Por Stella Mani
“Acredito que o mundo da fantasia não precisa estar restrito a personagens de contos de fadas, filmes infantis e flores cor-de-rosa. Ele também é povoado por criaturas feiosas, barquinhos, piratas e ursos.
Quando o Gael nasceu, há dois anos, queria transmitir este universo para ele por meio de suas roupinhas e acessórios de bebê. Percebi que era difícil encontrar produtos assim no Brasil. Não queria que meu filho se vestisse da forma infantil convencional – o que não significa usar roupas de adulto.
No primeiro ano de maternidade, com a ajuda do meu marido e da minha mãe, parei de trabalhar. Estive no mercado de design gráfico por 15 anos e, quando engravidei, era sócia em uma empresa muito bacana. Ou seja, o trabalho fazia parte da minha identidade.
Apesar de a maternidade ser uma experiência única e maravilhosa, algo estava faltando. Eu precisava voltar ao mercado, sem que isso significasse ‘dar um tempo’ na função mãe.
Foi então que comecei a pesquisar marcas no exterior e fazer cursos de empreendedorismo. Comprei uma nova máquina de costura. Meu talento de designer me ajudou a bolar a identidade visual e as estampas das peças da Amigo Monstro, marca que criei em 2014. Vendo pela internet e, eventualmente, em bazares e feirinhas em São Paulo e no interior.
Com a ajuda de alguns fornecedores, crio bonés, babadores em forma de bandana, lencinhos, faixas de cabelo e adesivos de parede nada fofos, mas cheios de estilo! Até me mudei para uma casa, a fim de instalar meu ateliê e trabalhar assistindo ao Gael brincar enquanto não está na escolinha. Ainda é cedo para dizer se o negócio vai dar mesmo certo, mas por enquanto posso comemorar os primeiros resultados.
Costumo dizer que não acredito na oposição entre trabalho e maternidade, mas sim na soma das duas coisas. Eu, por exemplo, criei um negócio que me faz feliz, inspirada por algo que desejava para o meu filho.”
Stella Mani, 36 anos, designer e empresária, vive em São Paulo (SP)
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