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Como a PROREDE3 atua para que remédios descartados por farmacêuticas cheguem a quem precisa desta doação

Dani Rosolen - 18 abr 2023 Dani Rosolen - 18 abr 2023
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Nome:
PROREDE3.

O que faz:
É uma plataforma que ajuda os laboratórios farmacêuticos a doarem excessos de estoque de medicamentos válidos de forma segura e economicamente viável, evitando incineração e ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade.

Que problema resolve:
Resolve o problema do excesso de estoque na indústria farmacêutica, já que medicamentos com validade menor que 12 meses não são absorvidos pelos canais de distribuição e acabam incinerados, quando poderiam ser doados para milhões de brasileiros que sofrem com a falta de acesso a esses mesmos remédios. “Nossa solução permite evitar incineração (dano ambiental) e viabilizar doação (impacto social positivo) através de incentivos econômicos que mitigam o custo tributário. Desenhamos um modelo de colaboração com veículos de mídia, que têm muito espaço ocioso. Na nossa plataforma, os laboratórios doam medicamentos e recebem como contrapartida bonificação relevante nesses espaços ociosos ao comprarem publicidade dos veículos parceiros. O mérito pela doação é compartilhado e cada um tem seu benefício econômico: o laboratório pela parte bonificada e o veículo pela parte vendida. Em um escopo mais amplo, nossa solução contribui para os ODS 3, 11 e 12 da ONU ao dar acesso a medicamentos a pessoas em vulnerabilidade socioeconômica e evitar desperdício e poluição”, Marcio Lerner, fundador da startup.

O que a torna especial:
Segundo os sócios, a solução é a única que envolve benefício econômico que mitiga o custo tributário das doações.

Modelo de negócio:
Cobra um “fee” sobre a gestão da doação e sobre a bonificação de mídia.

Fundação:
Ainda está em processo de spin-off. Opera atualmente pelo CNPJ da empresa originária: Prorede Brasil Permutas Empresariais, criada em maio de 2004. A empresa PROREDE3 será aberta ainda no primeiro semestre de 2023.

Sócios:
Marcio Lerner — Responsável pela Estratégia, Comercial, Financeiro e Marketing
Mayara Borges — Responsável por Operações e Relacionamento com Instituições Beneficiárias

Fundadores:

Marcio Lerner — 48 anos, Rio de Janeiro (RJ) — é formado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em Administração pelo COPPEAD/UFRJ. Trabalhou no Elefante Internet e na startup da Oi Telecom. Em 2004, aos 29 anos, fundou a Prorede Brasil – permutas empresariais, que ajuda empresas a usarem seus estoques ou ociosidade como forma de pagamento.

Mayara Borges — 41 anos, São João Del Rei (MG) — é formada em Turismo pela Universidade Veiga de Almeida, mestre em Administração de Empresas pela Estácio e doutoranda em Sistemas de Gestão Sustentáveis pela Universidade Federal Fluminense. É professora e coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação (Neuni) e do Núcleo de Internacionalização (Ninter) do UNIPTAN e sócia da Prorede Brasil Permutas.

Como surgiu:
Em 2011, durante operações regulares na empresa originária, Prorede Brasil Permutas, os sócios contam que se depararam com a situação dos estoques de medicamentos nos laboratórios farmacêuticos e lançaram uma unidade de negócios sociais, de doação de remédios que utilizava em parte a lógica das permutas. O negócio focado em doação cresceu e o de permutas apresentou queda. “Em cinco anos, como ‘side business‘, realizamos 12 projetos, com seis laboratórios e dezenas de instituições e parceiros de mídia, doando 40 toneladas de medicamentos avaliados em cerca de 20 milhões de reais em preço máximo ao consumidor”, diz Marcio. Em 2021, os sócios decidiram, então, focar no negócio de doação. “Nossa experiência serviu de validação, mas tivemos que ajustar o modelo de negócio considerando o crescimento da importância ESG e a disrupção no segmento de mídia”, afirma o fundador.

Estágio atual:
A sede da startup fica no Instituto Gênesis /PUC-Rio, onde o negócio está incubado. A PROREDE3 conta com clientes recorrentes que em 2022 doaram sete toneladas de medicamentos. Naquele ano, de acordo com os fundadores, foram entregues a populações carentes mais de 75 mil caixas de medicamentos, o equivalente a mais de 1,9 milhão de comprimidos que seriam incinerados.

