“Até pouco tempo nunca havia estudado fotografia, mas meu fascínio pela diversidade de países fez com que eu conseguisse trabalhar como fotógrafo e até ser representado por uma galeria. Morei na Nova Zelândia, na Inglaterra e tive a chance de visitar, por exemplo, as Filipinas, o Vietnã e a Rússia.
Em 2014, quando decidi fazer um curso no International Center of Photography (ICP), em Nova York, meu projeto de vida começou a tomar novo rumo. Lá, conheci a fotógrafa americana Louise Contino, que estava de mudança para Uganda. Como eu já havia estudado o país (sempre sonhei ver os ameaçados gorilas das montanhas), ela me convidou para ser seu assistente por alguns dias na comunidade de Wanteete.
De volta ao Brasil, tinha imagens lindas de um povo sofrido. Ao vê-las, tive a ideia de vender algumas fotos para equipar a escola Beso, de Wanteete. Foi quando nasceu o site Cross Geographic, em que comercializo as imagens e mostro o resultado das doações.
Bruno faz questão de acompanhar a aplicação dos recursos, como na reforma da escola de Wanteete, em Uganda
Em dezembro do ano passado, retornei a Uganda, com 20 mil dólares arrecadados e uma médica convidada, que fez workshops sobre planejamento familiar, saúde e higiene. Conseguimos expandir o tamanho da Beso, que agora pode receber mais 120 alunos.
Meu objetivo é, por meio da fotografia, executar missões em áreas sem infraestrutura e documentar o trabalho de ONGs que não teriam recursos para contratar um fotógrafo.
Recentemente visitei o Sudão do Sul e doei as fotos tiradas lá para a ONG Confident Children Out of Conflict, que cuida de crianças vulneráveis, muitas órfãs e vítimas de violência. Também estou organizando uma segunda exposição (a primeira, Uganda Edition, aconteceu em São Paulo em 2014) para arrecadar fundos para o ONG sul-sudanesa.”
Bruno Feder, 31 anos, é fotógrafo e vive em São Paulo (SP).
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