Usar ciência para reduzir o impacto no meio ambiente de um negócio industrial. Foi assim que a 3M decidiu conduzir suas ações para diminuir as emissões de carbono e poluentes na atmosfera. É o slogan da organização, Ciência Aplicada à Vida, elevado à sua máxima potência. “Usamos essa abordagem em toda a nossa estratégia, desde os produtos que desenvolvemos até a busca por redução da nossa pegada de carbono”, conta Glaucio Magnusson, responsável por tecnologia e processos na companhia no Brasil e também líder para o pilar de sustentabilidade Ciência para o Clima localmente – que trata justamente de redução das emissões e do uso de recursos naturais.
Esta é uma das frentes que integram a abordagem global de sustentabilidade da empresa, que incluem ainda Ciência para a Comunidade e Ciência para a Economia Circular – como contamos aqui. A ampla estratégia de sustentabilidade é tão relevante para o negócio que em 2018 a companhia criou a posição de Chief Sustentability Officer, uma função na alta liderança da companhia desempenhada por Gayle Schuller.
A executiva liderou o desenho da nova abordagem, fortemente conectada à essência científica da empresa. Ainda assim, Glaucio lembra que a preocupação com as externalidades que gera não é nova na 3M:
“Nos anos 1970, quando poucas empresas se preocupavam com sustentabilidade, nós criamos um amplo programa que nos ajudou em reduzir em 70% o nível de emissões das nossas operações”
A iniciativa era chamada de 3P, de Pollution Prevention Pays, para difundir a ideia de que evitar a poluição é algo que compensa financeiramente. Glaucio diz que o Brasil desenvolveu mais de 600 projetos dentro do escopo do programa ao longo dos mais de 40 anos em que a estratégia estava em curso. E já que o mote era o benefício financeiro, vale destacar: as iniciativas garantiram economia de 50 milhões de dólares para a empresa ao reduzir desperdícios e otimizar processos e o uso de materiais, conta o executivo.
QUE TAL DESENVOLVER NOVOS PRODUTOS A PARTIR DA PERSPECTIVA DE SUSTENTABILIDADE?
Os resultados do programa 3P foram grandes, mas a otimização e redução de desperdícios tem um limite. Chega uma hora que é preciso pensar além – e é justamente isso que propõe o pilar Ciência para o Clima, diz Glaucio. “Temos milhares de produtos e muitos deles são fitas adesivas, que usam solventes em sua produção. Agora, quando desenvolvemos uma nova fita, já precisamos pensar em algo que dispense isso, com apenas água como base.” Ele explica que, no caso de fitas e produtos que levam solvente e já estão em produção, há métricas claras de redução do seu uso, até que ele seja eliminado.
“É um grande desafio porque, para fazer uma fita adesiva, normalmente precisamos diluir um colante e aplica-lo em um papel ou filme”, conta. Segundo ele, há tempos a 3M trabalha para diminuir o impacto do uso deste tipo de produto químico. “Não usamos solventes voláteis, que têm maior impacto na atmosfera, e trabalhamos somente com soluções líquidas, que nos permitam dar o descarte correto”, diz. Agora, para realmente eliminar os solventes do dicionário da companhia será necessário partir deste ponto no desenvolvimento dos produtos. “Precisamos manter a mesma qualidade com novos recursos”, diz.
O IMPACTO AMBIENTAL ESTÁ NOS DETALHES
O uso de solventes no processo produtivo está longe de ser a única preocupação ambiental da 3M. Como uma empresa industrial, é preciso pensar em larga escala. “Temos orientações, métricas e objetivos claros em diversas frentes”, diz, citando a meta de reduzir o uso de água e de garantir que a energia elétrica usada nas fábricas seja gerada de fontes limpas. Neste último aspecto, inclusive, o Brasil larga com vantagem.
“Aqui no país temos uma matriz energética mais limpa, hidrelétrica. Temos trabalhado para usar energia de pequenas usinas, que têm impacto ambiental ainda menor”
Segundo ele, ser mais sustentável exige atenção aos detalhes. Glaucio diz que, muitas vezes, pequenas coisas, aquelas que sequer chamam tanta atenção, podem representar benefício ambiental importante.
O executivo dá o exemplo do transporte de esponjas Scotch-Brite, que são produzidas na fábrica da empresa em Sumaré, no interior de São Paulo, e distribuídas por todo o Brasil. “Conseguimos reduzir as nossas emissões de CO2 com esta logística em quase nove toneladas por ano ao simplesmente colocar mais esponjas por caixa”, conta. Segundo ele, tem muito ar em meio ao produtos, com uma simples acomodação mais eficiente é possível levar um volume maior de unidades na mesma viagem. É a tal atenção aos detalhes.
Glaucio conta que a 3M também trabalha para levar para os seus clientes essa estratégia de redução do impacto ambiental. “Quando uma indústria nos demanda uma solução de embalagem ou empacotamento, por exemplo, já desenhamos algo que use menos plástico, com o menor impacto possível”, diz.
Assim, passo a passo, a companhia coloca a ciência e seu processo de desenvolvimento para trabalhar não só pelo resultado financeiro, mas também para proteger a sociedade. Porque ter uma estratégia eficiente de sustentabilidade há tempos deixou de ser escolha para se transformar em licença para operar.
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