Anne Frigo é bacharel em Direito, e sempre atuou na área financeira da empresa de sua família. “Mas sempre gostei muito de criança, de fazer festa, então a primeira ideia foi montar um buffet infantil. Mas esse projeto era muito vago. A festa infantil é algo muito momentânea, só fica na memória do aniversariante e sua família. Eu queria deixar para as crianças um legado, que elas saíssem de lá com algum aprendizado para a vida. Além disso, tenho uma filha com paralisia cerebral e sei, por experiência própria, como é difícil encontrar locais com estrutura adequada para ela se divertir e aprender. Isso me incomodava muito. A maioria dos lugares não tem rampa, elevador, banheiros adaptados e pessoas orientadas para atender. Outro ponto é que sempre gostei de arte e eu via que a maioria dos museus não é adaptada para as crianças. Os quadros ficam numa altura superior à delas, os textos explicativos são longos e complexos, de difícil compreensão em certas idades, e as crianças não podem tocar nas obras. Isso tudo torna a visita a um museu algo muito chato para o público infantil. Eu queria levar cultura para as crianças de uma forma diferente, onde elas pudessem participar de atividades e interagir com as obras. Foi para atender a essas demandas que nasceu o Museu da Imaginação, há 3 anos. Foram 2 de preparação, muita pesquisa no mercado nacional e internacional. Viajamos para muitos países e conhecemos vários museus ao redor do mundo para chegar neste modelo”, conta.
Como funciona o seu negócio?
Nosso negócio é bem diferenciado. Podemos atuar em várias frentes. Atendemos escolas, público espontâneo, empresas, festas infantis e eventos corporativos. O nosso diferencial é trabalhar com profissionais capacitados na área artística e educacional, e habilitados para lidar com pessoas com deficiência. O Museu da Imaginação conta com 2 mil m² de área, bem ampla, diversa e criativa. O visitante pode se inspirar e interagir em nossas exposições de arte e aprender muito em nossas oficinas. Dispomos de espaços para a comemoração de aniversários, unindo arte, brincadeira, diversão e muita imaginação. Em diálogo com os educadores do museu, o público infantil e adulto é instigado a investigar e refletir os conceitos atuais que povoam as questões da arte contemporânea através das exposições temporárias que o museu oferece. O visitante é convidado a explorar as estações lúdicas, espaços de encontro e de imaginação, de caráter colaborativo, de socialização e integração. O Museu é voltado para crianças de 1 a 12 anos, mas nosso espaço foi pensado e desenvolvido para o que chamamos de “Resgate Familiar”, ou seja, para que pais e filhos interajam e deixem de lado o mundo dos eletrônicos. Um momento de exploração da fantasia, da imaginação e do livre brincar.
Como é a sua atuação na empresa?
Atualmente eu sou a única gestora da empresa. Faço de tudo um pouco. Desde a manutenção do espaço, passando pela gestão do pessoal, montagem de exposição até o investimento.Eu comecei o projeto com uma sócia, que ajudou a implantar o Museu e atualmente está saindo do negócio. Como nossa maneira de gerenciar é diferente, decidimos dissolver a sociedade. A experiência de ter uma sociedade é a mesma de um casamento, com o tempo a relação vai se desgastando e alguns casos não tem mais solução, a não ser a separação de fato. Como sócia investidora, resolvi contratar profissionais da área de gerenciamento. Os resultados estão sendo positivos e iremos caminhar assim até encontrarmos uma nova parceria.
Como foi no início?
O início de tudo foi pensar em como tirar o sonho da cabeça e colocar no papel. Digo isso porque é um negócio novo sem nenhum concorrente direto para nos dar uma dica, uma orientação ou direção. Então, é muito difícil visualizar tudo isso, transformar as ideias em um negócio. Meu maior receio era que o modelo de negócio não desse certo e o investimento nunca voltasse. O maior desafio que ainda enfrento é não encontrar parceria e investimento num país em crise.
Se pudesse dar apenas uma dica para quem está querendo empreender, qual seria?
Planeje-se bem, pesquise muito o mercado. Faça um bom plano de negócio, tenha confiança, garra e determinação. Os obstáculos são muitos, mas o seu sonho e seus objetivos têm que ser ainda maiores.Analise o mercado e verifique a viabilidade de um negócio nele. Pode parecer clichê, mas é o básico e primordial.
Para saber mais:
O que faz: explora a curiosidade e a criação através de exposições de arte interativas.
Funcionários: 20
Sede: São Paulo
Início das atividades: Janeiro de 2017
Investimento inicial: 4 milhões
Contato: [email protected]
Esta matéria pode ser encontrada no Itaú Mulher Empreendedora, uma plataforma feita para mulheres que acreditam nos seus sonhos. Não deixe de conferir (e se inspirar)!
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