“O propósito está onde os seus talentos se cruzam com as necessidades do mundo”. A definição é do filósofo Aristóteles e, apesar de ter quase 2 500 anos, segue atual como nunca. A Sodexo decidiu levantar esta discussão na temporada 2019 do evento Vida Profissional, desenhado para entregar a quem atua em Recursos Humanos nas empresas uma reflexão sobre a área – e o futuro dela. “As pessoas já não se reconhecem mais em ambientes corporativos tóxicos. Todos querem um trabalho relacionado também com um sentido de vida, com a sensação de fazer a diferença no mundo”, diz Elis Forgerini, gerente de comunicação e marketing da companhia.
Para colocar na mesa a discussão sobre a necessidade de entregar uma experiência positiva ao colaborador, a companhia convidou a cantora e ex-apresentadora Sabrina Parlatore, 44, para compartilhar sua própria trajetória no evento, que terá 10 sessões fechadas para convidados ao longo de 2019 em diferentes cidades brasileiras. “Vou contar como superei uma série de desafios, como o câncer de mama, e mudei de carreira para, enfim, me tornar cantora, que é o que realmente queria”, conta Sabrina.
Ela começou sua trajetória como modelo ainda novinha, aos 16 anos. Estudou Publicidade e, com o tempo, conta ter abraçado as oportunidades que surgiram e, assim, foi trabalhar na MTV. Por lá, virou ícone da geração millennial ao fazer a cobertura da indústria musical e apresentar programas com os clips mais pedidos pela audiência em uma época pré-YouTube. Ao sair de lá, tornou-se ainda o rosto à frente de programas na Bandeirantes, na TV Cultura em São Paulo e, mais tarde, nos canais por assinatura TNT e Glitz.
De longe parece a trajetória perfeita. De perto, nem tanto: “Eu fui muito feliz como apresentadora, vivi muitas coisas legais, mas aquela carreira nunca foi um desejo genuíno meu. Era simplesmente algo que aconteceu”, diz.
“Não renego o meu passado, mas o que realmente mexe com a minha alma é cantar”
Ela também conta que, diferentemente do que boa parte da audiência pensa, estar diante dos holofotes nunca impediu que ela enfrentasse dificuldades bastante comuns na vida de quem trabalha. “Muita gente tem a impressão de que é mais simples quando você é conhecida. Mas a televisão é um emprego como qualquer outro, com uma série de adversidades.”
QUANDO A DOENÇA É O IMPULSO PARA BUSCAR O PROPÓSITO
Entre um trabalho e outro, Sabrina diz ter começado a cantarolar por aí. Primeiro entre amigos, de brincadeira. Devagar o desejo de tornar isso a sua principal atividade foi crescendo. “Em 2014 eu comecei a arriscar, ainda sem investir muito nessa área”, diz. Ela reconhece que tinha certo medo do julgamento alheio. “Até pelo respeito que tenho pela música, pelo tanto que é valiosa para mim, eu não queria decepcionar”. Em 2016 o impulso para encarar este fantasma veio de onde ela menos esperava: Sabrina foi diagnosticada com câncer de mama, o que definitivamente mudou o jogo.
“Passei por uma cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Fiquei acabada. A doença me tirou completamente do eixo e entendi ali que não queria mais aquela vida de estresse, do dia a dia na televisão. Decidi trabalhar no meu projeto pessoal”
Foram 11 meses de um tratamento duro e, depois dele, a certeza de que o trabalho que realmente tinha sentido não estava diante das câmeras, mas do microfone. “Aos poucos comecei a fazer alguns shows e a coisa tomou corpo até eu ser convidada para participar do Popstar, o que me deu uma projeção muito maior à minha nova carreira”, diz, citando a o reality show da Globo.
Hoje, passado o turbilhão de inseguranças dos primeiros passos, Sabrina diz que, apesar de perturbadora, a transição foi necessária. “Foi muito bom reconhecer a minha essência e exercitá-la depois de tudo que passei”, diz. E prossegue:
“Me reinventar foi maravilhoso. Eu nunca me vi como apresentadora para a vida toda, já hoje consigo me imaginar cantando até ficar velhinha. É o que me faz feliz”
Durante as sessões do Vida Profissional Sabrina vai contar mais detalhes da longa jornada para unir o seu propósito de vida ao trabalho. A narrativa dela combina com a mudança que a própria Sodexo passou nos últimos anos. “Estamos investindo muito na experiência dos nossos colaboradores, em atender aos anseios do novo mundo do trabalho”, diz Elis. Ela calcula que, ao levar esta reflexão para lideranças da área de RH – justamente a área responsável por cuidar das pessoas nas empresas – a tendência é multiplicar o efeito benéfico de discutir o tema para muitas outras organizações.
EM DEFESA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
O Sodexo Vida Profissional nasceu em 2004 como um programa transmitido na televisão e focado em premiar empresas que desenvolviam alguma prática inovadora em gestão de pessoas. Desde então a iniciativa passou por muitas mudanças – assim como o próprio mundo do trabalho. Saiu da TV, ganhou um ciclo de palestras pelo país e transformou-se em um projeto influenciador do mundo corporativo, em uma contribuição à evolução de discussões relevantes na área de Recursos Humanos.
Desde 2017 o projeto tem o formato atual de fomento ao debate na área e estímulo ao relacionamento e à troca entre profissionais. No ciclo de 2019, o projeto incorpora as Seis Dimensões de Qualidade de Vida no Trabalho , criadas pela Sodexo em 2015 após a realização de uma pesquisa global.