Aceleração:
A PROREDE3 passou pelo InovAtiva Brasil e atualmente está incubada no Instituto Gênesis /PUC-Rio. O negócio conta com um board consultivo com nomes como o de José Felner (ex-CEO da GSK), Bruno Abreu (diretor de Assuntos Regulatórios do Sindusfarma e ex-gerente geral da Anvisa) e Fernando Gaia (principal sócio-fundador do GSGA).

Investimento recebido:
Além da dedicação de dois anos full-time dos empreendedores, desenhando o negócio, revalidando e começando a operar, eles aportaram cerca de 150 mil reais na startup, a maior parte para desenvolver a primeira versão tecnológica da plataforma.

Necessidade de investimento:
“Estamos começando a avaliar a necessidade de investimento para os próximos anos. Ainda não há um valor definido, mas deve ser compatível com o de uma early stage startup. Preferimos nos financiar com os próprios resultados da operação reinvestidos. Como plano B, buscaremos smart money, priorizando a parte smart”, afirma Marcio.

Mercado e concorrentes:
“O contexto é absolutamente favorável no mundo e no Brasil: a agenda ESG entrou de vez na pauta da sociedade e das empresas; a tecnologia blockchain tem permitido inúmeras aplicações em tokenização de ativos; o mercado de créditos de carbono cresce exponencialmente; a desigualdade social permanece brutal e cresce a consciência de que ações devem ser feitas para mitigar esses efeitos. O nosso roadmap prevê a implantação de blockchain para garantir a rastreabilidade dos produtos doados e, posteriormente, a certificação das doações e emissão de um selo reputacional. Pretendemos ser o primeiro criptoativo social lastreado em doações. Assim, entendemos que nossa solução oferece o que o mercado está precisando e que nossa evolução seguirá acompanhando as necessidades socioambientais, de governança, reputacionais e econômicas dos clientes”, conta Marcio. “O mercado ainda é nascente. Existem algumas iniciativas que buscam oferecer marketplace entre a indústria farma e instituições, mas aparentemente nenhuma que tenha se tornado referência.”

Maiores desafios:
“Enfrentamos desafio tecnológico, pois nenhum dos sócios é da área de TI. Como desenvolver a plataforma que envolve marketplace, programa de incentivo, tokenização e ambiente de negociação de ativos digitais? Para isso, buscamos um parceiro com expertise em desenvolvimentos complexos e que agregasse à competência técnica o envolvimento na causa, fechando parceria com a Alis-sol, empresa egressa do Tecgraf da PUC-Rio. Houve também o desafio de entrada no mercado. Afinal, como convencer os laboratórios farmacêuticos, muito preocupados com questões de compliance, a testar a solução? Então, montamos um board com notáveis que ‘emprestam’ sua credibilidade; escutamos as exigências dos prospects, implementamos melhorias em nossos processos e comunicamos a eles, ganhando confiança crescente. Outro desafio foi o de massa crítica de instituições, já que é mandatório trabalhar com organizações beneficentes sérias, com controles de estoque, de fluxo de mercadorias e prestação de contas. É preciso ter centenas de instituições idôneas cadastradas. A solução que encontramos para esta questão foi desenvolver uma estratégia de parcerias que nos permitirá atingir esse objetivo. Por fim, para enfrentar o desafio de massa crítica de parceiros de mídia, nosso diferencial competitivo, fechamos acordo com dois dos principais publishers do setor. Estamos buscando grandes grupos de mídia e negociando com influenciadores digitais.”

Faturamento:
“Ainda estamos migrando de modelo de negócios e é difícil determinar o faturamento do novo modelo, que é o dado que importa. De qualquer forma, o faturamento ainda é muito pequeno. Nossa maior preocupação agora é construir o caminho junto com os clientes e melhorar continuamente nossa solução. O faturamento crescerá exponencialmente a partir disso”, afirma o fundador.

Previsão de break-even:
Em dois anos.

Visão de futuro:
“Queremos ser uma certificadora de doações, emitindo um selo reputacional que seja referência de mercado como o GPTW, Sistema B etc. Queremos criar o primeiro criptoativo social do mundo, lastreado nos certificados de doação e fomentar um mercado de negociação desses tokens, dinamizando e incentivando doações. Pretendemos escalar todo o modelo para doações que ocorram também fora da nossa plataforma e para outras indústrias como alimentos, editorial, vestuário, eletroeletrônicos etc. Assim, pavimentaremos uma estrada que contribua para tornar o mundo mais justo e eficiente, onde excessos de bens sejam direcionados para pessoas em vulnerabilidade”, conta Marcio.

Onde encontrar:
Site
Contato

 

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