Texto: Maisa Infante | Arte: Fabrício Moura
Em 500 metros, a Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros, bairro da zona oeste de São Paulo, reúne exemplos de como a economia criativa pode transformar o espaço urbano. De uma via que, antes, concentrava comércios tradicionais, depósito de móveis e algumas confecções (e ainda tinha outro nome: Borba Gato), a rua começou a se transformar, no início dos anos 2000, em um polo da Economia Criativa, com diversos coworkings, restaurantes vegetarianos, galerias de arte, centros culturais e lojas de produtos artesanais.
Como aconteceu em muitos bairros da capital paulista, naquele pedaço de Pinheiros várias casas deram lugar a prédios, que hoje dividem espaço com uma vila de casinhas e alguns sobradinhos antigos. Curiosamente, muitos dos novos negócios ocupam justamente estes sobradinhos. É o novo repaginando o velho.
As mudanças foram acontecendo gradualmente, em um movimento de transformação que é inerente às grandes cidades. A vocação da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto para a criatividade foi potencializada pela chegada da estação de metrô Fradique Coutinho, inaugurada em 2014. E, pouco a pouco, o local se tornou um ponto importante de convivência e encontro.
É um novo olhar sobre a cidade, no qual as pessoas podem — e devem — ocupar os espaços, conviver nas calçadas, praças e esquinas. Um bom exemplo da transformação é a escadaria que liga a Dr. Virgílio à Teodoro Sampaio, que ganhou uma reforma e virou um boulevard (espécie de praça de passagem, com plantas, decoração e lugar para os pedestres se acomodarem, em uma iniciativa dos empreendimentos que ocupam o entorno).
Esta foi uma importante transformação para um lugar que já sofreu com a ocupação irregular por pessoas em situação de rua, como fala Suley Cunha Leite, moradora do local desde 1991 e presidente da Amolvi (Associação dos Moradores da Rua Dr. Virgilio de Carvalho Pinto):
“Estes novos empreendimentos trazem outra visão sobre o morar e o viver na cidade e isso ajudou a transformar a nossa rua. Claro que tudo precisa ser feito respeitando os moradores da região”
No mapa a seguir é possível visualizar como a Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, hoje tão cobiçada, resume bem o que se trata e de como funciona a Economia Criativa.
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