reproduzem o que acontece na vida real”, falando sobre a plataforma que tem escritório em Paris.
4_Liberem esses softwares!
Como a pauta do dia foram planos de inovação do governo e engajamento popular, o palco de Ciência falou sobre cidades inteligentes recebeu uma conversa sobre participação cidadã via web. Entre os convidados estava Ariel Kogan, diretor executivo do Open Knowledge Brasil, que contou qual é o maior desafio da cocriação para ferramentas populares: “Não vejo como o poder público pode fazer sozinho essas plataformas para ajudar o cidadão. Porque aquelas de maior sucesso são resultado de participação popular e do software livre”.
5_Alívio cômico
Campuseiro curte estudar, jogar, programar, mas também não resiste a uma bagaceira. Os responsáveis por animar o dia foram os irmãos Piologo, os sem-noção por trás do PartTOBA. Os fenômenos da internet falaram pouco e divertiram muito. Trouxeram seus tradicionais vídeos antigos e toscos do Youtube, ficaram em êxtase com o quórum do painel.
6_Tem mais sim!
A Campus Party ainda tem muito chão até segunda, quando eu volto para dar um resumo de tudo o que vimos de melhor nessa 9ª edição da feira. Enquanto isso, veja o que rolou por aqui no primeiro e segundo dia.
“Como fazer um projeto de branding sem ouvir o responsável pelo SAC – que é quem mais entende dos problemas da marca? Como criar uma campanha sem ter à mão um linguista e um semioticista?”